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Bienal do Lixo encerra edição em Salvador com mais de 8,5 mil visitantes e legado sustentável para a cidade
A Bienal do Lixo encerrou sua primeira edição em Salvador reunindo mais de 8.500 visitantes ao longo de quatro dias (de 4 a 7 de setembro), no Farol da Barra e na Associação Atlética da Bahia. Reconhecida como um dos maiores projetos culturais e socioambientais do Brasil, a iniciativa promoveu uma verdadeira imersão no universo da arte, sustentabilidade e do consumo consciente, deixando um legado concreto para o município.
Entre os legados destaca-se a doação da escultura Polvo, do artista Cláudio Calvo da Silva, produzida em chapa de ferro, garrafas PET e outros materiais recicláveis, que agora integra o patrimônio cultural de Salvador, e que ficará exposta permanentemente no Largo do Forte de Santa Maria. Outro destaque foi a reutilização das lonas do evento, que foram transformadas em bancos e doadas à Associação de Moradores e Amigos da Barra (Amabarra), reforçando o compromisso com a economia circular e o reaproveitamento de recursos.
“Estamos orgulhosos de encerrar esses quatro dias de cultura, arte e consciência ambiental em Salvador. Deixamos um legado de obras, diálogos e aprendizados que reforçam o compromisso da cidade com a sustentabilidade. Agradecemos imensamente à Prefeitura de Salvador pelo apoio que foi fundamental para a realização do evento”, destacou Rita Reis, idealizadora e diretora-executiva da Bienal do Lixo.
Para o secretário de Sustentabilidade, Resiliência, Bem-estar e Proteção Animal (Secis), Ivan Euler, “a Bienal do Lixo foi um marco para Salvador, unindo arte, educação ambiental e economia circular em um dos pontos mais emblemáticos da cidade. O sucesso do evento é resultado direto da articulação entre a sociedade civil, artistas, empresas e a Prefeitura, que reafirma seu compromisso com a inovação e a construção de uma cidade mais consciente e resiliente", afirmou.
“O sucesso de público mostra a importância da temática e da reflexão sobre os impactos do consumo e o papel de cada pessoa na transformação de resíduos em soluções. Muito feliz com o resultado da Bienal do Lixo aqui em Salvador e pela maneira calorosa que o projeto foi acolhido”, afirmou Mário Farias, idealizador e diretor da Bienal do Lixo.
Programação diversificada
Com curadoria e produção das agências La Mela e Usina, a Bienal ofereceu uma programação gratuita que mobilizou artistas, especialistas e o público em torno de experiências criativas em dois espaços: uma área de quase 2.000 m², no Farol da Barra, e na Associação Atlética da Bahia. Na programação, o público pôde conferir:
- Exposição de Arte: obras de oito artistas que transformaram resíduos em peças de impacto estético e crítico
- Mostra de Cinema Ambiental: exibição de oito produções – entre curtas, documentários e animações – que discutiram temas ligados ao descarte e ao reaproveitamento de resíduos.
- Painéis de Diálogos: cinco encontros que reuniram especialistas para debater a Política Nacional de Resíduos Sólidos, os caminhos para a economia circular e as perspectivas para a COP30, que será realizada em novembro em Belém (PA).
- Oficinas criativas: 15 atividades de formação prática, nas quais o público pôde aprender a transformar resíduos em novos objetos.
- Moda Sustentável: desfile que apresentou peças criadas a partir de materiais reaproveitados.
- Arte Global: participação da ONG queniana Ocean Sole, que expôs esculturas feitas com chinelos reciclados recolhidos em praias e oceanos.
Patrocínio e realização
A Bienal do Lixo 2025 é apresentada pelo Ministério da Cultura e Rabobank, viabilizada pela Lei Federal de Incentivo à Cultura, com realização das agências La Mela e Usina, Ministério da Cultura, Governo Federal e apoio da Prefeitura de Salvador.
O evento contou com o patrocínio de Rabobank, GWM, Klabin, Deloitte, Química Anastacio, Suhai Seguradora, Irani Papel e Embalagem, Burger King, Starbucks, Popeyes, Banco do Nordeste, Vivensis, Faber-Castell, Celomax, Green Mining e Positiva.
Em consonância com os objetivos da COP30, a Bienal reforça seu papel de transformação e conscientização no cenário global das mudanças climáticas, consolidando-se como um espaço que une arte, educação e impacto socioambiental.
Por Sandra Milena