Ana Ferrari: brasileira leva ao Egito instalação que mescla arte, ciência e espiritualidade. Créditos: Giulia de Sanrio
Ana Ferrari é a única brasileira a integrar elenco da 5ª edição da 'Forever Is Now'
Desde o seu lançamento em 2021, a Forever Is Now vem construindo sua reputação como uma das exposições de arte mais extraordinárias do mundo, apresentando obras contemporâneas de renomados artistas internacionais em diálogo com o cenário atemporal das Pirâmides de Gizé.
Na 5ª edição, que anunciou elenco e tema nesta recebntemente no Cairo, um dos grandes nomes da temporada é a artista brasileira Ana Ferrari, cujo trabalho tem como base fundamental a transformação do invisível em visível.
Única sul-americana e brasileira presente na edição 2025 (que reúne 10 artistas de países como Itália, Portugal, França, Rússia, Estados Unidos, Holanda, Coreia do Sul, Libano, Turquia, Benin e Egito), ela apresentará a instalação VENTO, uma meditação poética sobre as forças invisíveis que animam nosso mundo. A obra, que sintetiza o DNA criativo da artista ao mesclar arte, ciência e espiritualidade, encapsula sua essência na frase: “Reforçando a conexão com a natureza e destacando a energia invisível que molda nossa vida.”
VENTO surge como um portal de energia, interagindo com o movimento do vento para criar música, elevando a frequência vibratória em sintonia com um dos portais mais importantes da Terra. Ao mesclar arte e ciência, Ana convida os espectadores a experienciarem a interação melódica do vento como um testemunho vivo do ritmo profundo entre a humanidade e o cosmos, puro em sua ressonância natural.
A instalação, meticulosamente estudada no ateliê da artista, integra a cimática (estudo dos padrões físicos que as ondas sonoras formam quando interagem com um meio físico), com cada nota única das flautas sendo precisamente gravada em sua câmara de ressonância, usando tecnologia a laser, estruturando a forma e revelando padrões vibracionais intrínsecos. A obra, que convida o vento a ser seu músico, é composta por um conjunto de 21 flautas de alumínio polido, dispostas em formação espiral — o símbolo mais antigo do vento, refletindo seu movimento dinâmico pela vida. A inspiração vem da reverência egípcia antiga ao som e à frequência, evidenciada nos mistérios acústicos das pirâmides.
A exposição Forever Is Now, que conecta o patrimônio egípcio ancestral com a arte contemporânea global, apresentando instalações e esculturas que exploram temas de imortalidade, transcendência e criatividade humana, acontece de 11 de novembro a 7 de dezembro nas Pirâmides de Gizé, no Egito, como parte dos eventos de abertura oficial do Grand Egyptian Museum, com organização Art D'Égypte e Culturvator.
Sobre Ana Ferrari
Ana Ferrari é uma artista brasileira cujo trabalho se fundamenta em pesquisas inovadoras sobre animismo, sistemas cristalinos e cimática, explorando a interconexão universal e as frequências que permeiam a natureza. Com uma base estrutural que harmoniza Arte, Ciência e Espiritualidade, ela transcende o material, mergulhando na consciência humana, campos magnéticos e nas vibrações que unem todos os seres. Sua sensibilidade singular permite construir pontes entre o tangível e o intangível, tecendo mitos, processos naturais e símbolos em experiências sensoriais.
Multidisciplinar, Ana trabalha com esculturas, instalações artísticas, joias e outras expressões, destacando-se pelo uso de metais como ouro, prata, latão, alumínio e aço, além de vidro, pedras e madeira — materiais que refletem a energia intrínseca e a beleza da natureza em ressonância com sua pesquisa. Enraizada no animismo, que reconhece a energia vital em todos os seres, nos sistemas cristalinos que simbolizam a ordem universal e na cimática que revela padrões sonoros, sua prática artística floresce por meio de colaborações com instituições como a Galeria Nara Roesler, o museu A CASA e o Museu SFERIK, onde foi Diretora Criativa e Curadora Cultural por dois anos. Também esteve presente em exposições paralelas na Bienal de Veneza, Art Basel e Milan Design Week. Sua jornada por cinco continentes, investigando origens culturais e visões de mundo, enriquece seu trabalho. Alinhada ao rigor da ciência e à profundidade da espiritualidade, ela se destaca como uma voz singular na arte contemporânea.
Por Camila Barbieri
