Foto: Mateus Pereira
Cadeias produtivas do dendê e do citrus discutem ações emergenciais para o desenvolvimento da produção na Bahia
No segundo dia de reuniões das Câmaras Setoriais da Agricultura nesta
terça-feira (2), dentro da programação da Fenagro 2025, as cadeias
produtivas do dendê e do citrus discutiram a necessidade de implantação
de ações emergenciais para o desenvolvimento dos setores no estado.
Dentre as principais iniciativas estão a capacitação profissional, a
produção de mudas e o enfrentamento a pragas que atingem as produções.
Presente nos encontros, o secretário de Agricultura, Pecuária,
Irrigação, Pesca e Aquicultura (Seagri), Pablo Barrozo, ressaltou a
necessidade da adoção de estratégias para o impulsionamento dos setores,
responsáveis por gerar milhares de empregos no estado. “Esta é uma
cadeia com um potencial enorme e precisamos, juntos, construir ações
eficazes para o setor. A Seagri está à disposição para colaborar nesta
iniciativa e contamos com a disposição dez todos nesta missão”, pontuou.
Para o dendê, por exemplo, os membros da Câmara Setorial apontaram
como prioridades a criação de uma biofábrica de mudas para a recuperação
da produção do fruto, além da capacitação técnica dos profissionais
envolvidos no setor. Na ocasião, foi apresentado o projeto de Indicação
Geográfica para o azeite da Costa do Dendê, desenvolvido pela
Universidade Federal da Bahia (Ufba) e representantes da cadeia
produtiva.
O documento possui oito eixos prioritários, que trazem propostas como
a implementação de uma Escola Profissionalizante e do Museu Sensorial
do Dendê, estudo sobre efeitos do uso do azeite na saúde das baianas de
acarajé, implantação de uma ecofábrica e de novas unidades de
beneficiamento e estímulo ao desenvolvimento de novos produtos a partir
do fruto, dentre outras iniciativas.
O presidente da Câmara Setorial do Dendê, Eraldo Santos, considerou
como positivo o segundo encontro do grupo, que busca discutir o
desenvolvimento e fortalecimento de uma cadeia produtiva tradicional na
Bahia, mas que vem sofrendo declínio nos últimos anos.
“Hoje as principais demandas dos pequenos agricultores são a
realização de novos plantios e apoio a novas tecnologias. Temos como
perspectiva para 2026 o apoio do governo para o oferecimento de
assistência técnica para o cultivo e conseguir finalizar o projeto de
Identificação Geográfica do Azeite de Dendê, que vai beneficiar milhares
de famílias de cerca de 11 municípios produtores, das regiões do Baixo
Sul e Recôncavo”, pontuou.
Fortalecimento da citricultura
Na reunião da Câmara Setorial da Citricultura, foi realizada a
eleição da presidência do grupo, a ser assumida pelo secretário de
Agricultura e Meio Ambiente de Rio Real, Gabriel Soares. Situado no
Litoral Norte, o município atualmente lidera a produção de laranja na
Bahia.
Dentre os pontos apontados pelos membros para serem discutidos em
2026 estão o levantamento de dados reais sobre a cadeia produtiva do
citrus, a regulamentação dez consórcios do setor, a utilização de
defensivos agrícolas adequados, soluções para pomares abandonados e a
criação de um Grupo de Trabalho da Citricultura. Também foram citadas a
necessidade de recuperação da produção do citrus na região do Recôncavo,
capacitação técnica dos agricultores e trabalhadores do setor e
qualidade das mudas a serem plantadas.
“Essa é uma cadeia que gera muitos empregos diretos e indiretos em
vários municípios da Bahia. Precisamos da união dos produtores, a
maioria deles agricultores familiares, e do poder público para
enfrentamento a desafios como a questão fitossanitária, evitando que
pragas e doenças que assolam esta agricultura cheguem à nossa região. É
uma satisfação imensa estar à frente desta Câmara e que tenhamos, todos,
força e sabedoria para caminharmos em prol do fortalecimento do setor,
que é tão importante”, considerou Soares.
Balanço e próximas reuniões
O diretor de Desenvolvimento da Agricultura da Seagri e coordenador
das Câmaras Setoriais, Assis Pinheiro Filho, fez um balanço da retomada
das instâncias, considerando que sempre foram um elo agregador da cadeia
produtiva baiana. “Tivemos a reunião do Sisal, que foi extremamente
produtiva; a do Cacau, com a proposta de criação de um fundo para
desenvolvimento do setor; a segunda reunião do Dendê, com um plano para
fortalecimento da cultura do fruto; e a primeira da Citricultura, que
teve participação de quase todos os membros e mostra como a cadeia é
forte no estado”, avaliou.
O gestor lembrou que o desenvolvimento do convênio com a Fundação
Luís Eduardo Magalhães (Flem), de revitalização das demais Câmaras
Setoriais, vai ajudar a fortalecer outras 20 cadeias produtivas, para
que possam atuar firmemente na proposta de proteger, melhorar e
qualificar a produção.
As reuniões das Câmaras Setoriais em 2026 serão realizadas nos meses
de fevereiro, maio, agosto e durante a próxima edição da Fenagro.
