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Centro Histórico é palco da exposição ‘CENAS’, tema que marca a 24ª edição do “calendário de final de ano” em homenagem ao teatro
No próximo dia 17 de dezembro, quarta-feira, o Centro Histórico de Salvador será palco da exposição ‘CENAS’ (2026), mostra que celebra o olhar fotográfico sob os espetáculos que fizeram história na cena teatral. Aberto ao público, a vernissage, prevista para acontecer às 19h, no ME Ateliê da Fotografia, marca o lançamento do calendário homônimo assinado pelo fotógrafo e idealizador do projeto, Mário Edson.
Com curadoria especial, o público poderá conferir os retratos autorais de grandes espetáculos, em uma seleção inédita, que envolve recortes de figurinos, interpretações, luzes, contrastes e elementos visuais que marcam o teatro, através de dezesseis capturas que ilustram o calendário e uma exposição com 20 outras imagens. O projeto de 2026 vem juntar-se às comemorações pelos 70 anos da Escola de Teatro da Bahia, da Universidade Federal da Bahia e dos 20 anos do grupo Teatral Teatro NU, criado pelo dramaturgo Gil Vicente Tavares.
Com montagens que marcaram época, o público poderá encontrar registros que buscam homenagear e perpetuar grandes nomes do teatro baiano e nacional, capturadas ao longo dos últimos 20 anos da carreira de Mário Edson. Entre elas, estão: As Velhas, Tom na Fazenda, Pássaros de Copacabana, Das “Coisa” da Vida, Bispo, O Galo, Surf no Caos e outras.
“O conjunto de imagens que compõem esta edição do calendário reúne os registros realizados ao longo de anos de dedicação à memória das peças teatrais, em que acompanhei na Bahia, Brasil e no exterior. Esse carinho logo se transformou no tema de inspiração para o ‘calendário de 2026’. Através das CENAS (2026), meu desejo é que cada mês inspire, provoque e reafirme a importância da arte teatral na construção de memórias, afetos e olhares sobre o mundo”, afirma o fotógrafo.
Junto ao lançamento do calendário ‘CENAS’ (2026), a exposição convida o público à revisitar momentos marcantes de cada ato teatral. A mostra, que se tornou um marco da tradição e da cultura do Centro Antigo, contempla 36 espetáculos itinerantes que já rodaram os teatros na Bahia, Rio de Janeiro e Brasil adentro, além do exterior.
Há mais de duas décadas à frente dos tradicionais ‘calendários’ da cidade, Mário Édson apresenta a mais nova publicação após se destacar em edições anteriores, como: “Centro Histórico – Arte, cultura, memória e gastronomia” (2019); “Olorum” (2009); “Mães do Mundo - Mulheres de Axé” (2025); “Sagrada Irmandade” (2022); “Janelas Européias” (2011); e “Cuba – Um Olhar Brasileiro” (2016). Para 2026, a coleção recebe a curadoria do fotógrafo e escritor Marcos Cesário, coautor do livro Solidões (2025).
“Mário Edson não procura registrar a intenção de cada espetáculo. Uma ideia, uma intenção, não pode ser fotografada. Ele procura aquele tempo que está entre seus sentimentos e seus enquadramentos. Aquele tempo individual e solitário que se move através do desejo de reter a cena fotografada e entre certeza de não saber, ao certo, o que seu olhar interpretou da interpretação de cada diretor, de cada ator que se move em cima do palco e dentro de sua cabeça. Estes retratos são a cenas interiores de Mário Edson; que, por acaso, estavam projetadas em cada espetáculo que ele pacientemente, instintivamente, registrou: interpretou”, comenta Cesário.
De acordo com o escritor e blogueiro Hayton Rocha, o elemento em comum entre as imagens de ‘CENAS’ (2026) é a ‘luz’. “Não só a luz física, que recorta gestos e revela expressões, mas a luz simbólica que cria atmosfera, evoca sentimentos, traduz dualidades e devolve à cena sua beleza mais íntima. Desta vez, o teatro foi ‘O chamado’. Palco onde tantos fotógrafos registram apenas o acontecimento, ele (Mário Edson) o atravessa como quem busca a alma, não a superfície”, conclui.
Por Anna Vilarina
