
Foto: Angelino de Jesus (OAB-BA)
OAB-BA intensifica fiscalização e identifica mais de 3,8 mil advogados atuando de forma irregular no estado
A
Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Bahia (OAB-BA) realizou ampla
operação de fiscalização para coibir a atuação irregular de
profissionais que exerciam atividades jurídicas no estado sem inscrição
suplementar. Com a digitalização dos processos judiciais e a ampliação
do trabalho remoto, a atuação de advogados de outras regiões do país na
Bahia se tornou mais frequente, exigindo um acompanhamento mais rigoroso
por parte da instituição.
“É um trabalho do qual recebemos
muitas cobranças, principalmente no interior, de colegas de outros
estados tirando o trabalho da advocacia daquela subseção sem ter a
inscrição da OAB Bahia.”, disse a presidente da OAB-BA, Daniela Borges.
Ao longo da campanha, foram identificados e notificados 3.842 advogados
que atuavam em mais de cinco processos sem a devida inscrição
suplementar contrariando nosso estatuto. A ação foi estruturada com foco
na abrangência, padronização de procedimentos e eficiência
administrativa, envolvendo diretamente a Secretaria de Anuidades e o
Tribunal de Ética e Disciplina da OAB-BA.
O processo contemplou
diversas etapas: mapeamento dos profissionais irregulares, envio de
comunicações oficiais, atendimento para esclarecimento de dúvidas,
regularização das inscrições suplementares e instauração de processos
disciplinares nos casos em que não houve adequação.
“É uma
demanda, em especial, dos presidentes que tiveram agravada a
concorrência interna pela atuação de colegas de outros estados que não
procederam com sua inscrição suplementar. A fiscalização não tem caráter
punitivo, mas educativo e protetivo, garantindo que a atuação no estado
ocorra dentro da legalidade. Todos foram notificados e 982 entraram em
contato para saber o que estava acontecendo. Destes, tivemos retorno de
545, dos quais geraram processos administrativos para regularização ou
para o TED no total de 282. Tivemos 129 encaminhamentos ao TED, dos
quais 87 foram instaurados e 55 já foram arquivados liminarmente”,
explicou o tesoureiro da OAB-BA, Daniel Moraes.
Entre as
principais causas relatadas pelas defesas dos profissionais notificados
estão o desconhecimento da norma, a mudança de domicílio profissional, a
atuação pontual e dúvidas sobre prazos e procedimentos de
regularização. Para reduzir essas situações, a OAB-BA lançará em breve
um FAQ no site institucional, com respostas às perguntas mais frequentes
sobre o tema.
Diante da realidade, o grupo de trabalho
identificou a necessidade de mudanças. “Precisamos aprovar uma resolução
para permitir a elaboração de um TAC para por fim aos processos éticos
como estímulo para a regularização. Essa minuta será avaliada na próxima
sessão do conselho e construirmos juntos a melhor proposta.”, destacou o
tesoureiro da OAB-BA, Daniel Moraes.
Diante do êxito da
operação, a seccional planeja evoluir para um modelo permanente e
proativo de fiscalização, com foco em três eixos:
• Regulamentar
procedimentos de identificação, notificação e regularização, assegurando
segurança jurídica e padronização institucional;
• Celebrar acordos com Tribunais para o recebimento automatizado de dados sobre a atuação profissional;
• Implementar rotinas automatizadas de fiscalização e aprimorar a comunicação institucional com a advocacia.