
Foto: Marcelo Camargo/AgênciaBrasil/Arquivo
InCor alerta para o controle da hipertensão, doença que acomete mais de 30 milhões de brasileiros
Na próxima semana, dedicada à
conscientização sobre a Hipertensão Arterial, uma condição que afeta
grande parcela da população brasileira e desencadeia até 80% dos casos
de AVC e 60% dos casos de ataque cardíaco no país, a importância do
tema é ressaltada pelo cardiologista Luiz Aparecido Bortolotto, diretor
da Unidade de Hipertensão Arterial do InCor (Instituto do Coração do
HCFMUSP).
O especialista esclarece que a doença já
afeta cerca de 35% dos brasileiros, e as estatísticas de mortalidade
associadas a doença aumentaram para mais de 39 mil, representando um
aumento de 72%, de acordo com dados do Ministério da Saúde.
A hipertensão não é apenas uma questão
genética, mas também está intimamente ligada ao estilo de vida. Fatores
como obesidade, sedentarismo, tabagismo, estresse e hábitos alimentares
inadequados contribuem significativamente para o aumento da
pressão arterial, tornando-se elementos-chave na luta contra essa
condição.
O InCor se destaca como referência no
cuidado para hipertensão com complicações ou com causas secundárias
(renais, endócrinas, etc), oferecendo tratamentos avançados e
acompanhamento especializado para os pacientes. A doença considerada
silenciosa, possui sintomas que não costumam ser percebidos com tanta
facilidade.
Assim, a consulta de rotina como
check-up, ou mesmo, as medidas frequentes da pressão arterial são muito
importantes. “Alguns pacientes se queixam de mal-estar, tontura, dor de
cabeça, embora nem sempre esses sintomas estejam relacionados à
elevação da pressão, e dependem do histórico familiar e da rotina
diária”, explica Dr. Luiz Aparecido Bortolotto.
Estudo é uma nova promessa no campo da cardiologia apresentado no ACC
Em paralelo aos esforços de prevenção e
tratamento, novas terapias surgem com os avanços da medicina. Um estudo
apresentado no Congresso da American College of Cardiology (ACC) de 2024, revelou descobertas promissoras no campo da cardiologia.
O medicamento zilebesiran, um fármaco investigativo, desponta como uma nova promessa no combate à hipertensão arterial.
Com resultados preliminares do estudo
animadores, após três meses de tratamento, os pacientes que receberam o
medicamento por meio de uma única injeção subcutânea, apresentaram
reduções significativas da pressão arterial em comparação com o
grupo placebo, esclareceu o médico.
“O novo medicamento funciona de forma
única em comparação com outros remédios disponíveis nas farmácias ao
desligar um gene específico responsável por produzir uma substância
chamada angiotensinogênio. Essa substância desempenha um papel
chave em um sistema do nosso corpo chamado
renina-angiotensina-aldosterona", explica o médico. O medicamento usa
uma tecnologia avançada chamada RNA de interferência (RNAi), que envolve
moléculas muito pequenas de RNA para fazer esse gene parar de
funcionar. “É como se fosse um interruptor que desliga a produção dessa
substância no nosso corpo, ajudando no controle da pressão arterial”,
esclarece Dr. Luiz Aparecido Bortolotto.
O cardiologista relata a importância
dessa abordagem que é uma das mais tecnológicas voltada para o
tratamento da pressão arterial. "Esse avanço, segundo as pesquisas
apesentadas, é eficaz e promissora, sendo necessários mais estudos para a
sua
aplicação clinica com segurança. Uma terapia revolucionária no combate à
hipertensão é uma esperança não apenas para a medicina, mas para os
pacientes que há tantos anos aguardam por recursos terapêuticos mais
avançados".
Esses resultados sugerem que o medicamento pode oferecer uma estratégia potente para o controle da pressão arterial, possivelmente reduzindo a necessidade de múltiplas medicações diárias. Essa nova perspectiva representa um passo significativo na luta contra uma patologia silenciosa que afeta milhões de pessoas em todo o mundo.
Por Marise Vieira