
Foto: Gustavo Nóia/Bianca Araújo
Regularização de associações e capacitação de lideranças fortalecem aldeias indígenas da Bahia
O Governo do Estado da Bahia está ampliando as oportunidades para povos indígenas ao investir na regularização institucional de associações e na capacitação de representantes e agentes comunitários indígenas. Até o momento, 83 organizações dos territórios do Norte e Oeste da Bahia já foram contempladas, beneficiando diretamente famílias de diversas aldeias.
A ação é executada pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional
(CAR), vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), em
parceria com a Sociedade Brasileira de Ecologia Humana (SABEH). O
projeto prevê a regularização de 205 organizações indígenas
e a formação de 410 agentes comunitários indígenas em todo o estado.
Segundo Giba Tuxá, da Aldeia Tuxá de Muquém do São Francisco, a
iniciativa representa um marco para as comunidades. “A associação
legalizada traz benefícios para a comunidade e a possibilidade de
estabelecer convênios com diversas instituições, além do acesso
a programas como o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos) e o PNAE
(Programa Nacional de Alimentação Escolar). Essa ação vai ficar na
história, porque está colocando as associações indígenas da Bahia em
dia”.
Além de promover o fortalecimento institucional, o projeto disponibiliza
ferramentas técnico-científicas que ampliam a participação social,
protegem direitos fundamentais e reforçam a igualdade étnico-racial dos
povos indígenas.
Em Muquém do São Francisco, um dos oito municípios do Oeste da Bahia já
atendidos, foram realizadas visitas a 15 aldeias indígenas, com
investimentos destinados à regularização documental junto a cartórios e à
Receita Federal, além da capacitação de lideranças
locais.
Para Patrícia Krin Si, liderança Pankararé e coordenadora-geral do
Movimento Unido dos Povos e Organizações Indígenas da Bahia (Mupoíba),
os resultados já são visíveis.
“Das associações, mais de 70% têm lideranças mulheres, jovens e anciãos.
Muitos desses anciãos foram fundadores dessas organizações, que hoje já
acessam políticas públicas e editais da CAR, conseguindo receber e
gerir seus próprios recursos”.
Até agora, 83 associações já foram regularizadas e outras 12 estão em
fase de finalização cartorial. Também foram capacitados 166
articuladores indígenas nos territórios de identidade Itaparica, Sertão
do São Francisco, Semiárido Nordeste II, Sisal, Litoral
Norte e Agreste Baiano, Região Metropolitana de Salvador, Bacia do Rio
Corrente, Bacia do Rio Grande, Velho Chico e Chapada Diamantina.
Esses articuladores já estão aptos a utilizar ferramentas tecnológicas e
a seguir os trâmites necessários para manter suas entidades em
conformidade jurídica, ampliando o acesso às políticas públicas. As
equipes técnicas agora se preparam para levar a iniciativa
também aos territórios Litoral Sul, Baixo Sul, Sudoeste Baiano, Médio
Sudoeste e Extremo Sul da Bahia.
A ação conta com a parceria da Gnuvem Startup, da Articulação dos Povos e
Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo
(APOINME) e do Mupoíba.
Por Silvia Costa