Celebrado mundialmente em 22 de setembro, o Dia Mundial Sem Carro convida a sociedade a reavaliar seus hábitos e costumes em prol do coletivo. A data foi instituída para provocar uma reflexão sobre o uso excessivo do automóvel e suas implicações ambientais e na qualidade de vida. Engarrafamentos frequentes e queda na qualidade do ar, com aumento da poluição, são os principais pontos de atenção.

Entre as opções mais sustentáveis está o transporte coletivo. Para os deslocamentos interestaduais, por exemplo, o ônibus é uma opção mais ecológica. Dados indicam que, em uma viagem de 400 km, a emissão média de CO2 por pessoa é de apenas 4 kg, comparado a 26 kg de um carro e 84 kg de um avião.

Segundo a conselheira executiva da Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros (Abrati), Letícia Pineschi, esse fator tem atraído um público cada vez mais preocupado com o meio ambiente e a sustentabilidade. "Estamos vendo uma mudança nos hábitos dos brasileiros, que agora buscam opções mais sustentáveis e que façam sentido no bolso”, afirma.

O preço é outro atrativo do setor. Um estudo recente revelou que 80% dos viajantes trocaram, pelo menos uma vez, o carro ou avião pelo ônibus entre 2021 e 2022, sendo que 42% deles citaram o preço como o principal motivo para essa mudança.

Pineschi explica que a variação dos preços de gasolina, pedágios e passagens aéreas, além dos custos extras como despacho de malas, tem feito com que mais pessoas considerem o ônibus como uma opção viável e econômica para o turismo. “Antes, o turista de lazer acabava considerando outros modais. Hoje, percebemos que mais pessoas têm interesse em usar o ônibus de linha para turismo”, analisa.

De olho nessa tendência, o setor tem investido em melhorias para se alinhar a essa nova demanda, como a adoção de combustíveis mais limpos, reuso de água, reciclagem de óleo e resíduos, além de embarques digitais em terminais com estrutura moderna e compromisso ambiental. “O transporte coletivo é uma escolha que beneficia o bolso e o planeta”, conclui Pineschi.

Por Shismênia Oliveira