
A missão ocorrerá em Nova Delhi entre 15 e 17 de outubro deste ano e marca uma nova etapa da Parceria Estratégica Brasil-Índia, em contexto de forte crescimento do intercâmbio comercial. - Foto: Cadu Gomes/VPR
Alckmin lidera missão multissetorial à Índia para buscar mais comércio, investimentos, empregos e cooperação em áreas estratégicas
O
vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria,
Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, inicia nesta quarta-feira
(15/10) missão oficial à República da Índia, com foco em aumentar o
fluxo bilateral de comércio e investimentos, além de gerar empregos em
ambos os países.
A missão
ocorrerá em Nova Delhi entre 15 e 17 de outubro de 2025 e implementará
os objetivos traçados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o
Primeiro-Ministro da Índia, Narendra Modi, durante visita de Estado ao
Brasil, em 8 de julho passado. Também marca uma nova etapa da Parceria
Estratégica Brasil-Índia, estabelecida em 2006, e ocorre em contexto de
forte crescimento do intercâmbio comercial.
“Estou
indo à Índia com o espírito de abrir mercados e aumentar o comércio. Nós
podemos ter muita complementaridade econômica e investimentos
recíprocos”, disse Alckmin. “Vamos também preparar a visita do
presidente Lula à Índia, prevista para fevereiro do ano que vem”,
completou.
"Estou
indo à Índia com o espírito de abrir mercados e aumentar o comércio.
Nós podemos ter muita complementaridade econômica e investimentos
recíprocos. Vamos também preparar a visita do presidente Lula à Índia,
prevista para fevereiro do ano que vem"
Geraldo Alckmin
Vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços
De
janeiro a maio deste ano, as exportações brasileiras para a Índia
aumentaram 14,8% (atingindo US$ 2,395 bilhões), enquanto as importações
cresceram 31,8%, quando comparadas ao mesmo período do ano passado.
A Índia
já é um dos principais parceiros comerciais do Brasil. Ocupa posição
estratégica como 11º destino das exportações brasileiras e sexto
fornecedor ao Brasil em 2024. “O objetivo é expandir ainda mais o fluxo
de comércio bilateral, que já é o sétimo maior do Brasil”, disse
Alckmin.
MISSÃO MULTISSETORIAL PÚBLICO-PRIVADA
A comitiva inclui os ministros da Saúde, Alexandre Padilha, e da
Defesa, José Múcio Monteiro, além de líderes empresariais de diversas
áreas.
Também
estarão presentes autoridades e representantes dos ministério das
Relações Exteriores (MRE); da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(MAPA); de Minas e Energia (MME); do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior (MDIC) e da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
Participarão da delegação representantes da Agência Espacial Brasileira
(AEB), Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos
(APEX-Brasil), Anvisa, Fundação Oswaldo Cruz e Petrobras.
O
programa da visita prevê reuniões de trabalho com os ministros da
Defesa, Rajnath Singh; do Comércio e da Indústria, Piyush Goyal; dos
Assuntos Estrangeiros, Dr. S. Jaishankar; do Petróleo e Gás Natural,
Hardeep Singh Puri; e outras altas autoridades.
DIÁLOGO EMPRESARIAL BRASIL-ÍNDIA
No dia 16 de outubro, está prevista a participação do vice-presidente
no Diálogo Empresarial Brasil-Índia, fórum coordenado pelo Departamento
de Promoção Comercial, Investimentos e Agricultura do Itamaraty, com o
apoio da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos
(APEX-Brasil). Participam do evento a Confederação Nacional da Indústria
(CNI) e a Federação das Câmaras de Comércio e Indústria da Índia
(FICCI).
Do lado
brasileiro, participarão empresários dos setores de alimentos, bebidas,
agronegócio, construção, tecnologia, química e saúde, máquinas e
equipamentos, energia e moda. “É uma missão de trabalho para abrir
comércio, investimentos e gerar emprego em ambos os países. O Brasil
está de portas abertas para fazer mais, melhor e mais rápido com a
Índia”, disse Alckmin.
No âmbito
da programação, a CNI e a FICCI celebrarão a assinatura de Memorando de
Entendimento para a criação do Fórum Empresarial de Líderes
Brasil-Índia. O novo mecanismo permanente de diálogo entre os setores
privados dos dois países terá como propósito aprofundar as relações
econômicas e comerciais, estimular parcerias estratégicas e apresentar
recomendações conjuntas aos governos em temas prioritários, como
inovação, transição energética, infraestrutura e facilitação de
investimentos. A primeira reunião das empresas integrantes do mecanismo
será organizada em 2026, por ocasião da visita presidencial à Índia.
