
Psicólogo e Mestre em Psicologia Vladimir Nascimento/Foto: Arquivo O Candeeiro
ARTIGO - FILHOS VERSUS RELACIONAMENTO = Por Vladimir Nascimento
Por mais absurdo que pareça, não é incomum depararmos com casais que – vivenciando demasiados e recorrentes conflitos na relação – optam pela preservação de um convívio matrimonial supostamente harmônico, para não infringir as convenções sociais, não abalar a “reputação” familiar, nem escandalizar a comunidade religiosa.
Preservar
esse relacionamento é bastante nocivo para os filhos, cuja saúde psíquica será
bem mais resguardada com a separação, nesse caso, do que o casamento de
aparência.
Mas o divórcio também não é garantia de saúde mental, principalmente se os adultos não souberem lidar com a situação e envolver os filhos nesse problema, com comentários do tipo: “Agora você é o homem da casa”; “Fique de olho em seu pai e me avise se ele estiver saindo com outra mulher”. Pais e mães precisam carregar o fardo da decisão e não relegá-lo aos filhos.
Relacionamentos
nem sempre perduram, mas os filhos sim. Portanto, aproveite-os de maneira intensa,
interagindo através de uma relação solidificada pela qualidade, não apenas pela
quantidade de tempo. Quando estiver com seus filhos o mais importante é que ele
se sinta ouvido e cuidado.
Mesmo divorciado, assuma sua parte no fazer educacional filial, independente do sentimento pelo seu ex-parceiro/parceira. Mas se por acaso você estiver em um relacionamento, não transfira para o outro uma responsabilidade que também é sua. Não existe “coisa de mãe” ou “coisa de pai”. Pai pode brincar, levar pra passear; mãe pode levar o filho na escola, contar histórias para dormir; enfim, o mais importante é estar interligado física e emocionalmente com seus filhos.
Obviamente
que desentendimentos são inevitáveis em qualquer relação humana, mas os adultos
sabem quando essas pequenas discordâncias podem desencadear um conflito maior.
Cientes desse termômetro faz-se necessário blindar as crianças desses episódios
mais calorosos, postergando o alinhamento das arestas conjugais para um momento
em que elas não estejam. Afinal, problemas de adultos precisam ser resolvidos
pelos adultos
Vladimir de Souza Nascimento
Psicólogo, mestre em Psicologia (UFBA), autor do livro DIFERENÇAS e Palestrante.
CRP-03/4531
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