Foto: Divulgação
CineVila Novembro Negro abre programação com filme “O Caipora” em que o ator e ativista Mário Gusmão (1928 – 1996) tem papel de destaque
O CineVilla celebra o Mês da Consciência Negra com uma programação especial que reúne filmes de grandes nomes do cinema baiano e nacional, toda terça-feira, às 18h30, na Sala de Arte CineMAM, a exemplo de Oscar Santana (“O Caipora”, 1963), Lázaro Ramos e Thiago Gomes (“Bando, um Filme de:”, 2018), Pola Ribeiro (“Jardim das Folhas Sagradas”, 2011)e Márcio Meirelles e Rafael Grilo (“Uma Leitura dos Búzios”, 2024). O calendário começa com a exibição do longa-metragem “O Caipora”, no dia 05/11, com a presença do diretor e roteirista baiano Oscar Santana, que, entre outras obras, também dirigiu “Pistoleiros” (1975) e o curta-metragem “Caetanave” (1972).
Em “O Caipora”, embora
protagonizado por Carlos Petrovich, vale ressaltar o papel fundamental do ator
e ativista negro, Mário Gusmão, para o enredo e os entrelaces dessa trama, em
sua atuação como o capataz Zeca. Em comum entre esses dois grandes artistas,
está a primeira companhia de teatro profissional da Bahia, a Cia. Teatro dos
Novos, da qual ambos fizeram parte no Teatro Vila Velha e onde Gusmão fez mais
de 20 espetáculos, entre 1964 e 1971. Ingressos por R$ 5,00 (preço único). Mais
detalhes e informações no instagram @teatrovilavelha, através do telefone 71
99936-5760 e no site http://saladearte.art.br/
Lançado em 1964, “O Caipora”
combina uma narrativa de terror psicológico com uma forte crítica ambiental,
refletindo sobre a relação entre o ser humano e a natureza. O filme acompanha a
trajetória do vaqueiro Nezinho, personagem interpretado por Carlos Petrovich. Para
fugir da seca, Nezinho vaga pelo sertão com sua mãe e um irmão menor. Ele
consegue emprego na fazenda de um ambicioso coronel e acaba se apaixonando pela esposa do patrão, que parece retribuir seus
sentimentos, já que se casou por imposição familiar e nunca sentiu paixão pelo
marido. O capataz da fazenda, sabedor do fato, espalha que Nezinho é o Caipora,
personagem lendário que carrega todos os males do azar, e convence o patrão a
despedi-lo. Mas Nezinho voltará para acertar suas contas.
Com curadoria do diretor artístico do Teatro Vila Velha, Marcio Meirelles, e do cineasta Rafael Grilo, o projeto CineVila completa uma década com uma mostra especialmente nacional, com destaque para a cinematografia baiana, dentro do programa educativo da exposição comemorativa “Vila Velha, Por Exemplo – 60 anos de um teatro do Brasil”. Toda terça-feira, às 18h30, na Sala de Arte CineMAM, o público tem a oportunidade de assistir a uma obra audiovisual, reunindo diferentes estilos, gêneros, temáticas e formatos, em que algumas sessões contarão com a presença dos diretores e convidados. Para a mostra, foram selecionados filmes que guardam uma relação próxima com o Vila.
O patrocínio da exposição “Vila Velha, Por Exemplo - 60 anos de um teatro do Brasil" é do Banco do Brasil, através da Lei de Incentivo à Cultura, Ministério da Cultura e Governo Federal, com apoio do Museu de Arte Moderna da Bahia, Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural e Secretaria Estadual da Cultura. A produção é da Janela do Mundo com coprodução do Teatro Vila Velha.
CONFIRA ABAIXO PROGRAMAÇÃO NOVEMBRO NEGRO DO CINEVILA MOSTRA VILA VELHA, POR EXEMPLO
DIA 05/11
“O Caipora” ( Oscar Santana, 1964) – Bate-papo após a sessão com o diretor Oscar Santana. Duração do filme: 104 minutos.
Lançado em 1964, O Caipora, sob a direção de Oscar Santana, combina uma narrativa de terror psicológico com uma forte crítica ambiental, refletindo sobre a relação entre o ser humano e a natureza. O filme acompanha a trajetória de Nezinho, personagem interpretado por Carlos Petrovich, ator do grupo Teatro dos Novos, do Teatro Vila Velha. Para fugir da seca, o vaqueiro Nezinho vaga pelo sertão com sua mãe e um irmão menor. Ele consegue emprego na fazenda de um ambicioso coronel e acaba se apaixonando pela esposa do patrão, que parece retribuir seus sentimentos, já que se casou por imposição familiar e nunca sentiu paixão pelo marido.
