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Mercado varejista comemora previsão para 2025
Brasil, janeiro 2025: O varejo global deve crescer 8,4% ao ano até
2027, segundo dados da McKinsey, enquanto no Brasil o comércio
eletrônico projeta um aumento de 18% em 2025, liderado pelo social
commerce. Apesar de uma desaceleração esperada para 2025, análises
apresentadas durante o maior evento global de varejo em Nova York, o NRF
2025, reacenderam o otimismo no setor.
Especialistas destacaram como tecnologia, sustentabilidade e
experiências inovadoras estão transformando o mercado. “O varejo não é
mais apenas sobre consumo. Ele está se tornando um ambiente de
experiências e conexões reais,” afirma o empreendedor serial e
empresário Guy Peixoto, que já fundou e liderou mais de 11 empresas em
logística, varejo e energia. E ainda, “as empresas que equilibrarem
inovação e responsabilidade ambiental terão um diferencial competitivo
no futuro próximo.”
Peixoto, autor do livro 101 Princípios Essenciais do
Empreendedorismo - um guia prático que capacita empresários a expandirem
suas operações e diversificarem seus portfólios - as mudanças exigem
que os empreendedores repensem suas estratégias: “O varejo do futuro
será guiado por propósitos claros e pelo uso inteligente da tecnologia.
Não basta apenas vender; é preciso encantar, engajar e respeitar o
consumidor e o planeta.”
A integração entre o físico e o digital também foi destacada como um
fator essencial para engajar os consumidores das Gerações Z e Alpha.
Essas gerações demandam experiências personalizadas, transparência e
autenticidade. A sustentabilidade, o uso de IA para personalização e a
criação de ambientes híbridos e gamificados também são temas
fundamentais para capturar sua atenção.
Cinco Tendências para o Varejo nos Próximos Anos
1. Personalização impulsionada pela Inteligência Artificial (IA)
A IA lidera a revolução varejista ao oferecer experiências
personalizadas e automatizar processos. “Os consumidores querem soluções
sob medida, e a análise de dados será o principal motor dessa
transformação,” comenta Peixoto.
Entretanto, a resistência ao uso de bots na América Latina ainda é
significativa, com apenas 17% dos consumidores se sentindo confortáveis
com essa tecnologia. Isso ressalta a importância de estratégias que
integrem automação sem perder o toque humano, como atendimentos híbridos
e personalizados.
2. Sustentabilidade como diferencial estratégico
Práticas ESG e a economia circular estão no topo das prioridades dos
consumidores. Segundo a Euromonitor, cinco milhões de produtos com
selos de sustentabilidade foram registrados em 2024, abrangendo 11
setores e 25 países.
“Negócios que ignorarem a sustentabilidade não sobreviverão,” alerta
Peixoto. Além disso, consumidores eem geral valorizam marcas que
comprovem suas práticas ambientais com ações concretas, incluindo
produtos de alta eficiência e transparência no impacto ecológico.
3. Crescimento acelerado do Social Commerce
Redes sociais estão se consolidando como plataformas de vendas,
unindo entretenimento e consumo. Dados da Associação Brasileira de
Comércio Eletrônico (ABComm) indicam que o e-commerce no Brasil crescerá
10% em 2025.
“A interação em tempo real e o engajamento direto com o consumidor
estão redefinindo o relacionamento entre marcas e clientes,” destaca
Peixoto. Para os consumidores, a transparência, a fluidez e a
interatividade são pilares fundamentais para a fidelização.
4. Automação e operações autônomas
A automação está revolucionando estoques e lojas físicas com
tecnologias como robôs, sistemas de self-checkout e digital twins. Lojas
sem caixas, como o modelo Amazon Go, ilustram como sensores e
inteligência artificial podem tornar as compras mais rápidas e
eficientes.
Peixoto observa que “o Brasil enfrenta desafios para implementar
essas tecnologias de forma acessível, mas os ganhos em produtividade e
redução de custos operacionais são inegáveis.” Adotar automação em
processos básicos libera equipes para focar na experiência do cliente e
no planejamento estratégico.
5. Lojas físicas como centros de experiência
Apesar do avanço digital, os espaços físicos permanecem cruciais no
varejo, mas com um novo papel: o de oferecer experiências imersivas e
fortalecer o vínculo emocional com as marcas.
Essas lojas estão se tornando ambientes interativos, onde os
consumidores podem experimentar produtos com realidade aumentada,
participar de eventos ou até mesmo relaxar em espaços integrados, como
lojas que combinam cafeterias e áreas de convivência. “As lojas físicas
precisam ser destinos, não apenas pontos de venda,” conclui Peixoto.
O varejo caminha para um futuro cada vez mais dinâmico, onde a
integração de tecnologia, propósito e inovação será essencial para
atender consumidores mais conscientes e exigentes. A diluição da
lealdade e a volatilidade do comportamento do consumidor reforçam a
necessidade de estratégias ágeis e autênticas.
Com perspectivas otimistas e foco em transformação, o setor
varejista está pronto para redefinir seu papel no cenário global,
entregando não apenas produtos, mas experiências que conectem e inspirem
gerações.
Por Sarah Monteiro