Gabriel Barros - Diretor da SF Barros Contabilidade / Foto: Divulgação
ARTIGO - Planejamento para empresas em 2026, o que os balanços dizem sobre o seu ano? Por Gabriel Barros, para empresas em 2026, o que os balanços dizem sobre o seu ano? = Por Gabriel Barros,
Com o final de 2025 e a preparação para a chegada de 2026, as empresas que desejam expandir o CNPJ, precisam analisar a trajetória do ano financeiro. Antes de falar sobre os prazos, obrigações e Reforma Tributária, toda companhia requer um balanço sobre o ano de 2025. Sem ele, qualquer planejamento para 2026 será apenas uma projeção sem base.
O fechamento deve ser encarado como um diagnóstico completo da empresa, contando todas as ações, os custos e investimentos realizados ao longo do ano. É preciso compreender como o lucro foi formado e a sua qualidade, avaliando se ele decorre de um bom trabalho operacional ou de momentos pontuais.
A partir disso, deve-se observar a consistência da margem de trabalho e as variações que indiquem o controle dos gastos e eventuais mudanças. Outro aspecto seria o reflexo que a carga tributária tem sobre o resultado, muitas vezes subestimado quando não há integração entre a parte contábil e fiscal. Também é indispensável investigar o comportamento do caixa, entendendo se houve consumo excessivo dos recursos ou preservação saudável da liquidez.
Por fim, a avaliação se completa com a verificação dos créditos tributários corretamente apropriados ou desperdiçados.
O que os balanços de 2025 revelam, mas muitas empresas ignoram
Entre os principais temas que merecem atenção, estão:
- Diferenças entre lucro contábil e geração de caixa, indicando problemas do capital de giro, prazos ou estrutura operacional;
- Custos e despesas que cresceram acima da receita, pressionando margens sem percepção clara da gestão;
- Créditos tributários não aproveitados, especialmente de PIS, COFINS, ICMS e INSS;
- Provisões não dimensionadas, que distorcem o resultado e geram surpresas;
- Inconsistências entre contábil, fiscal e financeiro, que tendem a aparecer em fiscalizações e obrigações acessórias.
O calendário fiscal de 2026 é diferente da transição da Reforma Tributária, com a convivência entre CBS e IBS exigindo um bom planejamento. Obrigações mensais e trimestrais, como EFD-Contribuições, DCTFWeb, IRPJ e CSLL, interferem nos resultados, caixa e indicadores como EBITDA, o que torna mais fundamental a análise técnica para as decisões, especialmente sobre distribuição de lucros.
O sucesso do próximo ano virá da disciplina e do cuidado com as iniciativas contábeis. Empresas que conseguem antecipar seus movimentos de acordo com seus dados consistentes e enxergar o calendário fiscal como uma ferramenta de gestão.
Fechar o passado com clareza, entender o presente com honestidade e planejar o futuro de forma integrada é a chave para prosperar. É essa visão que toda empresa deseja para um novo ano, apoiada em método e antecipação. Quando se tem controle sobre os resultados, é possível.
Gabriel Barros é diretor da SF Barros Contabilidade e bacharel em Ciências Contábeis pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Com sólida experiência na área contábil, atua de forma abrangente em diversos setores empresariais, oferecendo soluções personalizadas. É também pós-graduado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), com MBA em Gestão Estratégica e Econômica de Negócios.