O capataz da fazenda, sabedor do fato, espalha que Nezinho é o Caipora, personagem lendário que carrega todos os males do azar, e convence o patrão a despedi-lo. Mas Nezinho voltará para acertar suas contas. O Caipora também traz no elenco Mário Gusmão, outro integrante do grupo Teatro dos Novos. Dia 05/11 (terça-feira) às 18h30, na Sala de Arte CineMAM; Ingresso R$5,00 (preço único).
DIA 12/11
“Bando, Um Filme de:” (Lázaro Ramos e Thiago Gomes, 2018). Bate-papo com atores do Bando de Teatro Olodum após a sessão. Duração do filme: 106 min.
Criado em 1990 por Marcio Meirelles, Chica Carelli e o Grupo Cultural Olodum, o Bando de Teatro Olodum se transformou, ao longo dos anos, em um dos mais significativos coletivos de arte do Brasil. Em 2018, com quase três décadas de trajetória, o grupo lançou o documentário Bando, um Filme de, com direção de Lázaro Ramos, artista que desenvolveu carreira a partir de sua experiência no grupo, e Thiago Gomes. O Bando foi residente do Vila Velha durante grande parte de sua existência e sua história se mistura à do teatro em vários momentos.
O documentário faz uso de imagens de arquivo e entrevistas com membros do grupo, colaboradores e outros convidados, para apresentar a trajetória dos 25 primeiros anos de atividades do coletivo. Para isso, apresenta 42 entrevistados e 112 fotos cedidas por 12 fotógrafos. O documentário ainda conta com imagens de bastidores e tem em sua trilha sonora, além de canções de espetáculos do grupo, outras inéditas, feitas para a película.
Dia 12/11 (terça-feira) às 18h30, na Sala de Arte CineMAM; Ingresso R$5,00 (preço único).
DIA 19/11
“O Jardim das Folhas Sagradas” (Pola Ribeiro, 2011).
Bate-papo após a sessão com o diretor Pola Ribeiro. Duração: 91min.
Dirigido por Pola Ribeiro e com um elenco
repleto de talentos baianos, vários deles integrantes do Bando de Teatro
Olodum, o filme O Jardim das Folhas Sagradas é uma produção que estreou em
2011. A trama acompanha a trajetória de Bonfim, um bancário bem-sucedido, negro
e bissexual, casado com uma mulher branca e de crença evangélica. Filho de uma
yalorixá, Bonfim vive em uma Salvador cada vez mais urbanizada e isso se torna
um empecilho para sua necessidade de montar um terreiro de candomblé, atendendo
à sua ancestralidade.
Determinado a construir um ambiente sagrado e de respeito à natureza, e na busca por superar as contradições e conflitos trazidos pela modernidade, Bonfim decide criar esse espaço na periferia. O filme conta as dificuldades, enfrentamentos, alegrias e descobertas desse esforço para se viabilizar o lugar sagrado, batizado de Jardim das Folhas Sagradas. Outra ligação entre o Vila e o filme é a presença de Pola Ribeiro na direção da produção. Pola é um criador que já realizou diversas parcerias artísticas e institucionais com o Teatro Vila Velha, em uma parceria longa e produtiva.
Dia 19/11 (terça-feira) às 18h30, na Sala de Arte CineMAM; Ingresso R$5,00 (preço único).
DIA 26/11
“Uma Leitura dos Búzios” (Marcio Meirelles e Rafael Grilo,
2024). Bate-papo após a sessão com os diretores Marcio Meirelles e Rafael
Grilo. Duração: 101 min.
O filme é resultado das gravações da peça teatral "Uma leitura dos Búzios", encenação de Marcio Meirelles para texto de Mônica Santana, em projeto proposto por Danilo Miranda realizado pelo SESC São Paulo. Cristina Castro assina a direção de movimento e coreografia, e João Milet Meirelles a direção musical e composição. A coordenação de pesquisa foi de Gustavo Melo Cerqueira.
O filme "Uma leitura dos Búzios" foi gravado durante a itinerância do espetáculo pelo Sesc Santos e tem direção e roteiro do produtor audiovisual e diretor Rafael Grilo e do próprio encenador Marcio Meirelles. Em cena, 27 atores e três músicos de diferentes regiões do país apresentam ao público uma leitura do movimento político ocorrido em Salvador (BA) em 1798, conhecido como Conjuração Baiana ou Revolta dos Alfaiates. Inspirado nos ideais da Revolução Francesa e na Revolta de São Domingos, a peça é um chamamento para a liberdade, independência, igualdade, decolonização e justiça, conforme defendido pelo encenador Marcio Meirelles. A performance, que mescla elementos musicais, coreográficos, videográficos e textuais, envolveu uma equipe técnica composta por aproximadamente 100 profissionais.
Dia 26/11 (terça-feira) às 18h30,
na Sala de Arte CineMAM; Ingresso R$5,00 (preço único).
Por Arlon Souza