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Ilê Aiyê lamenta a morte do arquiteto Pedro Rosa Rocha, referência na preservação da memória e da cultura baiana
O Ilê Aiyê manifesta profundo pesar pelo falecimento do arquiteto e professor Pedro Rosa Rocha, profissional negro de trajetória marcante na arquitetura baiana e referência na defesa da preservação da memória e da identidade cultural.
Pedro Rosa Rocha teve atuação decisiva na revitalização do Pelourinho como colaborador da CONDER, assinando projetos de praças e dos estacionamentos que conectam o Pelourinho à Baixa dos Sapateiros, onde seu nome permanece registrado nas placas de inauguração. Reconhecido internacionalmente, foi agraciado pela ONU por seus relevantes trabalhos em prol da humanidade, em premiação realizada no MAM-BA.
Escolhido pela diretoria do Ilê Aiyê, Pedro foi o responsável pelo projeto arquitetônico da Senzala do Barro Preto, sede histórica do bloco na ladeira do Curuzu, onde se realizam alguns dos mais importantes eventos do Ilê. Sua escuta sensível, atenção às orientações da diretoria e cuidado na escolha dos profissionais que integraram o projeto, como o Professor Thales de Azevedo Filho, marcaram profundamente essa parceria.
“Pedro foi mais que um arquiteto. Foi um irmão para o Ilê, alguém que entendia nossa história, nossa luta e o que significava construir a Senzala do Barro Preto. Ele nos presenteou com talento, afeto e respeito”, afirma Antonio Carlos “Vovô”, fundador do bloco.
Homem de múltiplos talentos, Pedro também era conhecido pela generosidade e pela paixão pela culinária, tendo reunido a diretoria do Ilê em um almoço afetivo em sua residência na Avenida Paulo VI, gesto lembrado com carinho pelos que conviveram com ele.
Irmão da professora Maria Augusta Rocha Rosa, ex-secretária de Educação no governo Waldir Pires, Pedro deixa um legado que ultrapassa a arquitetura. O Ilê Aiyê se solidariza com familiares, amigos e admiradores neste momento de dor, agradecendo por tudo que Pedro construiu para sua comunidade, sua cidade e sua gente.
