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Foto: Divulgação
Doença Renal Crônica avança no Brasil e especialistas alertam para diagnóstico precoce
Silenciosa e progressiva, a Doença Renal Crônica (DRC) já afeta cerca de 10% da população brasileira, segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia, e pode levar à perda total da função dos rins se não for diagnosticada precocemente. Associada a doenças como hipertensão e diabetes, a DRC muitas vezes evolui sem sintomas aparentes, sendo descoberta apenas em estágios avançados, quando as opções de tratamento se tornam mais limitadas. Neste Dia Mundial do Rim, celebrado nesta quinta-feira (13), especialistas alertam para a necessidade de exames preventivos e controle dos fatores de risco.
A doença é caracterizada pela perda gradual e irreversível da função renal por um período superior a três meses. As principais causas são hipertensão arterial, diabetes e doenças inflamatórias nos rins, mas fatores como obesidade, uso excessivo de anti-inflamatórios e histórico familiar de problemas renais também aumentam o risco. Para a coordenadora do Serviço de Nefrologia do Hospital Mater Dei Salvador (HMDS) e professora da Escola Bahiana de Medicina, Bárbara Oliveira, a relação entre a DRC e a mortalidade cardiovascular reforça a necessidade de um diagnóstico precoce. "Muitas pessoas descobrem a doença em estágios avançados, quando a função renal já está gravemente comprometida. A detecção precoce pode retardar sua progressão e evitar complicações que exigem terapias de substituição renal como a hemodiálise “ explica a especialista.
Nos primeiros estágios, a doença pode não apresentar sintomas, o que dificulta seu diagnóstico. Em fases mais avançadas, os sinais incluem inchaço nos membros inferiores, fadiga persistente, náuseas, perda de apetite e alterações na urina. O diagnóstico é feito por meio de exames laboratoriais, como a dosagem da creatinina no sangue.
O tratamento varia de acordo com o estágio e etiologia da doença. Em fases iniciais, mudanças no estilo de vida, controle rigoroso da pressão arterial e dos níveis de glicose alem do uso de medicamentos específicos para retardar a progressão da DRC e que já estão disponíveis no mercado são de extrema importância. Por isso é fundamental procurar um nefrologista. Nos casos mais graves, a terapia de substituição renal se torna necessária, sendo realizadas hemodiálise, diálise peritoneal ou transplante renal. Em Salvador, o HMDS oferece um serviço completo de nefrologia, com estrutura moderna para atendimento ambulatorial e hospitalar. A unidade conta com uma clínica de hemodiálise equipada com 15 boxes individuais, suporte nutricional e psicológico, além de equipe especializada para garantir um atendimento mais humanizado aos pacientes renais crônicos.
Criado para conscientizar a população sobre a saúde renal e a importância da prevenção, o Dia Mundial do Rim acontece sempre na segunda quinta-feira de março e reforça a necessidade de diagnóstico precoce para evitar o avanço da DRC.
Por Cinthya Brandão