
Secretário de Justiça da Bahia fala sobre combate ao hiperencarceramento e destaca ações do Bahia pela Paz
"Não podemos seguir apostando na privação de liberdade como único
mecanismo para enfrentar a violência". A declaração é do secretário de
Justiça e Direitos Humanos da Bahia (SJDH), Felipe Freitas, feita nesta
terça, 12, na mesa de abertura da Conferência Nacional de Monitoração
Eletrônica , em São Luiz do Maranhão. O gestor baiano afirma que é
preciso promover mecanismos alternativos que contribuam para a
responsabilização de quem cometeu crime, mas que não siga apostando
apenas em presídios superlotados.
"Não adianta investir em prisões como única ferramenta da política
penal. É preciso que haja investimento em mecanismos mais modernos e
eficientes no combate à criminalidade", completou, na mesa sobre
"Política Penal, Garantias Fundamentais e o Futuro da Monitoração
Eletrônica no Brasil", que dividiu com o pesquisador da UERJ
(Universidade Estadual do Rio de Janeiro), professor Ricardo Urquizas
Campelllo.
De acordo com Freitas, a monitoração eletrônica é uma ferramenta
disponível para o aperfeiçoamento do sistema prisional e pode colaborar
para outros mecanismos de controle alternativos à privação de liberdade.
"Precisamos investir no aprimoramento deste instrumento para que ele
seja útil na ressocialização e não seja apenas um instrumento de estigma
e preconceito contra as pessoas que o utilizam no cumprimento da pena",
disse.
O secretário de Justiça e Direitos Humanos explicou, ainda, que o
'Bahia pela Paz', programa coordenado por sua pasta, vai atuar na
efetivação da estratégia de Monitoração na Bahia. "Através dos Coletivos
Bahia pela Paz, pretendemos oferecer alternativas para as pessoas que
passaram pelo sistema prisional e vamos estimular estas pessoas a
retomarem sua trajetória livres das dinâmicas criminais e da
estigmatização", explicou. Os Coletivos Bahia pela Paz, a que se refere,
são equipamentos públicos que funcionam como uma porta de entrada para a
juventude de comunidades vulnerabilizadas buscarem ampliar seus
horizontes, de suas famílias e comunidades. Implementado há cerca de um
ano, o programa Bahia pela Paz tem nos Coletivos sua principal
estratégia de intervenção comunitária.
Fonte: Ascom/SJDH