Foto: Mateus Pereira/GovBa
Plano ABC+ Bahia: entidades apresentam resultados de ações sustentáveis na produção agropecuária nos últimos cinco anos
Os resultados dos primeiros cinco anos do Plano ABC+ Bahia, estratégia coordenada pela Secretaria de Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura (Seagri), foram apresentados em reunião realizada no Auditório do Pavilhão do Governo, no Parque de Exposições de Salvador, dentro da programação da Fenagro 2025. Na ocasião, os destaques foram para os dados de três membros do programa: Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), Fundação Bahia e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).
Uma das ações que mais se destacaram foi a sensibilização dos agricultores e produtores rurais para a necessidade de implantação de práticas sustentáveis no plantio. "A meta do Plano ABC+ Bahia foi de sensibilizar 100 mil produtores em cinco anos, e já foram alcançados 314 mil, através de palestras, workshops e oficinas. Também houve um movimento junto às instituições financeiras para facilitação de crédito. São números que animam e que podem ajudar a ajustar metas para os próximos cinco anos", salientou a assessora técnica da Seagri, Waleska Viana.
Também foi apontada a necessidade de envolvimento dos setores pecuário e da avicultura no plano, assim como a implantação do sistema de plantio direto em produções como o de hortaliças, para reduzir a emissão de gases do efeito estufa na atmosfera. "Estudos apontam que o setor agropecuário é responsável por 44% das emissões de gases na atmosfera. A meta do ABC+ Bahia é mitigar 117 milhões de toneladas de carbono ao final do plano", completou Waleska.
Presente na reunião, a presidente da Associação dos Pequenos Produtores de Maracás, Zenóbia Morbeck, ressaltou a importância do Plano ABC+ Bahia para os pequenos produtores e a necessidade de envolvimento maior dos gestores públicos municipais na disseminação das informações, considerando um estado que possui grande extensão territorial, com 417 municípios.
“A maioria desses municípios são de pequeno e médio porte, e para o produtor rural dessas localidades sair de sua cidade para obter esse conhecimento é bem difícil. Então os secretários e consórcios municipais também possuem essa responsabilidade de levar essas metas para serem cumpridas nos seus municípios, sobretudo os do semiárido. O bioma caatinga, por exemplo, se sobressai na geração de créditos de carbono, mas muitos produtores não sabem disso. Então, é hora de todos se juntarem nesse propósito de levar conhecimento ao homem do campo”, salientou.
Metas para 2030
Com a participação de 22 instituições no comitê gestor estadual, o Plano ABC+ Bahia tem atuação de dez anos e possui diversas metas a serem atingidas até 2030. A estratégia incentiva práticas de baixo carbono, incluindo plantio direto, recuperação de áreas degradadas, sistemas irrigados com aumento da produção de forma sustentável, e integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF).
As linhas de ação envolvem práticas para manejo de paisagens degradadas, com utilização de biomassa vegetal para promover a recuperação da capacidade produtiva; sistema de plantio direto de hortaliças, com utilização de tecnologia para manejo de solo e culturas utilizando mínimo revolvimento e cobertura permanente do solo, e de diversificação de plantas para rotação de cultivos.
Além disso, também envolve sistemas irrigados, com aumento da produção de forma sustentável; manejo de resíduo da produção animal; estímulo da utilização de terminação intensiva entre produtores de bovinos de corte e recuperação de nascentes, dentre outros itens.
