Foto: Divulgação APAE Salvador
Ilka Carvalho recebe medalha Thomé de Souza por sua trajetória em favor da Pessoa com Deficiência
A superintendente institucional da APAE de Salvador, Ilka Santos de Carvalho, foi homenageada na manhã desta quarta-feira (10) com a mais alta honraria concedida pela Câmara Municipal de Salvador. Ilka recebeu a Medalha Thomé de Souza, reconhecimento destinado a personalidades que contribuem de forma excepcional para o desenvolvimento da capital baiana. A condecoração foi proposta pelo vereador Cezar Leite (PL).
“Receber hoje a Medalha Thomé de Souza é um momento de profunda emoção e gratidão. Agradeço de modo especial ao vereador Cezar Leite pela sensibilidade em propor essa homenagem. Agradeço também à cidade de Salvador pelo acolhimento à minha pessoa. Minha trajetória se mistura com a história da APAE de Salvador, marcada por luta, compromisso e amor em favor da pessoa com deficiência. Que todos nós possamos seguir firmes na defesa de políticas de inclusão e de acesso para todos. Recebo esta medalha com muita humildade”, celebrou a homenageada.
Em sua fala emocionada, Ilka agradeceu à filha, Kátia Daltro, pessoa com deficiência intelectual que motivou seu engajamento na causa, e relembrou sua trajetória de lutas e conquistas à frente da APAE de Salvador. A homenageada também expressou gratidão à atual gestão, representada pelo presidente Derval Evangelista e pela superintendente executiva, Ângela Ventura, que seguem no desafio de manter a APAE de Salvador como uma instituição de referência.
O parlamentar Cezar Leite comentou sobre a homenagem proposta e destacou a relevância do trabalho de Ilka Carvalho na defesa dos direitos das pessoas com deficiência e sua contribuição histórica para a APAE de Salvador. “A homenagem é um reconhecimento do trabalho que ela [Ilka] tem há mais de cinco décadas de dedicação, de amor, de envolvimento e propósito para cuidar das pessoas com deficiência, que nasceu dentro da família dela. Ela participou ativamente de transformações para a APAE de Salvador, que é um instituto que acolhe muitas famílias”, concluiu.
Vida e trajetória de Ilka
Nascida em Canavieiras, Ilka Santos de Carvalho mudou-se para Salvador na década de 1950. A sua relação com a causa da pessoa com deficiência teve início quando a filha caçula, Kátia, que nasceu com deficiência intelectual, precisou de atendimento especializado. Na busca por apoio, Ilka encontrou um grupo de pais que, assim como ela, organizava-se de forma independente para garantir direitos, dignidade e oportunidades aos filhos.
A partir desse encontro, nasceu sua trajetória na APAE de Salvador. Começou como voluntária, auxiliando a diretoria enquanto Kátia participava das atividades da escola especializada.
De personalidade inquieta, olhar sensível e forte senso de compromisso social, Ilka rapidamente ampliou a sua contribuição. Seu engajamento transformou-se em atuação estratégica: ela passou a coordenar atividades pedagógicas, assumir novos desafios e inserir a APAE de Salvador no centro de debates nacionais sobre políticas e conquistas de direitos para as pessoas com deficiência.
Na década de 1980, assumiu a direção geral da escola e, a partir daí, liderou o movimento apaeano na Bahia, incentivando outras unidades do estado a ampliarem suas frentes de desenvolvimento. Já nos anos 1990, à frente da Superintendência Executiva, promoveu uma profunda reformulação na gestão da Instituição. Com foco na profissionalização dos processos e na sustentabilidade financeira, atuou decisivamente para consolidar a APAE de Salvador como referência nacional no atendimento à pessoa com deficiência intelectual e múltipla — do nascer ao envelhecer.
APAE de Salvador, 57 anos
Hoje Ilka Carvalho é superintendente institucional da APAE de Salvador. A instituição tem 57 anos de fundação e conta com as seguintes estruturas de atendimento: Unidade Socioassistencial, Centro de Atendimento Educacional Especializado, Serviço de Referência em Triagens Populacionais, Laboratório de Análises Clínicas, um Complexo de Saúde completo, CER II de Coutos e o CER II de Cajazeiras.
Por Cássia Bandeira
