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As histórias que Salvador queria ouvir: novas edições dos 3 livros de Adson Brito do Velho
O professor, escritor e pesquisador baiano Adson Brito do Velho é hoje uma das principais referências quando o assunto é história e curiosidades sobre Salvador. Formado em Filosofia (UCSal), Psicologia (UFBA) e concursado em História, é criador da página Salvador Tem Muitas Histórias, no Facebook — já com mais de 33 mil seguidores. Desta forma Adson se tornou responsável por aproximar moradores da própria cidade, despertando sentimento de pertencimento e valorização do patrimônio histórico.
Autor de três livros, “Salvador tem muitas histórias”, “Quem tem medo da Mulher de Roxo?” e “Os 171 bairros de Salvador e as origens dos seus nomes” Adson Brito do Velho realiza agora reedições especialmente pensadas para o final de ano. As três obras podem ser encontradas nas livrarias Escariz (Shopping Barra), Leitura (Salvador Shopping, Shopping da Bahia e Shopping Paralela), Livraria do Glauber Rocha (Praça Castro Alves), além de envios via Correios e motoboy pelo contato (71) 98631-3242.
O caminho do escritor
Adson estreou na literatura em
2023 com “Salvador tem muitas histórias”, obra que reuniu textos da sua página no
Facebook e atraiu grande público ao
lançamento no Cine Glauber Rocha. Salvador tem muitas
histórias” é um daqueles casos raros em que o amor por uma cidade se
transforma, quase sem querer, em um fenômeno literário. Sem a pretensão de
ser escritor, Adson Brito do Velho atendeu ao pedido dos seguidores do grupo Salvador
Tem Muitas Histórias e, em 2023, reuniu em 90 páginas — publicadas
pela editora Novos Sabores — relatos que já encantavam diariamente nas redes
sociais. O que ele não imaginava era a repercussão: no lançamento, o Cine
Glauber Rocha ficou lotado, com leitores vindos até de outros estados. Para
completar, a tiragem que deveria durar meses se esgotou em menos de duas
semanas.
O livro ganhou destaque na imprensa: em matéria do jornal Massa! para o Dia Nacional do Livro (29/10/24), apareceu entre as cinco obras recomendadas, lado a lado com o best-seller Torto Arado, de Itamar Vieira Júnior.
O livro contou com prefácio do escritor e guardião do Centro Histórico, Clarindo Silva, que em seu texto celebra a capacidade do autor de retratar a geografia física e humana de Salvador com riqueza de detalhes, trazendo à vida figuras icônicas, personagens do cotidiano da cidade. “Este livro vem com uma força muito grande e nos enche de esperança”, escreve Clarindo, recomendando que a obra seja um verdadeiro livro de cabeceira.
Nasceu assim um sucesso inesperado, caloroso e profundamente baiano — prova de que Salvador realmente tem muitas histórias, e Adson Brito sabe contá-las como poucos.
Em 2024, lançou “Quem tem medo da Mulher de Roxo?”, resultado de mais de dois anos de pesquisa sobre uma das figuras mais emblemáticas e enigmáticas de Salvador. O livro ganhou repercussão nacional, sendo pauta na TV Brasil e no Portal Terra, que o descreveu como o maior conhecedor da personagem. Com 70 páginas, a obra mergulha na trajetória enigmática da Mulher de Roxo, personagem que marcou a memória afetiva de Salvador entre as décadas de 1960 e 1990. Adson, que a conheceu na infância, transformou o medo de menino em investigação madura: foram mais de dois anos de pesquisa entre entrevistas, documentos, relatos e arquivos dispersos — um quebra-cabeça de mais de mil peças.
A obra reconstrói a aura fascinante dessa figura, conhecida também como Dama da Rua Chile, sempre envolta em mantos roxos ou pretos, com crucifixo no peito, voz infantilizada e histórias que oscilam entre o trágico, o lendário e o improvável. Florinda? Doralice? Nair? Sandra? Ninguém sabe ao certo — e é justamente dessa névoa que nasce seu mito.
Depoimentos valiosos enriquecem o livro, como os de Ray Fortuna, ex-funcionária da Casa Sloper, que relembra uma senhora tímida, misteriosa e sempre carregada de histórias sobre um filho e um esposo invisível. Há ainda o registro especial do dramaturgo Deolindo Checcucci, além de uma entrevista inédita com Ivone Maria do Carmo, testemunha de episódios curiosos sobre a personagem.
