Conheça os principais tratamentos terapêuticos para combater a perda da libido feminina
Foto: Divulgação
Conheça os principais tratamentos terapêuticos para combater a perda da libido feminina
02/08/2025
Noticias Gerais
Antes vista como um tabu, a sexualidade tem cada vez mais conquistado espaço nas rodas de conversa femininas. A libido é algo fundamental para a saúde e bem-estar das mulheres, porém, muitas vezes, acaba sendo negligenciada ou vista como um problema de pouca importância, o que pode impactar na qualidade de vida e das relações interpessoais.
De acordo com a ginecologista Jéssica Hoppe, declínios hormonais, como testosterona e estradiol, são as principais causas para a queda da libido em mulheres. Bastante comum durante a menopausa, a queda hormonal pode ocorrer também em casos de uso de contraceptivos hormonais; alterações hormonais, como a Síndrome de Ovário Policístico; obesidade; e maus hábitos de saúde, como o sedentarismo e a ingestão de bebida alcoólica em excesso.
“Há também os elementos emocionais, como estresse, preocupações, brigas constantes e ansiedade, que também podem prejudicar o desejo sexual”, complementa a ginecologista. Ela ressalta que a mulher deve buscar ajuda médica assim que perceber que a perda do desejo sexual está em sua vida. Atualmente, estima-se que 30% das mulheres sofram com a perda de libido em todo o mundo.
Principais caminhos terapêuticos
Para Jéssica Hoppe, o acolhimento é o primeiro caminho na busca de um tratamento para o problema. “É preciso ouvir essa mulher e mostrar para ela o quanto isso é comum e presente em nosso ciclo de vida. Mulheres não costumam falar disso com naturalidade entre elas e esse acolhimento é fundamental”, explica a ginecologista. A partir desse acolhimento, é possível entender as causas dessa alteração hormonal e buscar por soluções, que podem exigir abordagens diferentes de tratamento.
No caso dos anticoncepcionais, escolher um método contraceptivo mais adequado para a paciente é o primeiro passo – e hoje não faltam opções. Para problemas causados pela perimenopausa, há a possibilidade da reposição hormonal e, para as mulheres que não a desejam ou possuem contraindicação, existem outras estratégias, como a suplementação, o ajuste do estilo de vida e a terapia sexual.
Para as pacientes que experimentam a queda da libido no pós-parto, a escolha pela terapia hormonal exige cautela para não afetar a amamentação. Nesses casos, há estratégias não hormonais que não vão oferecer riscos ao bebê, como a suplementação. “Temos que desmistificar os tabus em relação a todos os tipos de tratamento, mostrar que a medicina avançou e apresentar quais os principais vilões para a nossa saúde, como o sedentarismo e consumo de álcool”, avalia a médica.
Suplementação
Um dos principais métodos de tratamento não hormonais é a adoção da suplementação. Alysson Mendes, farmacêutico da Vidamina, explica que a suplementação com ativos naturais para a libido é segura, especialmente quando orientada por profissionais capacitados. “No entanto, é essencial que cada fórmula seja adaptada às necessidades e condições de saúde da mulher. Antes de iniciar qualquer suplementação, deve-se avaliar a procedência e dosagem dos ativos e se o produto possui respaldo científico e registro junto à Anvisa”, revela.
Mulheres com doenças crônicas, alterações hormonais, histórico de câncer hormônio-dependente, que fazem uso contínuo de medicamentos ou que estejam gestantes ou lactantes, devem receber uma avaliação individual. Isso porque a suplementação deve trabalhar sempre como parte de uma estratégia maior, que considere também aspectos emocionais, hábitos de vida e a saúde em geral.
Atualmente, a maca peruana – planta adaptógena, originária dos Andes, no Peru – é um dos ativos mais conhecidos para esse tipo de suplementação. Ela atua no eixo hipotálamo-hipófise-gonadal, favorecendo uma modulação hormonal que pode contribuir para a melhora do desejo sexual, sem provocar alterações diretas nos níveis hormonais séricos. Ela também pode melhorar o humor, reduzir sintomas de estresse e fadiga, aumentar a disposição física e promover maior bem-estar — fatores que, em conjunto, impactam diretamente a saúde sexual feminina.
Há ainda no mercado outros ativos naturais que costumam ser usados de forma complementar no suporte à saúde sexual da mulher, tais como:
Tribulus terrestris:favorece o aumento da produção de andrógenos, como a testosterona — hormônio essencial para o desejo sexual;
Ginseng:melhora a energia e a circulação sanguínea, contribuindo para maior sensibilidade e resposta sexual;
Shatavari (Asparagus racemosus):utilizado na medicina ayurvédica, com ação equilibradora sobre o sistema endócrino feminino e com benefícios comprovados no climatério e na saúde reprodutiva;
Ashwagandha (Withania somnifera):reduz o estresse e melhora a função sexual, especialmente quando o desejo sexual está afetado por ansiedade ou fadiga;
Catuaba:melhora a circulação sanguínea e aumenta a sensibilidade genital;
Ginkgo biloba:melhora o fluxo sanguíneo, inclusive na região pélvica, contribuindo para a excitação e a sensibilidade genital;
Feno-grego:estimula o aumento natural dos níveis de andrógenos, o que pode favorecer a libido;
Epimedium:possui ação vasodilatadora e possível efeito sobre a produção de óxido nítrico, melhorando a função sexual;
Mucuna pruriens:rica em L-DOPA, percursora da dopamina, atuando positivamente na motivação, no prazer e no bem-estar sexual.
Alysson Mendes revela ainda que combinações sinérgicas de ativos podem potencializar os resultados no estímulo da libido feminina, mas lembra que essa seleção depende de uma avaliação individualizada e deve considerar fatores como idade, fase hormonal (ciclo reprodutivo, climatério, pós-parto), condições de saúde, uso de medicamentos e queixas associadas, como ressecamento vaginal.
“Fórmulas manipuladas costumam associar fitoterápicos afrodisíacos e adaptógenos a nutrientes fundamentais para o metabolismo hormonal e neurológico, como vitamina B6 (P-5-P), zinco, magnésio, vitamina D3 e ácidos graxos essenciais, como o ômega-3”, finaliza o farmacêutico.