Nesta sexta-feira (29), último dia da 11ª edição do Semiárido Show, a Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR) promoveu o intercâmbio de 180 agricultores e agricultoras familiares. Os participantes são beneficiários de tecnologias sociais, como a Cisterna Calçadão e o Barreiro Trincheira, implantadas pelo programa Mais Água para Produção, em parceria com o Programa Bahia Sem Fome. A iniciativa possibilitou aprendizado, troca de experiências e o fortalecimento da convivência sustentável com o semiárido.

De acordo com a coordenadora do programa Água para Todos da CAR, Kamilla Santos, a presença dos agricultores na feira representa muito mais que acesso a novas tecnologias. “A cisterna não é só o processo construtivo, ela envolve também a formação das famílias sobre a importância da convivência com o semiárido. Os intercâmbios são fundamentais porque dão a oportunidade de conhecer outras experiências, enriquecer a prática na propriedade, aprender sobre manejo, cultivo e sistemas agroalimentares. Essa vivência motiva e inspira os agricultores a melhorarem seus sistemas produtivos ao retornarem para suas comunidades”, destacou.

O técnico da CAR, Sérgio Cerqueira, reforçou o papel estratégico do Semiárido Show na difusão de soluções que transformam realidades. “Esse é um espaço de troca de saberes. Hoje, com 15 instituições parceiras, o projeto está executando mais de 2.800 tecnologias em 45 municípios baianos. Cada gota de água armazenada aqui representa esperança para o agricultor familiar. Eles levam experiências novas e práticas que podem adaptar em suas propriedades, multiplicando esse conhecimento nas comunidades”.

Rosimar Maria de Miranda, da comunidade quilombola de Alagoinha, no município de Gentio do Ouro, ressaltou a importância da cisterna. “A água do calçadão vai nos ajudar a manter as plantações, melhorar a alimentação e gerar renda para as famílias. O intercâmbio trouxe muito conhecimento e fortaleceu nossa comunidade”.

O agricultor Flávio, de Mirante, comemorou a realização de um sonho:“Antes eu queria manter minha agrofloresta, mas perdia mudas por falta de água. Agora, com a cisterna, posso dar continuidade ao meu projeto. Esse intercâmbio me trouxe um conhecimento enorme. Antes era só sonho, agora posso realizar”.

Já a agricultora Carina Oliveira Silva, do município de Anagé, destacou o aprendizado coletivo. “Participar desse intercâmbio foi enriquecedor. Pude conhecer práticas de recaatingamento e agrofloresta que já trabalhamos, mas que agora levarei ainda mais fortalecidas para minha comunidade”.

O técnico de campo Ronival Ferreira, que acompanha agricultores em Gentio do Ouro, Barra do Mendes e Itaguaçu, também ressaltou a relevância do encontro. “O intercâmbio é fundamental tanto para agricultores quanto para nós, técnicos. Aprendemos novas práticas e levamos ideias que podem transformar as comunidades atendidas”.