As receitas geradas pelo turismo internacional no Brasil atingiram níveis inéditos. De janeiro a novembro, turistas internacionais movimentaram US$ 7,17 bilhões na economia brasileira, 8,41% a mais em relação ao mesmo período de 2024. Foto: MTur
Recordes históricos: em 2025, turismo abriu as portas do Brasil para o mundo
Seja pela beleza
incomparável, a cultura marcante ou a hospitalidade característica, o
Brasil termina o ano como destaque no cenário global também no turismo. O
momento é histórico: mais de 9 milhões de turistas estrangeiros
visitaram o país em 2025, recorde que colocou o Brasil no centro das
atenções internacionais. O volume representa um crescimento expressivo
de 40% em comparação ao ano passado, que havia registrado 6,7 milhões de
turistas. O número supera em 30% a previsão para 2025, que era de 6,9
milhões. Voos lotados, hotéis e meios de hospedagem em alta e praias
cheias nos principais destinos neste fim de ano consolidam também o
mercado interno como importante componente da equação do setor.
“O turismo tem que
ser do povo, pelo povo e para o povo. Promovendo eventos que geram
alegria, emprego e renda. Promovendo o acesso dos nossos belos destinos a
quem ganha menos no país, que é a maioria da população. Porque
felicidade e alegria não podem ser questão de classe social: têm de ser
símbolo da justiça social, da igualdade”, apontou Gustavo Feliciano,
ministro do Turismo, durante a cerimônia de posse em dezembro.
O desempenho do
país superou localidades que também tiveram forte expansão turística,
como Vietnã, Egito, Etiópia e Japão. Para o presidente da Embratur,
Marcelo Freixo, os números reforçam o potencial brasileiro. “A energia
do Brasil contagiou o mundo, provando o sucesso das nossas estratégias
de promoção. Somos o país com maior crescimento no turismo internacional
em todo o planeta, alcançando um novo patamar de competitividade
global. Sentimos o efeito prático desse avanço na geração de emprego e
renda para milhares de famílias brasileiras”, avaliou Freixo.
“A marca histórica
de 9 milhões de turistas estrangeiros é resultado de um trabalho sério,
técnico e integrado com todo o setor. O Brasil voltou ao mapa do turismo
mundial mais forte e preparado. O crescimento impulsiona a economia e
reforça o compromisso de fazer do turismo uma das grandes forças do
desenvolvimento nacional”, analisou Celso Sabino, ex-ministro do
Turismo.
BRASIL LÍDER
Segundo o relatório Barômetro Mundial do Turismo (World Tourism
Barometer), da ONU Turismo, divulgado em novembro, o Brasil consolidou a
posição de referência no mapa do turismo global, apresentando o maior
crescimento nas chegadas de visitantes estrangeiros entre os principais
destinos internacionais.
EMISSORES
A Argentina se destacou como o maior país emissor de turistas para o
Brasil. Em 11 meses, os destinos brasileiros registraram a chegada de
3,1 milhões de argentinos, total 82,1% maior que no mesmo período de
2024. O segundo lugar entre os emissores ficou com o Chile, com 21.497
entradas entre janeiro e novembro de 2025. Em terceiro lugar estão os
Estados Unidos, com 677.888 chegadas, seguido pelo Uruguai, com 487.514
turistas. Na quinta posição está o Paraguai, com 454.327 desembarques
estrangeiros.
NACIONAL
O turismo dos brasileiros dentro das próprias fronteiras não ficou para
trás: 83,2 milhões de passageiros circularam em voos domésticos nos
primeiros dez meses, consolidando o Brasil como o quarto maior mercado
doméstico de aviação do mundo. Levantamento realizado pelo Ministério do
Turismo (MTur), em parceria com a Nexus – Pesquisa e Inteligência de
Dados, mapeou as preferências dentro do país: Fernando de Noronha (PE),
Porto de Galinhas (PE) e Lençóis Maranhenses (MA) lideram o ranking dos
destinos turísticos que mais despertam o interesse dos brasileiros.
INFRAESTRUTURA
De acordo com o Ministério do Turismo, mais de 90% da força produtiva
do turismo nacional vem das micro, pequenas e médias empresas do setor
de infraestrutura turística. O Novo Fundo Geral do Turismo (Fungetur)
foi um dos principais motores desse sucesso, com 4,99 mil operações
realizadas, resultando em crédito de R$ 2,34 bilhões para
estabelecimentos de turismo desde 2023. Estes investimentos têm
impulsionado a infraestrutura turística, melhorando a qualidade dos
serviços e aumentando a competitividade do Brasil no cenário nacional e
internacional.
