Lívia Natália, Angela Fraga, Ordep Serra, Nadjane Estrela e Edilene Matos / Foto: Nilma Gonçalves
Em noite de emoção, Academia de Letras da Bahia inaugura Conferência Myriam Fraga
A
Academia de Letras da Bahia (ALB) testemunhou momentos de muita emoção,
na noite de ontem (12), durante a I Conferência Myriam Fraga.
Acadêmicos, familiares, estudantes e o público em geral prestigiaram a
primeira edição do evento em homenagem à poeta e imortal da ALB, que
faria 87 anos este mês. Inspirada
em cátedras comuns em instituições culturais da Europa e dos EUA,
quando homenageiam pessoas de destaque em sua área de atuação, a Conferência Myriam Fraga passa a ser realizada a cada dois anos, com convidados e temas diferentes. “Nessa
homenagem, os convidados podem falar livremente sobre temas que foram
de interesse do homenageado, da homenageada. No caso de Myriam, a
filosofia, a literatura, política cultural, artes, cultura de um modo
geral… o leque é muito amplo. Decidi escolher uma poeta baiana das mais
consagradas hoje, que é a professora e escritora Lívia Natália, para
pronunciar a primeira palestra. Isso vai ficar registrado na história da
Academia. Fiquemos felizes, porque a musa está presente”, destacou
Ordep Serra, presidente da ALB, em seu discurso de abertura. Ocupante
da Cadeira 13, que foi de Myriam Fraga, a Acadêmica Edilene Matos
defendeu a homenagem e ressaltou que este passa a ser um espaço de
colaboração e pesquisas em torno da poesia e da literatura. “Distinguida
por seus pares para dar nome a esta iniciativa, Myriam Fraga, bruxa
assinalada e sagrada, faz uma cartografia, através de sua escrita
poética, de um reino semântico-estético, ao mesmo tempo caleidoscópico,
sinestésico e erótico, A poesia como teatralização da subjetividade.
Marcas do subjetivo e do feminino permeiam a lírica de Myriam”,
avaliou. Emocionada,
Angela Fraga, filha da escritora e diretora da Fundação Casa de Jorge
Amado, agradeceu a homenagem. “Minha mãe gostava de estar aqui. Então,
pra mim é sempre uma emoção vir à Academia. Obrigada!”. Ela estava
acompanhada dos irmãos, Carlos Fraga e Paulo Fraga, e da cunhada, Maria
Eduarda Drummond. Angela apresentou também o Prêmio Myriam Fraga para
Autores Inéditos, cujas inscrições vão até 9 de dezembro. Convidada
para proferir a palestra de inauguração da Conferência, a também poeta
Lívia Natália falou sobre como a poesia de Myriam Fraga abarca temas
diversos, muitas vezes, de forma não tão explícita, como o feminismo. Em
sua explanação, intitulada ‘Senhora-poesia: a voz perene da palavra’, a professora da UFBA trouxe, ainda, questões como a das violências que atingem mulheres e homens negros. “Agradeço a esta Casa, nas figuras dos professores e Acadêmicos Ordep Serra e Marcus Vinícius Rodrigues _(vice-presidente da ALB)_,
por me colocar ante o grande desafio de conversar entre as brumas do
tempo, dos distintos mundos e das palavras, com Myriam Fraga, que
honrosamente ocupou a cadeira de número 13 desta Academia - de 1985 até a
manhã de 15 de fevereiro de 2016, quando, finalmente, se transmutou em
poesia”, declarou Lívia Natália. Representando
o Governo do Estado, através da Secretaria de Cultura da Bahia
(Secult), a secretária Interina, Nadjane Estrela, parabenizou a
iniciativa: “Encerrar o meu dia nesse espaço, aprendendo, ouvir Lívia
falar de Myriam Fraga e transversalizar com uma série de pautas que a
gente vivencia foi incrível. Parabéns por essa ação fundamental”. Por Nilma Gonçalves
A
Academia de Letras da Bahia tem apoio financeiro do Governo da Bahia,
através do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda e Secretaria de
Cultura da Bahia.