Instalação de placas solares no projeto Ipoá, em Novo Aripuanã. Imagens: Carbonext
Dia do Extrativismo: como projetos de carbono transformam comunidades na Amazônia
O Dia do Extrativismo, celebrado neste domingo, em 22 de dezembro, é mais do que uma homenagem ao seringueiro Chico Mendes, assassinado nesta data em 1988. Ele nos convida a refletir sobre as comunidades que vivem da floresta e trabalham pela sua preservação.
Na Amazônia, essas comunidades enfrentam desafios diários, mas também encontram em projetos de crédito de carbono – como o Ipoá, da Carbonext –, novas oportunidades para transformar suas realidades sem abrir mão da sustentabilidade.
Desde 2022, o projeto tem atuado junto a três comunidades no sul do Amazonas – Terra Preta, Vale da Bênção e Taracuá –, promovendo acesso à energia, conectividade, treinamentos e educação, que ajudam a fortalecer práticas tradicionais como a extração sustentável do óleo de copaíba.
A riqueza e os desafios da extração de copaíba
Nas comunidades atendidas pelo projeto Ipoá, a extração do óleo de copaíba é muito mais do que uma atividade econômica. É parte de uma tradição que combina conhecimento ancestral e cuidado com a floresta. “Nós sabemos que a retirada do óleo precisa respeitar o tempo da natureza. Não dá para retirar de qualquer jeito”, explica Moacir, presidente da Associação Agroextrativista criada pelo projeto.
O óleo, conhecido por suas propriedades medicinais e cosméticas, é coletado de forma sustentável e vendido em garrafas improvisadas, com 250 ml custando em torno de R$ 50. No entanto, a comercialização ainda é limitada devido ao isolamento geográfico e à dificuldade de acessar mercados maiores.
Com o apoio da Carbonext, as comunidades criaram uma associação que representa as três comunidades, que além das inumeras possibilidades que uma organização social formalizada pode trazer, também possibilita organizar a produção e buscar novos compradores, alem do acesso a programas e iniciativas voltadas para esses grupos.
Energia e conectividade: luz e oportunidades
Porém, antes mesmo de aprimorar o extrativismo na região, era preciso criar uma base para a comunidade se desenvolver, com os recursos mínimos necessários. Antes do projeto Ipoá, as comunidades de Terra Preta, Vale da Benção e Taracuá viviam sem acesso à energia elétrica e comunicação a distância. Já nas primeiras expedições, foram instaladas placas solares e conectividade via Starlink, transformando o dia a dia de cerca de 20 famílias.
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