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Foto: Tatiana Freitas
Últimos dias da exposição ‘Òná Ìrin: Caminho de Ferro’, no MUNCAB, em Salvador
A exposição ‘Òná Ìrin: Caminho de Ferro’, assinada pela artista baiana Nádia Taquary, encerra seu período oficial de visitações nesta quinta, 18. Sediada no MUNCAB (Museu
Nacional da Cultura Afro-Brasileira), em Salvador, a instalação conduz
os visitantes em uma experiência imersiva, que transita entre o feminino
sagrado e à trajetória dos povos africanos para as Américas. A mostra homenageia as Ìyàmi Aje, figuras míticas que representam o poder feminino, associadas a deidades como Iemanjá e Oxum.
Utilizando de linhas de trem como elemento artístico metafórico, os
visitantes acompanham os destinos e encruzilhadas das linhas férreas
enquanto esculturas, objetos, espelhos e videoinstalações traduzem a
poética do movimento, da comunicação (Exu) e da tecnologia (Ogum), ambas propostas pela artista. Propondo
a discussão do empoderamento feminino nas sociedades pré-coloniais
africanas e na diáspora, a mostra traz joalherias pertencentes ao
universo feminino negro, a exemplo de balangandãs, adornos robustos que
carregam o metal em sua composição. A ambientação também traz esculturas
de mulheres geledés, aladas e sereias, reforçando a conexão dos poderes
femininos com a identidade e a ancestralidade dos povos originários. “Nádia
Taquary conduz o público por caminhos de memórias, identidades e
pertencimento nesta exposição imersiva, que convida o público a fazer
parte da obra e a se ver refletida nela. Além da potência estética, a
exposição foi escolhida pela diretora artística do MUNCAB, Jamile
Coelho, por refletir as trajetórias de resistência das mulheres negras
na luta contra o racismo e o machismo”, conta Cintia Maria, diretora-geral do MUNCAB. A expografia de ‘Òná Ìrín: Caminho de Ferro’ tem a assinatura da arquiteta Gisele de Paula
– primeira mulher negra da história à frente da expografia na 36º
Bienal de São Paulo; autoria da artista baiana também destaque desta
edição da Bienal de SP, Nádia Taquary; e curadoria de Marcelo Campos, Amanda Bonan e de Ayrson Heráclito. Parte da programação do Novembro Salvador Capital Afro, o trabalho é uma realização do MUNCAB com a Secult (Secretaria de Cultura e Turismo) da Prefeitura de Salvador, concebida pelo MAR (Museu de Arte do Rio de Janeiro) e correalizada pela OEI (Organização dos Estados Ibero-Americanos para a Educação, Ciência e Cultura). O MUNCAB conta com entrada gratuita às quartas e domingos, medida viabilizada por patrocínio da Petrobras, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, com realização do Ministério da Cultura. SERVIÇO [EXPOSIÇÃO ‘ÒNÁ ÌRÍN: CAMINHO DE FERRO’] Local: MUNCAB (Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira) - Rua das Vassouras, 25, Centro Histórico de Salvador, Bahia Visitas: até quarta, 18 de junho, das 10h às 17h (acesso até às 16h30) Ingressos: R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia) Pagamento: Cartões de débito e crédito, PIX e boleto bancário Gratuidade: Quartas-feiras e domingos Por Júlio César