DECISÃO POLÍTICA DE APROFUNDAR PARCERIA ESTRATÉGICA
Em 2025, Brasil e Índia celebram 76 anos de relações diplomáticas.
Ambos mantêm, desde 2006, uma Parceria Estratégica e cooperam
intensamente em fóruns como BRICS, G20 e IBAS (fórum de diálogo e
cooperação trilateral entre Índia, Brasil e África do Sul).
A missão
de Alckmin à Índia continua a implementação do que foi decidido entre o
presidente Lula e o primeiro-ministro Narendra Modi durante a visita de
Estado do líder indiano ao Brasil, em 8 de julho passado. A essa visita,
seguiu-se um telefonema entre os dois líderes, em 7 de agosto passado,
quando acertaram sobre a missão de Alckmin à Índia e reforçaram a meta
de elevar o comércio bilateral para US$ 20 bilhões até 2030. Também
concordaram em iniciar negociações para a ampliação do Acordo de
Comércio Preferencial Mercosul-Índia ainda este ano.
A missão
brasileira buscará aprofundar a cooperação ao longo dos cinco eixos
estratégicos definidos pelos líderes brasileiro e indiano: defesa e
segurança; segurança alimentar e nutricional; transição energética e
mudança do clima; transformação digital e tecnologias emergentes; e
parcerias industriais em áreas estratégicas.
EXPANSÃO DO ACORDO MERCOSUL-ÍNDIA
Um dos pontos centrais da agenda é a ampliação do acordo de
preferências tarifárias Mercosul-Índia, que hoje cobre apenas cerca de
450 linhas tarifárias. A Câmara de Comércio Exterior (CAMEX) já aprovou o
mandato para a negociação de um cronograma de ampliação dessas
preferências, permitindo maior diversificação de produtos com redução de
tarifas. Brasil e Índia têm ingredientes essenciais para a transição
energética: tecnologia, escala e inclusão. Podemos crescer juntos e de
forma sustentável”, destacou o vice-presidente.
DESTAQUES DA AGENDA:
Complexo Industrial da Saúde:
reforço da cooperação com a indústria farmacêutica indiana,
especialmente na produção de genéricos e insumos médicos, para
fortalecer o SUS e diversificar fornecedores.
Biocombustíveis e transição energética:
Brasil e Índia, ao lado dos Estados Unidos, lideram o potencial global
de produção de combustível sustentável de aviação (SAF). A Índia busca
atingir 20% de etanol na gasolina, e o Brasil já tem experiência
consolidada com etanol e biodiesel.
Defesa e indústria aeronáutica:
a Embraer inaugura seu escritório regional em Nova Delhi durante a
missão, abrindo espaço para novas parcerias em tecnologia e produção
conjunta.
Agroindústria e segurança alimentar: ampliação das exportações de proteínas e produtos agroindustriais brasileiros para o mercado indiano.
Transformação digital: cooperação em infraestruturas públicas digitais e data centers, inspirada nas soluções tecnológicas indianas.
COMÉRCIO
Em 2024, o
comércio com a Índia totalizou US$ 12 bilhões, um acréscimo de 4,7% em
relação a 2023, o que manteve a Índia na posição de 10º maior parceiro
comercial do Brasil. As exportações foram de US$ 5,26 bilhões, sendo a
Índia o 13º destino de exportações brasileiras. As importações foram de
US$ 6,8 bilhões, o que fez da Índia a 6ª maior origem de importações
pelo Brasil
Em 2024,
os principais produtos exportados para a Índia foram: açúcares e melaço
(31%), petróleo bruto (23%), gorduras e óleos vegetais (14%), e algodão
(3,5%). Na pauta de importações, predominaram compostos químicos (18%),
combustíveis derivados de petróleo (6,8%), inseticidas (6,6%) e
medicamentos (6,3%). Entre setembro de 2023 e setembro de 2025, foram
realizadas cerca de 90 missões brasileiras de promoção comercial e de
investimentos à Índia, buscando oportunidades de negócios, notadamente
nas áreas de defesa, agricultura e energia.
ECONOMIA
A Índia,
país mais populoso do mundo, superou o Reino Unido em PIB nominal, tendo
alcançado a posição de quinta maior economia do mundo. Prevê-se que se
torne a 4ª economia até 2026, superando o Japão. O governo indiano tem
planos de tornar a Índia uma “nação desenvolvida” até 2047, ano em que o
país celebrará 100 anos de independência.
Segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), a Índia é o segundo maior produtor agrícola do mundo (atrás da China), em termos de valor da produção, e o Brasil, o quarto. Em termos de exportação agrícola, o Brasil é o terceiro do mundo, e a Índia, o nono.
Fonte: Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República