Foto: Divulgação / Isabelle Santana | Acervo Quero Ver o Momo
Oficina de escrita criativa ensina estudantes de Lauro de Freitas a transformar vivências em poesia
A Escola Municipal Pedro Paranhos, em Lauro de Freitas, foi a última parada do ciclo de ações promovido pela 5ª Festa Literária Arte e Identidade, que fez mais uma edição memorável, no mês de outubro, no Pelourinho. Na tarde da última quarta-feira (5), estudantes do 7º e 8º ano do Ensino Fundamental II participaram de uma oficina formativa de escrita criativa, “Em versos, resistir é festejar!”, conduzida pelo poeta, escritor e produtor cultural Sandro Sussuarana. O “Arte e Identidade nas Escolas” é uma iniciativa que promove ações socioculturais em instituições públicas, para além da programação da festa literária.
“Foi um encontro maravilhoso. Tivemos a oportunidade de conhecer um pouco da realidade deles, perceber seus estímulos e a forma como estavam lidando com as temáticas que eu trouxe. Fiquei muito feliz com a participação e a entrega deles. É sempre muito bom quando os alunos se envolvem e fazem essa troca, porque a gente ensina, mas também aprende muito, seja no ambiente, no olhar, na risada. Fazer a oficina de escrita criativa sempre me deixa agraciado e maravilhado. Espero que eles levem o que compartilhei para a vida e que isso os motive a ler mais e escrever mais”, comemora o oficineiro Sandro Sussuarana.
Para a professora de Língua Portuguesa, Ilma Vasconcelos, foi uma experiência enriquecedora por mostrar aos estudantes que eles são capazes de criar, sentir e se reconhecer na poesia. “Fomos presenteados com essa oficina. Apesar de trabalharmos poesia em sala de aula, o novo sempre traz essa cereja do bolo. Os meninos puderam perceber que eles podem, que eles conseguem e que a poesia está dentro da gente, basta começar. E esse começo foi maravilhoso, de maneira leve, tranquila e do jeito deles”, avalia.
A atividade foi proposta visando transformar as vivências que os estudantes tiveram durante a 5ª Festa Literária Arte e Identidade em poesia, revisitando memórias e experiências sob a ótica da escrita e da imaginação. Entre versos e reflexões, os estudantes puderam expressar suas identidades negras e indígenas, reafirmando a potência da palavra como ferramenta de criação, pertencimento e liberdade.
Territórios de poesia e resistência - Além da Escola Municipal Pedro Paranhos, em Lauro de Freitas, o “Arte e Identidade nas Escolas” passou pelo Colégio Estadual Polivalente de Amaralina e pelo Colégio da Polícia Militar João Florêncio Gomes, na Ribeira, no segundo semestre deste ano. Com o tema “Resistir é Festejar”, a Festa Literária Arte e Identidade Ano V buscou celebrar as identidades negras e indígenas a partir das inúmeras manifestações artísticas, construindo um espaço de pertencimento, fortalecendo autoestima de crianças e jovens, além de fomentar a cadeia produtiva baiana da arte e da literatura negra e indígena infantojuvenil.
“Nosso objetivo é ser mais do que apenas uma data calendarizada de três dias de evento no Pelourinho, é ir onde esses estudantes estão, conhecer a realidade deles e mostrar que eles podem ser ouvidos. Acreditamos que o estudante não é só consumidor de conhecimento, mas também produtor. É um sujeito que tem algo a dizer de si, da sua comunidade, sua ancestralidade e seu futuro. Então, aproximar ainda mais o Arte e Identidade das escolas reflete nossa intenção de dizer para os estudantes que o nosso palco é deles”, afirma a curadora geral, Karla Daniella Brito.
O projeto é uma realização da Associação Cultural e Carnavalesca Quero Ver o Momo e tem apoio financeiro do Governo do Estado, através do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda e Secretaria de Cultura da Bahia. Também foi contemplado pelo edital Gregórios - Ano IV com recursos financeiros da Fundação Gregório de Mattos, Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, Prefeitura de Salvador e da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB), Ministério da Cultura e Governo Federal.
Por Tatiane Freitas
