Carina Almeida Santana, Nutricionista do Quadro Técnico do PNAE, no Núcleo de Educação (NTE) do Sudoeste Baiano, observa que quando chegou para trabalhar, em 2019, encontrou uma realidade bem diferente. “É uma alegria enorme ter acompanhando e participado desse processo de mudança. Antigamente, nós chamávamos de merenda e se hoje podemos dizer ‘alimentação escolar’ é porque temos comida de verdade para os estudantes.”

A Nutricionista destaca que a Agricultura Familiar tem um papel chave nesse processo, com a ampliação do seu catálogo de produtos. “Hoje, nas escolas, para além dos gêneros in natura, temos iogurtes premiados, polpas de frutas, biscoitos, farinha, feijão, enfim, uma gama enorme de produtos que fazem a qualidade da alimentação, que estamos ofertando nas escolas."

Walisson dos Santos da Silva, estudante do 1° A Integral, no Colégio Estadual Eurides Santana, declarou que essa mudança na alimentação está ajudando os estudantes, especialmente àqueles que têm dificuldade de manter uma alimentação saudável, com mais nutrientes, evitando doenças. “A alimentação da escola, além de ser saudável e gostosa, desenvolve no aluno um pensamento com relação ao consumo de comidas saudáveis. Aí vem o desenvolvimento saudável e desenvolvimento do aprendizado do aluno”.

A diretora da unidade escolar, Tânia Cristina Almeida Nolasco, destacou que a agricultura familiar desempenha um papel fundamental e de extrema importância nas escolas, por inúmeras razões. “A gente inclui nesta lista a diversidade e a qualidade nutricional, que contribui para uma alimentação rica e equilibrada. Temos ainda a educação alimentar e cultural, que acaba mostrando aos alunos a importância da agricultura sustentável, quando a gente inclui no nosso cardápio, e promove também uma conexão mais forte com a cultura local”.

Outros aspectos importantes da compra de alimentos da agricultura familiar salientados pela diretora são: a sazonalidade e o frescor; o favorecimento da economia local, criando empregos e sustentando as comunidades rurais; o desenvolvimento regional; a segurança alimentar e a valorização dos produtos da agricultura familiar. “Então, resumindo, a agricultura familiar tem contribuído significativamente para a alimentação da nossa escola, trazendo benefícios nutricionais, econômicos e culturais, ao mesmo tempo em que promove a sustentabilidade e essa tão sonhada segurança alimentar”.

Mais renda para agricultores e agricultoras

A alimentação fornecida para o Colégio Estadual Eurides Santana, vem da Cooperativa de Produção e Comercialização da Agricultura Familiar e Economia Solidária do Sudoeste Baiano (CoopBahia), que preza pela produção mais orgânica, sustentável e de qualidade, ofertando frutas, hortaliças, verduras e legumes, dentre outros.

Regina Graça Sampaio, uma das cooperadas, que atua na área administrativa da cooperativa, explicou que as vendas para o PNAE têm sido um meio importantíssimo de sobrevivência para a cooperativa, representando uma renda para os cooperados, porque os produtos são pagos com um preço justo, atrativo, diferente do que é pago pelo mercado privado, que paga abaixo do praticado. “As vendas públicas vêm gerando um impacto positivo tanto para a cooperativa quanto para os nossos cooperados. Atualmente, nós atendemos, aqui em Poções, três colégios estaduais e também entregamos para as escolas municipais”.