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Artistas baianos conectam afrobeats, R&B e pagotrap no EP Olhos de Sol
Os artistas baianos João Merín, Laiô e Yaan uniram seus talentos artísticos para lançar o EP “Olhos de sol” que chega às plataformas de streaming no HOJE dia 11 de abril.
O EP é um encontro luminoso entre os três artistas baianos que, juntos, criam uma sonoridade envolvente, navegando entre afrobeats, R&B e Pagotrap, ritmos já consolidados como parte pulsante da nova música da Bahia.
Com quatro faixas, o EP é um convite que envolve o movimento do corpo e da mente no despertar de reflexões importantes através da música e da celebração da diversidade rítmica da Bahia no cenário nacional.
Os artistas transversalizaram suas trajetórias musicais e na troca de sonoridades foram construindo as texturas de cada faixa. A obra é um registro coletivo, mas que também se propõe ao olhar sensível das vivências e características artísticas de cada integrante.
João Merín, Laiô e Yaan trazem nas letras e texturas deste trabalho, temas como ancestralidade, resistência, amor, prazer e pertencimento. Elementos que costuram a cultura baiana no cotidiano e celebra o encontro desses três artistas, que carregam em sua música a força de suas histórias e identidades.
Sobre os artistas:
João Merín
Rapper e cantor baiano, é uma voz que ecoa as raízes e as lutas do seu povo. Natural de Salvador (BA), iniciou sua jornada musical solo em 2018, quando apresentou ao público seu primeiro EP, Lírios, uma obra com influências profundas do reggae jamaicano. Antes dessa virada em sua carreira, era conhecido pelo nome artístico Marcola Bituca, mas, em 2023, João fez uma reinterpretação de sua identidade artística, adotando o nome João Merín, que carrega significados poderosos.
Yaan
É um músico e produtor baiano com formação em Artes pela UFBA. Destacou-se como baixista e guitarrista em bandas como O Terreiro e Jackeds, e participou de festivais renomados como Rock Concha e Enecom. Como produtor, fundou a Mouseíon Beats e produziu o aclamado "Galo, a Ciência do Tambor". Com uma carreira que mistura a produção com a performance, atualmente, dirige a Mercúrio Studios e atua como técnico de som e palco em Salvador, colaborando com diversos artistas
Laiô
Mulher preta, lésbica, de Ilhéus, no litoral sul da Bahia, cantora, compositora e gestora cultural, soma em seus feitos artísticos quase 20 anos de trajetória. A artista, mistura ritmos brasileiros e latinos com flerte no indie, em 2 discos e 5 singles lançados. Ela também se destaca na cena dos festivais de música do país, colecionando classificações e prêmios nome de sua região. Suas canções refletem temas como ancestralidade, amor próprio e afrodengo. A cantora e compositora escolhe denominar sua música como "afro-baiana" e utiliza da diversidade rítmica da Bahia junto a suas influências, para contar tudo que lhe atravessa enquanto corpo preto, lésbico e dissidente refletindo sua identidade como artista e pessoa numa obra cheia de mergulhos internos e metáforas de seu território.
Faixa a faixa do EP Olhos de sol:
Deixar Queimar: evidencia a sensualidade, com uma pegada mais quente e envolvente. O desejo, o toque, e a entrega estão presentes em cada verso e também nas texturas escolhidas para a sonoridade da faixa, como um convite ao prazer. "Vou deixar queimar" é a frase que percorre a música, como um lembrete de que, quando a chama acende, nada mais importa.
Olhos de Sol: traz um lado mais intimista na construção melódica e também no texto, explorando o desejo e a conexão entre os corpos, com uma poesia sensível e envolvente. A música é uma ode ao toque, à memória afetiva e ao prazer, embalada por uma atmosfera suave que deixa a sensação de estar em um fim de tarde inesquecível.
De Quebradinha: traz o espírito festivo e contagiante do Carnaval, com uma batida que não deixa ninguém parado no típico swing baiano. A mistura do sensual com o lúdico, o quente com o leve, cria uma sonoridade única, que vai da balada a apreciação do cotidiano em qualquer lugar da Bahia.
Filhos de África: é um reflexo desse legado, com versos que exaltam a luta por valorização e a resistência frente às adversidades históricas. A letra vibrante e o refrão "Tá ficando preto, tá ficando bom" são um grito de união e força coletiva, enquanto a música convida à reflexão e celebração da cultura negra.
Por Gisele Santana