A submissão de propostas para a Chamada Nordeste está em andamento desde o dia 13 de junho e segue até 15 de setembro deste ano, com previsão de divulgação do resultado até 28 de novembro. A Chamada Nordeste é uma iniciativa do Comitê Regional de Instituições Financeiras Federais da Sudene e conta com R$ 10 bilhões para impulsionar a inovação e o desenvolvimento econômico da região. Estarão aptas a participar do processo seletivo as propostas de empresas brasileiras e cooperativas que atuam ou planejam realizar atividades de pesquisa, desenvolvimento tecnológico e inovação nos estados do Nordeste. 

Empresas estrangeiras também poderão participar, desde que a submissão dos pedidos de apoio financeiro seja feita por uma organização brasileira. A participação poderá ocorrer de forma isolada ou consorciada. É considerado um diferencial positivo que os consórcios sejam formados por empresas sediadas no Nordeste, que atuem como fornecedoras de insumos, equipamentos e tecnologias, ou como demandantes do produto final. Também contará pontos na avaliação quando a execução do projeto for realizada integralmente na região, fortalecendo a economia local.

As propostas deverão, obrigatoriamente, estar dentro das temáticas relacionadas a energias renováveis, com ênfase em armazenamento; bioeconomia, com foco em fármacos; descarbonização, com destaque para o hidrogênio verde (H2V); data centers verdes; e indústria automotiva, incluindo máquinas agrícolas. Dentro dessas áreas, poderão ser contempladas ações como contratação de recursos humanos; custeio de atividades de PD&I, incluindo serviços técnicos especializados; parcerias com empresas, universidades e centros de pesquisa públicos ou privados; instalação de infraestrutura física; aquisição de máquinas e equipamentos; instalação de plantas-piloto ou demonstrativas; projetos de engenharia e capital de giro.

O processo de seleção será realizado de forma conjunta entre BNDES, Finep, Banco do Nordeste, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, com apoio técnico da Sudene e do Consórcio Nordeste. Para auxiliar na avaliação, as instituições participantes poderão convidar representantes de órgãos da administração federal que atuam diretamente com os temas vinculados à Nova Indústria Brasil (NIB). A seleção será feita em três etapas: apresentação dos Planos de Negócio, avaliação dos Planos e estruturação do Plano de Apoio. Os resultados finais serão divulgados nos sites das instituições parceiras.

Eixos temáticos prioritários

Em relação às temáticas a serem abordadas, o edital da Chamada Nordeste estabelece critérios específicos que devem ser considerados pelas propostas apresentadas.

Na área de energias renováveis, o foco recai sobre soluções de armazenamento. Serão valorizadas iniciativas que proponham tecnologias disruptivas ou avanços significativos em baterias, sistemas de armazenamento térmico, hidrogênio ou outras formas emergentes de retenção de energia. Também ganham relevância propostas que apresentem inovações na gestão de carga, no armazenamento de longa duração e em soluções escaláveis que contribuam para a transição energética, promovendo maior autonomia e segurança nas redes elétricas sustentáveis.

No campo da bioeconomia, o destaque vai para o desenvolvimento de fármacos. Espera-se a apresentação de projetos que aliem biotecnologia e inovação para criar medicamentos, ingredientes ativos e terapias de origem natural, com menor impacto ambiental e maior eficiência produtiva. O uso de recursos biológicos renováveis será um diferencial.

Quanto à descarbonização, o edital prioriza ações voltadas ao hidrogênio verde (H2V). Estão incluídas propostas que estimulem a produção, distribuição e uso do H2V em larga escala, bem como o desenvolvimento de novas tecnologias para a eletrólise da água com energia renovável. Também serão consideradas soluções voltadas ao armazenamento e à integração industrial, com o objetivo de reduzir de forma significativa as emissões de carbono.

No eixo dedicado aos data centers verdes, a expectativa é de propostas que contribuam para a implantação ou adaptação de centros de dados sustentáveis. Entre os critérios estão o uso de energia renovável, eficiência energética, reaproveitamento de calor, sistemas inovadores de resfriamento e gestão inteligente de recursos, buscando diminuir a pegada de carbono e os custos operacionais.

Por fim, no setor automotivo, incluindo máquinas agrícolas, serão bem avaliadas as iniciativas que promovam ganhos em eficiência energética, desempenho estrutural e tecnologias assistivas à direção. O edital também valoriza propostas que estimulem a produtividade das indústrias ligadas à mobilidade e logística, o uso de combustíveis sustentáveis com baixo teor de carbono e o desenvolvimento de formas alternativas de propulsão. O aumento dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento realizados no território nacional também será considerado.

Fonte: Sudene