Foto: Divulgação/Arquivo O Candeeiro
Dia Mundial da Biblioteca: leituras recomendadas pelo Professor Jubilut para o Enem
Celebrado em 1 de julho, o Dia Mundial da Biblioteca reforça a importância desses espaços dedicados à leitura e ao conhecimento. A primeira biblioteca de que se tem notícia foi a de Assurbanipal, criada no século VII a.C. na antiga Nínive. No entanto, séculos depois, um levantamento da Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon), baseado no Censo Escolar de 2022, revela que as bibliotecas ainda não são acessíveis para a maioria da população.
Apenas 31% das escolas públicas brasileiras possuem bibliotecas. A situação é ainda mais alarmante na educação infantil, em que apenas 18% das unidades oferecem esse espaço. No total, 52% dos alunos de escolas públicas estudam em instituições sem bibliotecas. Na educação infantil, essa lacuna atinge 78% das crianças, ou seja, quase 5,2 milhões de pequenos estudantes sem acesso a livros. No ensino fundamental, 51% dos alunos, mais de 11 milhões de crianças, também estão privados desse recurso. No ensino médio, a situação melhora um pouco, mas, ainda assim, 31% dos estudantes, cerca de 2 milhões, não têm acesso a uma biblioteca.
“O hábito da leitura é fundamental para o vestibular, pois desenvolve a capacidade de análise crítica, aprofunda o repertório cultural e a compreensão textual, elementos essenciais para o sucesso nas provas, ao exigir interpretação refinada e argumentação sólida”, afirma o biólogo Paulo Jubilut, professor e fundador do Aprova Total.
O professor Jubilut abriu a sua biblioteca para ajudar os estudantes na preparação para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A seleção de leituras abrange uma variedade de temas essenciais para o desenvolvimento intelectual e crítico dos alunos. Confira a lista:
(In)distraível, de Nir Byal
Explorando o conceito de distração em nossa vida cotidiana, a obra oferece um guia prático para combater a dispersão e aumentar a produtividade. Eyal propõe um novo paradigma para entender a atenção e sugere que, ao invés de lutar contra as distrações, devemos nos tornar “indistraíveis”. O livro apresenta estratégias baseadas em pesquisas científicas para ajudar os leitores a identificar e superar as causas das distrações, tanto no trabalho quanto na vida pessoal. “O autor combina insights de psicologia, neurociência e estudos de comportamento humano para fornecer um plano de ação eficaz, transformando a maneira como lidamos com nossas prioridades e gestão do tempo”, revela Jubilut.
Hackeando Darwin, de Jamie Metzl
O livro explora um futuro em que a evolução humana é influenciada por avanços científicos que permitem hackear o DNA para proporcionar mais saúde e talento aos descendentes. O livro convida os leitores a entrarem nos laboratórios onde cientistas estão transformando a ficção científica em realidade, desafiando questões éticas e transformando a própria essência do que significa ser humano.
Além disso, a publicação trata de assuntos como o envelhecimento. “Hoje, por exemplo, quando comparamos os recursos de combate ao câncer, ao Alzheimer, à artrite, há muito mais investimentos do que para combater o envelhecimento”, observa Jubilut.
A Próxima Onda, de Mustafa Suleyman
A publicação aborda os riscos e oportunidades da inteligência artificial e outras tecnologias em rápido desenvolvimento. O livro oferece um alerta urgente sobre os desafios que essas inovações representam para a humanidade e propõe soluções para lidar com essas questões. Mustafa Suleyman é cofundador da DeepMind, uma das principais empresas de inteligência artificial, e compartilha sua visão sobre o impacto dessas tecnologias na próxima década.
Brevíssima História de Quase Tudo, de Bill Bryson
“Brevíssima História de Quase Tudo”, de Bill Bryson, é uma exploração fascinante e divertida do mundo da ciência. O autor aborda temas complexos de forma acessível e envolvente, desde a origem do universo até a evolução da vida na Terra. Com seu estilo leve e informativo, Bryson leva os leitores a uma jornada cativante pelo conhecimento científico, revelando os mistérios do mundo ao nosso redor.
Os Números Não Mentem, de Vaclav Smil
A obra é uma exploração fascinante e acessível das estatísticas que moldam nosso mundo. “Os Números Não Mentem”, de Vaclav Smil, examina estatísticas que moldam o mundo, desmistificando preconceitos sobre sociedade, economia, energia e meio ambiente. Com 71 ensaios baseados em dados concretos, Smil oferece uma compreensão objetiva de realidades complexas, desafiando percepções comuns e fornecendo insights valiosos.
“Vaclav Smil demonstra como os números podem desvendar verdades ocultas sobre o nosso mundo, proporcionando uma visão mais clara e objetiva das questões que enfrentamos”, analisa o professor Jubilut.
A Maravilhosa Trama das Coisas, de Robin Kimmerer
A autora, botânica e membro da Nação Potawatomi, argumenta ao longo da obra que plantas e animais são nossos professores mais antigos. Kimmerer compartilha histórias que destacam a generosidade da terra e defende a importância de uma relação de reciprocidade e gratidão com o mundo vivo. Entrelaçando tradições indígenas e metodologias científicas, o livro é um convite para uma consciência ecológica mais ampla e uma vida sustentável.
“A maior parte da obra nos guia em uma jornada que une a sabedoria indígena com a ciência, revelando como as plantas e animais podem ser nossos maiores mestres e mostrando a importância de uma relação de cuidado com a terra.”
21 Lições para o Século 21, de Yuval Harari
O historiador e filósofo Yuval Noah Harari explora em seu livro os desafios contemporâneos e as incertezas do futuro próximo. Durante o desenvolvimento da obra, aborda temas cruciais como tecnologia, política, religião, imigração e o impacto das mudanças climáticas. Cada capítulo apresenta uma “lição” que incita o leitor a refletir sobre o papel dos indivíduos e da sociedade na construção de um futuro sustentável e justo.
“Harari nos desafia a enfrentar as complexidades do presente com um olhar crítico e informado, essencial para qualquer cientista e educador. Suas reflexões sobre a intersecção entre biologia, tecnologia e sociedade são especialmente relevantes para aqueles que, como nós, buscam compreender e ensinar a intrincada relação entre o ser humano e o ambiente que o rodeia”, ressalta o biólogo Paulo Jubilut.
Por Ana Coelho