
Dra Andressa Bredariol: "Quando utilizada corretamente, a toxina botulínica é segura e eficaz. O perigo surge com a utilização de produtos falsificados, armazenamento inadequado ou aplicação por pessoas sem qualificação" / Foto: Divulgação
Alerta da Anvisa sobre risco de botulismo com uso de toxina
A aplicação da toxina botulínica, amplamente utilizada para fins estéticos e terapêuticos, requer conhecimento técnico e produtos regulamentados. Recentemente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu um alerta sobre os riscos associados ao uso inadequado dessa substância, após a notificação de dois casos de botulismo ligados ao procedimento. A recomendação enfatiza a necessidade de que apenas profissionais qualificados realizem a aplicação, utilizando produtos devidamente registrados e armazenados conforme as exigências sanitárias.
A biomédica esteta, Dra. Andressa Parigi Bredariol (CRBM 16010), especialista em toxina botulínica, destaca que o problema não está na substância em si, mas em seu manuseio inadequado. "Quando utilizada corretamente, a toxina botulínica é segura e eficaz. O perigo surge com a utilização de produtos falsificados, armazenamento inadequado ou aplicação por pessoas sem qualificação", alerta.
Identificação de riscos e sinais de alerta
Embora raro, o botulismo pode ocorrer quando o produto está contaminado, armazenado de forma errada ou falsificado. Para evitar esse tipo de complicação, é essencial garantir a procedência da substância e que a aplicação seja feita por um profissional experiente. Entre os sintomas de alerta estão fraqueza muscular intensa, dificuldades na fala e na deglutição, visão turva e complicações respiratórias, exigindo atendimento médico imediato.
O mercado da toxina botulínica e sua popularização
Dados da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS) indicam que a toxina botulínica é o procedimento não cirúrgico mais realizado no mundo, somando 8,8 milhões de aplicações. No Brasil, a busca por intervenções estéticas minimamente invasivas tem crescido, aumentando a necessidade de informação para que os pacientes tomem decisões mais seguras sobre onde e com quem realizar o procedimento.
Diretrizes para aplicação segura
Para minimizar riscos, a Anvisa reforça algumas recomendações fundamentais:
- Utilizar apenas produtos regulamentados e dentro do prazo de validade.
- Realizar a aplicação exclusivamente com profissionais habilitados e em clínicas regulamentadas.
- Obedecer ao intervalo indicado entre as sessões, conforme orientação profissional.
- O paciente deve ser informado sobre a marca, lote e validade do produto utilizado.
- Os profissionais devem conhecer o histórico do paciente para garantir um tratamento adequado e seguro.
A percepção do consumidor: confiança e naturalidade
A influenciadora digital Carola Duarte, 47 anos, adepta do botox, destaca a importância de escolher um profissional de confiança. "Nunca arriscaria minha saúde para economizar. Antes de escolher, analisei os resultados do profissional, pesquisei sua formação e busquei indicações", conta.
Além da segurança, um dos principais fatores que influenciam a escolha dos pacientes é a naturalidade dos resultados. O mercado da estética está em constante evolução e, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), o setor deve movimentar US$ 32 bilhões até 2027. Esse crescimento impulsiona o desenvolvimento de novas técnicas e produtos mais refinados, proporcionando efeitos cada vez mais sutis e personalizados.
O impacto do alerta da Anvisa
O recente alerta da Anvisa é um passo importante para conscientizar tanto profissionais quanto pacientes sobre a necessidade de qualificação e boas práticas na aplicação da toxina botulínica. Dra. Andressa reforça que esse tipo de medida contribui para valorizar os especialistas sérios e fortalecer um mercado mais seguro. "A segurança e a naturalidade nos resultados são tendências que vieram para ficar. Pacientes informados fazem escolhas mais assertivas e garantem não apenas a beleza, mas a saúde", finaliza a especialista.
Por Bruna Carvalho