Entre fatos e fantasias — abandono no altar, paixão proibida por um padre, perdas em jogos de azar, tragédias familiares e até incêndios — a Mulher de Roxo permanece uma esfinge baiana. Viveu mais de três décadas na Rua Chile pedindo esmolas (sem aceitar moedas), morou no antigo Albergue Noturno e passou seus últimos dias no Hospital Santo Antônio, falecendo em 1997, enterrada como indigente no Campo Santo.
Com sensibilidade e rigor, Adson
devolve voz e dignidade a uma mulher que foi símbolo de medo, curiosidade e
compaixão para gerações. Como disse o Portal Terra, ele
é hoje “o sujeito que mais sabe sobre a personagem da qual pouco se sabe”
— e seu livro é um convite irresistível a revisitar esse mistério que insiste
em habitar Salvador.
Em 2025, Adson publicou sua terceira obra: “Os 171 bairros de Salvador e as origens dos seus nomes”, hoje entre os títulos regionais mais vendidos nas livrarias baianas, um indicador claro do interesse crescente dos soteropolitanos em conhecer, de forma acessível e apaixonada, a cidade onde vivem. Com 98 páginas, o livro apresenta, em ordem alfabética, a origem dos nomes dos 171 bairros oficiais da capital, revelando curiosidades, atualizações recentes e desmistificando “bairros” que, na verdade, não existem oficialmente.
Salvador possui hoje 171 bairros oficialmente reconhecidos, mas a origem dos seus nomes ainda é um mistério para a maioria das pessoas. O livro nasce justamente desse desejo coletivo: motoristas de táxi e de aplicativos que querem orientar melhor moradores e turistas, professores em busca de material didático sobre a cidade, idosos que desejam despertar a curiosidade histórica dos netos, e milhares de seguidores da página “Salvador Tem Muitas Histórias”, que há anos pedem esse registro.
Atendendo a essa demanda crescente, o autor mergulhou em décadas de documentos, relatos e curiosidades para revelar, de A a Z, o significado do nome de cada bairro da capital. A obra abre com Acupe — antigo subdistrito de Brotas — e segue até Vista Alegre, incluindo o mais recente deles, Aquarius/Loteamento Aquarius, criado em 2024 a partir da região da Pituba.
Entre as descobertas, o livro apresenta um panorama surpreendente: os 32 bairros oficiais existentes até 1960; os sete bairros reconhecidos a partir de 2020 (Chame-Chame, Colinas de Periperi, Mirantes de Periperi, Dois de Julho, Horto Florestal, Ilha Amarela e Vista Alegre); e ainda desmonta equívocos históricos ao explicar por que Campo Grande, Iguatemi ou as avenidas Bonocô, Paralela e Vasco da Gama não são bairros, embora muitos assim considerem.
Rico em detalhes e histórias saborosas, o livro apresenta origens curiosas: Calabar, ligado a um quilombo habitado por africanos de Kalabari; Calabetão, associado à ialorixá Maria Calabetan; Mussurunga e sua “cobra preta” de raiz indígena; Narandiba, o “lugar de muitas laranjas”; o poético significado de Pituba, relacionado à maresia e à brisa; e o equívoco em torno de Lobato, cujo nome não tem relação com Monteiro Lobato, mas com uma antiga pedreira da região. Há espaço também para histórias singulares, como o Rio Sena — batizado por uma moradora inspirada na saga de Joana D’Arc — e Saramandaia, homenagem a Dias Gomes e à novela que marcou época em 1976.
Com linguagem clara, conteúdo rigoroso e muitas surpresas, “Os 171 bairros de Salvador e as origens dos seus nomes” se afirma como uma obra indispensável para quem deseja compreender a geografia afetiva, histórica e cultural da cidade. Um convite irresistível para todos que amam Salvador — e para aqueles que desejam descobri-la de verdade.
Locais de venda dos livros
Valor de cada livro R$ 50,00
Shopping Barra – Livraria Escariz.
Salvador Shopping – Livraria Leitura.
Shopping da Bahia – Livraria Leitura.
Shopping Paralela – Livraria Leitura.
Cine Glauber Rocha – Livraria do Glauber Rocha, Praça Castro Alves.
Envio pelo Correios e serviço de moto-entrega (71) 98631 3242
