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Pela 1ª vez na Oceania e passando por Ribeirão Preto e BH, BaianaSystem roda o mundo com "Lundu Rock Show" em junho
Se “O Mundo Dá Voltas” (2025), novo disco do BaianaSystem, ganhou as ruas como uma sequência de “O Futuro Não Demora” (2019), “Lundu Rock Show" é o espetáculo que agora emerge como fruto desta interligação para concretizar essas voltas que o mundo dá. Literalmente. Neste sábado (14), o grupo leva o show ao festival João Rock, onde se apresenta pela terceira vez. Em seguida, para a sua primeira turnê pela Oceania, com três shows na Austrália e um na Nova Zelândia (veja mais abaixo). E o retorno ao Brasil, no dia 28, vai ser no Festival Sensacional, em Belo Horizonte.
Com raízes na música afro baiana e nas manifestações populares de rua, o show recém-estreado conduz ao palco um BaianaSystem em sua expressão mais catártica, folk e rock, equilibrada em sua conexão natural com o cancioneiro popular brasileiro.
Neste ato afro rock, muitos elementos se somam para ajudar a contar essa história, como a dança, com Elivan Conceição, que assume personagens como Saci e Capim-Guiné, levando para o palco a força dança de rua aliada à dança contemporânea da Bahia. O “Lundu Rock Show” reforça a importância da estética artística e visual do BaianaSystem, concebida por Filipe Cartaxo. Nas artes visuais e projeções do espetáculo, ele conta com a colaboração de Cau Gomez, cartunista, e Core, artista visual baiano que tem um trabalho importante nas ruas de Salvador.
Chegam também o brilho e a força do naipe de sopro, o baterista Jean Michell, que abre possibilidades na seção rítmica, e uma presença ainda mais forte da guitarra baiana com Agatha Clarissa, instrumentista representante da nova geração que tem em sua história pessoal uma ligação muito forte com esse instrumento tão emblemático para nossa cultura. Esta formação musical estará presente nos shows em solo brasileiro.
Para a Oceania, a caravana segue com Russo Passapusso (vocal), Roberto Barreto (guitarra baiana), Sekobass (baixo e synth), Claudia Manzo (vocal), Ubiratan Marques (teclados), João Meirelles (bases e eletrônicos), Junix 11 (guitarra), Ícaro Sá (percussão), Elivan Conceição (dança) e Filipe Cartaxo (artes audiovisuais).
Serão quatro shows na Oceania: Enmore Theatre, em Sydney (dia 18), Hota Outdoor Stage, em Golden Coast (dia 20), Northcote Theatre, em Melbourne (dia 22), e Powerstation, em Auckland (dia 24).
“O ‘Lundu Rock Show’ é mais que um show. É uma movimentação artística que faremos pelo Brasil e outros lugares do mundo. Historicamente, Lundu é a primeira permissão da música africana no Brasil, ecoando os tambores a se expressarem na sociedade em que não estavam inseridos. Agora, vemos a possibilidade de atualizar, deixar mais urbano, conectar com o que temos hoje ", conta o vocalista Russo Passapusso.
Entre a dança, o canto e a interpretação, o Lundu, manifestação cultural de origem africana introduzida no Brasil por escravizados, é agora incorporado à atmosfera do BaianaSystem também enquanto comportamento, em uma fusão com os personagens já consolidados no universo do grupo, em um resgate desta história de um passado que o futuro ainda não alcançou.
Por Marina Santa Clara