
Foto: Divulgação: Bernoulli
Enem 2025: estratégias de revisão que fazem a diferença na reta final
Com a proximidade do Enem e outros exames decisivos, a revisão dos conteúdos se torna um dos principais desafios dos estudantes. De acordo com Margrit Gusmão, diretora do Pré-vestibular Bernoulli Pituba, em Salvador, revisar não é apenas reler, mas adotar técnicas que realmente estimulem a memória e consolidem o conhecimento.
“A revisão é fundamental no processo de aprendizagem porque fortalece as conexões neurais relacionadas ao conteúdo estudado. É nesse momento que o conhecimento se torna duradouro e acessível”, afirma.
Técnicas que fazem a diferença
Entre os métodos mais eficazes estão os flashcards, os mapas mentais e a revisão espaçada, estratégias que, combinadas, oferecem resultados significativos e superiores à simples leitura passiva.
· Flashcards – São cartões com perguntas de um lado e respostas do outro, com o objetivo de ativar dois princípios da neurociência: repetição espaçada, que ajuda a transferir o conteúdo para a memória de longo prazo, e recuperação ativa, que fortalece as conexões cerebrais ao estimular o estudante a lembrar a informação antes de vê-la.
· Mapas mentais – De forma visual, esquematizam o conceito em estruturas hierárquicas utilizando cores, imagens, palavras-chave, símbolos etc. “Eles facilitam a compreensão global e ativa do conteúdo, pois o estudante precisa condensar e estruturar o que aprendeu”, explica Margrit.
· Revisão espaçada – Consiste em fazer a revisão em intervalos programados, o que evita o acúmulo de matérias na véspera das provas e melhora significativamente a retenção. Essa técnica pode ser aplicada tanto aos flashcards quanto aos mapas mentais.
Como combinar as técnicas
A combinação entre flashcards, mapas mentais e revisão espaçada pode ser uma estratégia extremamente eficaz para melhorar o desempenho nos estudos. Após uma aula ou leitura, o estudante pode começar criando um mapa mental para organizar visualmente os principais conceitos e identificar conexões entre eles. Em seguida, os pontos-chave desse mapa podem ser transformados em flashcards, que serão utilizados para praticar a memorização ativa por meio de perguntas e respostas rápidas.
Para consolidar ainda mais o aprendizado, é essencial aplicar a revisão espaçada: os flashcards e os mapas mentais devem ser revisados em intervalos programados — por exemplo, após um dia, depois com espaço de três dias e, posteriormente, uma semana, respeitando o ritmo de consolidação da memória de longo prazo. Essa integração permite que o estudante compreenda melhor o conteúdo, memorize informações específicas e mantenha o conhecimento acessível por mais tempo.
No entanto, para que essa revisão seja realmente produtiva, é importante evitar alguns erros comuns. Um dos mais recorrentes é revisar de forma passiva, apenas relendo o material sem qualquer interação ativa, o que pouco contribui para a fixação. Outro equívoco é não fazer a revisão espaçada, optando por revisar tudo de uma vez ou apenas na véspera da prova, o que reduz a retenção e pode, ainda, sobrecarregar o emocional.
Ignorar os próprios erros, especialmente aqueles cometidos em exercícios, também compromete o processo, já que os pontos fracos continuam sem a devida atenção. Muitos estudantes têm o hábito de revisar apenas o que já dominam, evitando temas mais complexos e criando uma falsa sensação de segurança. “A falta de planejamento e organização do tempo de estudo também prejudica a eficácia da revisão, assim como o uso repetitivo de um único método. Diversificar as estratégias é a melhor forma de garantir um aprendizado sólido e duradouro”, complementa a diretora.
Por Daniele Del' Esposti