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Hospital universitário federal na Bahia promove simpósio sobre saúde mental da população negra no SUS
O II Simpósio Multiprofissional da Unidade de Saúde Mental do Hospital Universitário Professor Edgard Santos (Hupes-UFBA/Ebserh) acontece nesta terça-feira, 05, no anfiteatro do hospital entre 8h e 17h, com a temática "Saúde mental no SUS: desafios no cuidado da população negra". O evento vai estimular debates e reflexões relacionando práticas assistenciais ao contexto sociopolítico da Bahia. A população do estado é composta por mais de 80% de pessoas negras - dados do IBGE referente ao censo 2022 -, sendo a maior do Brasil.
A escolha do tema para a edição deste ano do simpósio visa traduzir a defesa de uma prática antirracista e os desafios à construção de linhas de cuidado com oferta de assistência às pessoas com sofrimentos causados por discriminações que se interconectam e se reforçam mutuamente. O evento contará com mesas redondas e conferências, submissões de trabalhos científicos e relatos de experiências, além de apresentações culturais, utilizando outras linguagens para o aprofundamento do debate sobre o tema. No Sistema Único de Saúde (SUS), a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra contempla em suas estratégias o fortalecimento da atenção à saúde mental de crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos negros/as. O documento busca prevenir os agravos decorrentes dos efeitos do racismo estrutural e seus impactos na saúde física e mental da população negra. A psicóloga e pesquisadora do Instituto de Saúde Coletiva (ISC-UFBA), Ana Luísa Dias, que apresentará, durante o simpósio, a conferência “Racismo, interseccionalidade e saúde mental: desafios atuais da atenção psicossocial”, diz que o simpósio tem uma conexão direta com o reconhecimento do racismo como fator de condições desiguais. “É importante que a gente leve em consideração que o racismo coloca as pessoas em situações diferentes de viver, de se relacionar com o mundo e traz um no peso no cotidiano de pessoas negras. Essa diferença delineia barreiras invisíveis e o grande desafio quando falamos de saúde mental é a gente promover a quebra dessas barreiras”, afirma. Linha de cuidado em Saúde Mental e a Saúde da População Negra O Hupes-UFBA/Ebserh é referência na assistência à saúde da população negra, através de programas e serviços direcionados ao cuidado de usuários (as) com doença falciforme. O desafio atual é ampliar este movimento para o campo da saúde mental. A Unidade de Saúde Mental do Hupes-UFBA/Ebserh tem traçado três caminhos institucionais nesta direção. O primeiro diz respeito à construção de uma linha de cuidado integral em saúde mental com ações de promoção, prevenção e recuperação da saúde, favorecendo o acesso e o acolhimento. O segundo, é a proposição de um programa de educação permanente que contribua para o enfrentamento das consequências do racismo no âmbito da saúde mental, reconhecendo o racismo e as desigualdades étnico-raciais como determinantes sociais das condições de sofrimento psíquico. O terceiro é o incentivo às pesquisas sobre o modelo psicossocial de cuidado à população negra no SUS. “A Unidade de Saúde mental, partir desta tríade de ações, fortalece o seu compromisso com a RAPS (Rede de Atenção Psicossocial), a formação de recursos humanos e a produção científica”, destaca Rosana Silva, psicóloga, referência técnica do Serviço de Psicologia e membro da comissão científica do simpósio. Política Nacional de Saúde Integral da População Negra O índice de suicídio entre adolescentes e jovens negros no Brasil é 45% maior do que entre brancos. Os dados são do Ministério da Saúde e mostram ainda que o risco aumentou 12% entre a população negra, nos últimos anos e permaneceu estável entre brancos. De acordo com o texto da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra “racismo causa impactos danosos que afetam significativamente os níveis psicológicos e psicossociais de qualquer pessoa. A prática do racismo e da discriminação racial é uma violação de direitos, condenável em todos os países. No Brasil, é um crime inafiançável, previsto em lei”. O texto do documento ainda destaca que “os impactos do racismo geram efeitos que incidem diretamente no comportamento das pessoas negras que normalmente estão associados à humilhação racial e à negação de si, que podem levar a diversas consequências inclusive às práticas de suicídio”. |
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Sobre a Ebserh O?Hupes-UFBA?faz parte da Rede?Ebserh?desde 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a?Ebserh?foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação. |
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O QUÊ? Hupes-UFBA/Ebserh promove simpósio sobre práticas assistenciais na saúde mental da população negra no SUS QUEM? Hupes-UFBA/Ebserh QUANDO? Novembro ONDE? Salvador (BA) FONTES: Rosana Silva, psicóloga, referência técnica do Serviço de Psicologia e membro da comissão científica do simpósio Hupes-UFBA/Ebserh |
Por Lidiane Borges