Obra vai beneficiar mais de 169 mil pessoas e controlar vazão da água das enchentes (Foto: Hermes Costa Neto/MIDR)
Barragem de Panelas II é inaugurada e reforça sistema de contenção de cheias na Mata Sul de Pernambuco
As noites sem descanso são memórias difíceis de esquecer para Joelson Alves de Lima, morador do município de Belém de Maria, uma das localidades da região da Mata Sul que alagava com frequência nas épocas chuvosas do inverno. “Quando estava chovendo, ninguém dormia. Sempre foi essa aflição, aquela correria a noite toda pra tirar alguma coisa de casa”, recordou. A cidade de Belém de Marias fica localizada no entroncamento do Rio Panelas com o Riacho dos Gatos, em um vale na bacia do Rio Una. “As enchentes de 2000, 2005 e 2010 foram as piores. A altura da água chegava quase no teto”, afirmou Joelson.
Retomada
em 2024, as obras da Barragem Panelas II foram finalizadas e a
estrutura vai poder controlar a vazão da água das enchentes. A
inauguração ocorreu nesta terça-feira (2), com a realização de uma
cerimônia em Cupira, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, e do Ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez
Góes. O evento fez parte de mais uma etapa do Caminho das Águas, em que
uma comitiva do MIDR percorre obras de infraestrutura hídrica no
nordeste brasileiro.
O presidente Lula destacou o impacto
social da barragem para os municípios atingidos pelas cheias. “Essa é
uma obra esperada há muitos anos pelas famílias da região da Mata Sul
pernambucana. Ela vai aumentar a proteção das áreas urbanas mais
vulneráveis e garantir mais estabilidade no fornecimento de água.
Segurança hídrica, prevenção de enchentes e desenvolvimento regional
caminham juntos”, declarou.
Parte do Sistema de Controle de
Enchentes da Bacia do Rio Una, Panelas II se soma às barragens de Serro
Azul (concluída em 2016 e inaugurada em 2017), Gatos (iniciada em 2011,
paralisada em 2014 e retomada em fevereiro de 2025). Além disso, a
Barragem de Igarapeba, que estava paralisada desde agosto 2015, terá as
obras retomadas com a Ordem de Serviço assinada pelo ministro Wladez
Góes e a Governadora de Pernambuco Raquel Lyra durante o evento.
O ministro Waldez Góes ressaltou que o projeto das barragens da Bacia do Rio Una surgiu ainda nos primeiros mandatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em parceria com a ex-presidente Dilma Rousseff. “O presidente Lula iniciou esse projeto, entregou Serro Azul, e depois houve uma paralisação geral. Panelas II ficou dez anos parada. Foi preciso o povo eleger novamente Lula para que, com o Novo PAC, tivéssemos condições de retomar essas obras e garantir água, sustento e abastecimento às cidades”, observou o ministro.
Eixo Água para Todos
O secretário substituto de Segurança
Hídrica do MIDR, Bruno Cravo, detalhou o papel da pasta no andamento dos
empreendimentos. Segundo ele, o órgão coordena as ações do eixo Água
para Todos do Novo PAC. “Todos os convênios para transferência de
recursos e apoio aos entes subnacionais são coordenados pela Secretaria
Nacional de Segurança Hídrica. Nossa equipe técnica é responsável por
avaliar os empreendimentos e os projetos, acompanhar as obras, monitorar
e executar todo o repasse de recursos para que os governos estaduais
executem as obras. Então, o papel do MIDR é fundamental para garantir o
avanço das obras”, afirmou.
A Barragem de Panelas II tem
capacidade de armazenamento de 16,9 milhões de metros cúbicos de água,
voltados principalmente para a contenção de cheias. O empreendimento vai
beneficiar diretamente os municípios de Belém de Maria, Catende,
Palmares, Água Preta e Barreiros, com população estimada de mais de 169
mil habitantes. O investimento total é de R$ 114 milhões, sendo R$ 66
milhões oriundos do Novo PAC e o restante do antigo PAC 2.
Para moradores como Joelson Alves de Lima, a inauguração representa mais do que uma obra de concreto, simboliza o fim de décadas de medo e insegurança. “Esse ano, todo mundo já ficou tranquilo. Agora não tem mais esse medo de perder as nossas coisas”, concluiu.
Fonte: Ascom/MIDR
