Foto: Gilberto Sousa/CNI
Redução de tarifas recíprocas dos EUA expõe urgência de avançar na negociação para retirar taxas extras ao Brasil, avalia presidente da CNI
A decisão dos Estados Unidos de retirar tarifas recíprocas (10%) para produtos agrícolas expõe a urgência de o Brasil avançar na negociação para remover a taxa extra de 40% aplicada aos produtos brasileiros. “Países que não enfrentam essa sobretaxa terão mais vantagens que o Brasil para vender aos americanos. É muito importante negociar o quanto antes um acordo para que o produto brasileiro volte a competir em condições melhores no principal destino das exportações industriais brasileiras”, afirma Ricardo Alban, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
A medida do governo americano de retirar as tarifas recíprocas de 10% para 238 produtos agrícolas se aplica a 80 itens exportados pelo Brasil aos Estados Unidos, mostra análise preliminar da CNI. Em 2024, as exportações brasileiras para os EUA desses produtos totalizaram US$ 4,6 bilhões, cerca de 11% do total.
No entanto, apenas 4 produtos – três tipos de suco de laranja e castanha do pará – ficam isentos de taxas. Os outros 76, que incluem carne bovina e café não torrado, setores em que o Brasil se destacava como fornecedor, tiveram a taxação total reduzida, mas ainda enfrentarão 40% de tarifa para entrar no mercado americano.
Confira detalhes da análise da CNI sobre a medida do governo Trump
• A lista de produtos isentos da tarifa adicional de 10% inclui 238 produtos como carne, café, hortaliças, cera de carnaúba, frutas cítricas, castanha-do-Pará, suco de laranja, fertilizantes e produtos químicos agrícolas. Desses, o Brasil exportou 80 produtos no último ano.
• Em 2024, as exportações brasileiras para os EUA desses 80 produtos totalizaram US$ 4,6 bilhões, cerca de 11% do total. Destacam-se café não torrado, suco de laranja, carne bovina e frutas.
• Quatro produtos passam a ser isentos de tarifas adicionais, três tipos de suco de laranja e castanha-do-Pará. Os outros 76, antes taxados em 50%, permanecem com os 40% específicos ao Brasil, com destaque para café não torrado, cortes de carne bovina e cera de carnaúba.
• A nova medida americana não faz referência à Ordem Executiva 14.323, que institui os 40% adicionais ao Brasil.
• O documento também atualiza o anexo Potential Tariff Adjustments for Aligned Partners, de 5 de setembro, que define a estrutura para futuros acordos recíprocos, com códigos elegíveis a isenção da tarifa adicional.
