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Foto: Divulgação/Arquivo O Candeeiro
Bahia fecha 2024 com crescimento nas exportações e alta expressiva das importações
A Bahia fechou o ano com
alta de 5,2% das exportações e alta expressiva das importações (25,4%) em 2024,
com relação ao ano de 2023, de acordo com o Relatório de Acompanhamento do
Comércio Exterior da Bahia – RACEB, elaborado pelo Observatório da Indústria da
Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB).
O resultado das exportações foi o segundo melhor da série histórica, ficando
atrás apenas de 2022. Apesar da redução de 3,6% nos preços dos produtos
exportados, o volume de embarques registrou um avanço de 3,0%, segundo dados da
Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Mdic, e os produtos que mais
contribuíram para esses números foram a soja (20%), seguido por óleo
combustível, celulose solúvel, algodão, bulhão dourado (ouro), bagaços de soja,
celulose em pasta, minérios de níquel, sulfetos de minérios de cobre e pneus.
No caso das importações, houve um crescimento expressivo de 25,4%, totalizando
US$ 10,7 bilhões em 2024. Os preços dos produtos importados apresentaram uma
queda de 6,6%, enquanto o volume importado teve um aumento de 8%, conforme os
índices da Secex.
De acordo com a economista do Observatório da Indústria, Natali Paz, o aumento
das importações impacta negativamente no saldo da balança comercial, mas, por
outro lado, esse movimento de altas das compras externas da Bahia em 2024,
indica um aquecimento na dinâmica econômica do estado, já que os produtos mais
importados foram combustíveis, notadamente GNL, e aquisição de maquinário. “São
produtos que dinamizam a economia local, indicam investimentos no estado. No
entanto, se este ritmo persistir, isso pode refletir um problema estrutural do
estado”, avalia.
Já o Brasil apresentou leve recuo nas exportações, uma queda de 0,8% enquanto
as importações nacionais fecharam o ano com alta de 9,2%, com destaque para a
alta das compras externas por combustíveis.
O destaque nacional ficou por conta da Indústria de Transformação, que
registrou um recorde de US$ 181,8 bilhões nas exportações, o maior valor
apurado na série histórica, iniciada em 1997. O saldo da balança comercial
brasileira ficou em US$ 75,2 bi, bem inferior ao registrado em 2023 (US$98,9
bilhões).
Para 2025, o Banco Mundial projeta um cenário de estabilização do crescimento
econômico, apesar da desaceleração das principais economias globais, com
destaque para a China, maior parceiro comercial do Brasil e da Bahia.
No contexto nacional, a expectativa do mercado aponta para uma alta da
inflação, que pode atingir 5,60%, câmbio a R$6,00 e um aumento da taxa básica
de juros, podendo chegar a 15%, que desaquece ainda mais a dinâmica econômica.
A expectativa para o crescimento do PIB tanto nacional quanto baiano é na casa
dos 2%. Esses fatores representam um ponto de atenção para a indústria, que
também enfrenta desafios diante das recentes medidas protecionistas adotadas
por Donald Trump, especialmente no setor siderúrgico — no qual o Brasil se
destaca como o segundo maior exportador de aço para os EUA.
Fonte: FIEB