Equipe responsável pelo game: Juliana Nogueira, Ádani Robson, Vinicius Sirino e Patrícia Muniz. Foto: divulgação.
Startup maranhense apoiada pela Sudene lança jogo que reconta a história da Amazônia
A startup maranhense responsável pelo desenvolvimento de "Gamezônia", um jogo que promove a educação por meio de uma experiência imersiva sobre a Amazônia, integra o programa de estímulo à inovação e empreendedorismo da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). O projeto faz parte de uma iniciativa que apoia 11 startups no estado, fruto de uma parceria entre a Sudene e a Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema).
O
objetivo dos fundadores ao criarem o “Gamezônia” é oferecer uma
ferramenta educacional que pudesse recontar a história da Amazônia
através de uma perspectiva decolonial, apresentando desafios reais,
distante dos estereótipos e romantizações frequentemente retratados na
mídia.
“Quando
decidimos criar o jogo, nossa diretora de Operações, Patrícia Muniz,
começou a buscar lideranças indígenas no Maranhão para validar essa
proposta e obter seu apoio. Nesse processo, o Sirino, nosso diretor
executivo, conheceu a liderança indígena da Raquel Tremembé, que atua
tanto em contexto rural quanto urbano”, conta Juliana Nogueira, diretora
de Conhecimento da empresa.
“Raquel, então, nos conectou com outras lideranças indígenas e quilombolas do Maranhão e conhecemos a pedagoga indígena Maria Lídia, que indicou um indígena urbano de Belém, Porakê Mundukuru, com vasta experiência em RPG”, complementou Vinicius Sirino, fundador e CEO. Esta abordagem colaborou para que o jogo adquirisse um caráter ainda mais fidedigno à realidade abordada.
O
jogo foi estruturado em torno de temáticas centrais como a proteção dos
rios e recursos hídricos, preservação das florestas, valorização das
comunidades tradicionais, salvaguarda da cultura e patrimônio cultural,
proteção da fauna amazônica e o reconhecimento e perpetuação dos saberes
tradicionais. O Maranhão convive com a presença de três biomas em seu
território: cerrado, amazônia e caatinga. “Cada membro operou aspectos
específicos da metodologia, combinando esforços em articulação com
comunidades, coordenação de reuniões, gestão de aspectos contratuais e
legais, e supervisão da validação científica e desenvolvimento
narrativo”, relatou a diretora de Operações, Patrícia Muniz.
As
cinco fases do jogo são inspiradas em locais reais da Amazônia,
trazendo a proposta de ser uma conexão autêntica com o território. A
plataforma está disponível em ambiente digital próprio, podendo ser
acessado através do site oficial www.gamezonia/site ou através das redes sociais, a exemplo do Instagram @gamezoniabr.
Além
de ter participado ativamente do Startup20, a equipe também integrou os
grupos de trabalho como delegados do G20, participando das discussões e
contribuindo com a perspectiva de startups que trabalham com educação e
impacto social. O projeto também foi apresentado na COP28 em Dubai como
um caso de inovação em educação e sustentabilidade.
“São
exemplos de sucesso como este que mostram como é grande a capacidade
criativa dos empreendedores do Nordeste”, destaca o superintendente
Danilo Cabral. “E é interessante, como no caso do Gamezônia, é possível
reunir, de forma lúdica, aspectos como inovação, sustentabilidade,
educação, entre outros temas tão importantes para o desenvolvimento
regional”, complementa o gestor.
Inovação e desenvolvimento regional
A
Sudene já investiu R$ 4,9 milhões no apoio a projetos da área de
inovação em sete estados na área de abrangência da autarquia. No total,
88 projetos foram contemplados. Os recursos são oriundos do valor
correspondente a 1,5% das operações do Fundo de Desenvolvimento do
Nordeste (FDNE). Para selecionar tais iniciativas, a Sudene atuou em
conjunto com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), analisando
soluções participantes do Programa Centelha 2. Na parceria com a Fapema,
no Maranhão, foram investidos R$ 542,6 mil.
As diretrizes que contemplam a aplicação destes recursos estão voltadas para a difusão de pesquisas e tecnologias para arranjos produtivos locais, formação de recursos humanos e a implementação de polos de produção científica. Os projetos precisam estar em sintonia com o Plano Regional de Desenvolvimento do Nordeste (PRDNE), que dedica um eixo específico de ações para a área de inovação.
Fonte: Sudene