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Sono de qualidade reduz riscos para a saúde e melhora o bem-estar
Dormir bem é essencial para a saúde e o bem-estar, mas, na correria do dia a dia, muitas pessoas negligenciam esse hábito fundamental. Problemas como insônia, apneia do sono e uso excessivo de telas antes de dormir vêm comprometendo a qualidade do descanso e aumentando o risco de doenças cardiovasculares, metabólicas e cognitivas. Para alertar sobre esses impactos e incentivar hábitos mais saudáveis, a Semana do Sono 2025, que acontece de 14 a 20 de março, traz à tona a importância do sono reparador e suas consequências para a vida diária. A apneia obstrutiva do sono (AOS) é um dos distúrbios mais comuns, afetando cerca de 33% dos brasileiros adultos, segundo estudo recente. "A apneia do sono é uma parada momentânea da respiração durante o sono, causada pelo relaxamento da musculatura da orofaringe. Se esses episódios forem frequentes, podem levar à fragmentação do sono, queda na oxigenação e diversos impactos crônicos na saúde", explica a presidente da Sociedade de Pneumologia da Bahia e coordenadora da Medicina Respiratória do Hospital Mater Dei Salvador (HMDS), Fernanda Aguiar. Os efeitos da AOS vão além do ronco e da sonolência diurna. Segundo a Sociedade Brasileira do Sono, a condição está associada ao aumento do risco de doenças cardiovasculares, hipertensão arterial, arritmias, infarto e AVC. Também pode agravar doenças respiratórias crônicas, como asma e DPOC, e dificultar a perda de peso. O diagnóstico da apneia do sono é realizado por meio da polissonografia, exame que monitora a atividade cerebral, respiratória e muscular durante o sono. "O tratamento pode incluir desde mudanças de hábitos, como higiene do sono, até o uso do CPAP, um aparelho que impede o colapso da via aérea", acrescenta a especialista. Infância O sono tem um papel fundamental no desenvolvimento infantil, sendo essencial para a produção de hormônios do crescimento, consolidação da memória e aprendizado. "Distúrbios do sono podem comprometer o desenvolvimento físico, cognitivo e emocional das crianças. Por isso, é importante que os pais fiquem atentos a sinais como ronco frequente, despertares noturnos constantes, sonolência excessiva durante o dia e dificuldades para acordar pela manhã", alerta a especialista. A pneumologia pediátrica desempenha um papel essencial no diagnóstico e tratamento dos distúrbios do sono na infância. "O diagnóstico envolve a análise do histórico clínico, exame físico e, em alguns casos, a realização da polissonografia", explica a Drª Paula. O tratamento pode variar desde ajustes na rotina e higiene do sono até intervenções médicas e cirúrgicas, dependendo da gravidade do problema. O HMDS conta com pneumologistas pediátricos especializados para avaliar e direcionar o tratamento adequado. Outro problema comum é a apneia infantil, geralmente relacionada a fatores como amígdalas aumentadas e obesidade. "Pais e cuidadores devem observar sinais como ronco persistente, respiração bucal e pausas respiratórias durante o sono. O tratamento pode envolver desde acompanhamento com otorrinolaringologista até intervenção cirúrgica em alguns casos", explica a especialista. Higiene do sono A Semana do Sono 2025 reforça que uma boa noite de sono é essencial para a saúde e o bem-estar. "Precisamos resgatar a importância do sono de qualidade, pois ele impacta diretamente na nossa produtividade, humor e prevenção de doenças", conclui a Drª Fernanda Aguiar. Por Cinthya Brandão
As crianças também sofrem com problemas relacionados ao sono, sendo os mais comuns a insônia, o terror noturno e a própria apneia. A pneumopediatra do HDMS, Paula Tannus, destaca que o uso excessivo de telas antes de dormir é um fator preocupante. "A luz azul emitida pelos dispositivos eletrônicos interfere na produção de melatonina, hormônio essencial para a regulação do sono. Isso pode levar a déficit de atenção, irritabilidade e queda no desempenho escolar".
Adotar uma boa higiene do sono é fundamental para prevenir e minimizar os distúrbios do sono. Segundo a Academia Brasileira do Sono, algumas práticas recomendadas incluem manter um horário regular para dormir e acordar, evitar cafeína, álcool e refeições pesadas antes de dormir, reduzir a exposição a telas pelo menos uma hora antes de deitar, criar um ambiente propício ao sono, com temperatura e iluminação adequadas, e praticar atividades físicas regularmente, mas evitar exercícios intensos próximos ao horário de dormir.