EMPREENDIMENTOS
O Cadastro dos Prestadores de Serviço Turístico (Cadastur) também teve
uma expressiva evolução, com 183 mil empreendimentos cadastrados,
reforçando a qualidade e a acessibilidade dos serviços oferecidos ao
público visitante. “É através do turismo que nós conseguimos gerar renda
para as nossas famílias”, diz o artesão Simão Bezerra. Desde criança,
ele gostava de fazer os próprios brinquedos e, dessa paixão, aprimorou
as técnicas. Hoje, cria e vende artesanatos para turistas que visitam a
cidade de Novo Airão, no Amazonas.
NEGÓCIOS
O turismo de negócios também segue em alta, com o Brasil superando R$
11 bilhões em faturamento até outubro de 2025, o que solidifica o
segmento na geração de empregos, renda e investimentos em todo o país.
As viagens corporativas somaram R$ 1,34 bilhão, com destaque para
hotéis, serviços aéreos e cruzeiros, que registraram o maior crescimento
percentual.
VAGAS
Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), de
janeiro a outubro, foram mais de 1,5 milhão de admissões formais em
áreas relacionadas ao turismo, com um saldo positivo de 90,5 mil novos
postos de trabalho. Esse avanço consolida o país como um dos destinos
mais dinâmicos do mundo, se tornando, também, um dos 20 melhores
destinos de turismo de negócios, segundo a ONU Turismo.
COP30
Outro fator crucial para o sucesso do protagonismo turístico brasileiro
em 2025 foi a realização da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança
do Clima (COP30) no Brasil. O evento internacional não apenas reforçou a
imagem do país como um destino sustentável, mas também atraiu milhões
de turistas interessados na agenda ambiental global. A COP30 em Belém
(PA) foi um marco, destacando a importância do Brasil no cenário mundial
em termos de preservação ambiental e turismo responsável.
Exemplo disso foi o
lançamento da Trilha Amazônia Atlântica, a maior trilha sinalizada da
América Latina. Lançada pelo Governo do Brasil durante o COP30, a
atividade une conservação ambiental, promoção de emprego, renda e lazer
ao convidar turistas para uma imersão profunda da cultura, história e
biodiversidade do Pará. O percurso de 468 quilômetros de extensão
conecta atrativos históricos, áreas protegidas e comunidades
tradicionais, com o objetivo de oferecer uma experiência autêntica da
Amazônia.
A culinária e a
receptividade do povo paraense foram outros pontos memoráveis ao longo
do período da COP30. “O povo de Belém é um povo extraordinariamente
alegre, e qualquer convidado estrangeiro vai se sentir em casa aqui. E
nós temos uma culinária invejável. Eu penso que os estrangeiros que
estiverem aqui, quando sentarem à mesa e começarem a ver a diversidade
da nossa culinária, eles vão sair daqui muito orgulhosos de terem
conhecido a cidade e o povo”, declarou o presidente Luiz Inácio Lula da
Silva.
GRANDES EVENTOS
Esse também foi o ano do Brasil sediar grandes cúpulas globais e
eventos, sendo visto não apenas como um destino de lazer, mas um hub
logístico e diplomático. A Cúpula do BRICS, por exemplo, realizada em
julho no Rio de Janeiro, reconfigurou a percepção internacional do país.
Carnaval, feiras, Fórmula 1 e shows também contribuíram para o sucesso
do turismo. Somente o Carnaval de 2025 mobilizou mais de 53 milhões de
pessoas e gerou receitas superiores a R$ 12 bilhões. Esse intenso
movimento beneficiou diretamente setores como alimentação, transporte e
hospedagem. Já o show de Lady Gaga realizado no mês de maio, em
Copacabana, gerou um impacto econômico estimado em R$ 600 milhões,
atraindo entre 1,6 milhão e 2 milhões de pessoas.
PREVISÃO
Com a alta temporada de verão chegando, companhias do setor programaram
150 mil voos e 20 milhões de assentos no período de dezembro de 2025 a
fevereiro de 2026, somando destinos nacionais e internacionais. Os dados
são da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear). Trata-se de
uma alta de 15% em relação ao mesmo período de 2024, com a oferta de
mais de 9 mil voos extras e 1,4 milhão de assentos adicionais.
