Foto: Adeleyá Ojúbará
Arte negra e destaque feminino marcam 4ª edição do Lusoteropolitana
A quarta edição do Festival Lusoteropolitana reafirma a importância da arte negra e do destaque feminino em sua programação. O evento, que será realizado em Salvador entre os dias 5 e 16 de fevereiro, oferece uma programação para artistas de países lusófonos explorarem suas expressividades por meio de diversas linguagens artísticas.
Oficinas, performances, show e espetáculos evidenciam a representatividade negra e feminina, criando espaços potentes de reflexão e celebração cultural. O festival promove a arte e celebra as múltiplas identidades da cultura lusófona, revelando histórias que emocionam, inspiram e transformam. Os ingressos das apresentações podem ser adquiridos por meio da plataforma Sympla ou no local, no dia da atividade.
As oficinas são um ponto alto da programação e trazem atividades exclusivas para mulheres ministradas por Daniela Chávez e Daniela Galdino. Já Teresa Fabião, de Portugal, conduz a oficina “UNA”, no dia 5 de fevereiro, às 9h, na Casa Improviso Salvador, com entrada gratuita, que explora a expressão corporal e as narrativas pessoais como instrumentos de criação. No espetáculo homônimo, a bailarina investiga as transformações no corpo e na identidade causadas pelo HIV e convida o público a refletir sobre histórias de resistência e existência às 19h, no Teatro SESC Pelourinho, com ingressos a R$ 20 (inteira).
O espetáculo "Dizcontos", do moçambicano Klemente Tsamba, oferece uma narrativa envolvente que mistura tradição e contemporaneidade. Inspirado por histórias de imigração de jovens moçambicanos em busca de novas oportunidades na África do Sul, Tsamba transcende a simples representação teatral, evocando sentimentos universais de sonho e pertencimento. A montagem será apresentada no dia 13 de fevereiro, às 19h, no SESC Pelourinho, com ingressos a R$ 20 (inteira). O artista também ministrará a oficina “Mozambik de A a Zinco”, nos dias 15 e 16 de fevereiro, das 9h às 13h, na Casa Improviso Salvador, com entrada gratuita.
Já no espetáculo "Sobejo", Eddy Veríssimo entrega uma performance arrebatadora que lhe rendeu uma indicação ao Prêmio Braskem de Teatro na categoria Melhor Atriz. A montagem explora as complexidades da existência humana por meio de uma narrativa íntima e poética, revelando camadas de vulnerabilidade e força. "Sobejo" será apresentado no dia 9 de fevereiro, às 19h30, no Teatro SESI Rio Vermelho, com ingressos a R$ 20 (inteira).
Nos palcos, a ancestralidade negra feminina ganha vida em espetáculos que unem histórias e memórias. No dia 15 de fevereiro, às 16h, no Teatro SESC Pelourinho, a montagem “Dandara na Terra dos Palmares” resgata a história de uma das maiores lideranças da resistência negra no Brasil. O ingresso custa R$ 20 (inteira).
Enquanto “Minha Mãe e Eu, e a Mãe da Minha Mãe”, do Território Sirius, com atuação e direção de Fábio Vidal e atuação de Rosvanda Melo, que recentemente estreou no teatro aos 80 anos, aborda os vínculos entre gerações, tecendo um enredo que mistura afeto, identidade e memória. As sessões serão realizadas nos dias 6, às 19h, no Teatro SESC Pelourinho e 16, às 19h30, no Teatro SESI Rio Vermelho, com ingresso no valor de R$ 20 (inteira).
A performance “O Museu é a Rua”, do Coletivo Pombagem, questiona o paradigma museológico tradicional e apresenta o referencial afrodiaspórico como uma proposta de museu a céu aberto. A apresentação será realizada no dia 13, às 18h, no Teatro SESC Pelourinho e seguirá pelas ruas do Centro Histórico.
“Alinhavar Bainhas Atlânticas”, de Deisiane Barbosa, une tradição e contemporaneidade em um ato poético que entrelaça memórias afro-atlânticas. A performance, que ocorrerá no dia 6, às 18h, no Teatro SESC Pelourinho, com ingresso no valor de R$ 4 (inteira), reforça o compromisso do festival com a valorização da diversidade e suas potências criativas.
O projeto Festival Lusoteropolitana - 4ª Edição foi contemplado pelo edital Gregórios – Ano IV com recursos financeiros da Fundação Gregório de Mattos, Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, Prefeitura de Salvador e da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB), Ministério da Cultura, Governo Federal.
Por Helder Azevedo