
Além de ajudar na segurança alimentar de bovinos em períodos de estiagem, a palma forrageira apresenta indícios de contribuir para a melhoria da qualidade do leite e da carne dos animais. Foto: Cacio Murilo (Depositphotos).
Pesquisa sobre uso da palma forrageira na alimentação animal pode baratear ração e impulsionar produção de leite e carne no Nordeste
A Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) aprovou nesta quarta (14/05), em reunião da Diretoria Colegiada, um convênio com a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) para executar o projeto “Palma Forrageira: In Natura ou Farelo – Mais Leite e Mais Carne com Mais Qualidade”. A iniciativa vai estudar, com base científica, os efeitos da substituição do milho e do farelo de trigo pela palma na alimentação de vacas, cabras e ovinos. O objetivo é aumentar a produtividade e reduzir os custos dos produtores que atuam sobretudo na região do Semiárido.
O
projeto, que receberá R$ 256 mil da Sudene, integra o programa
InovaPalma, voltado ao uso da palma como insumo estratégico para a
pecuária regional. Resistente à seca e com alto valor nutricional, a
palma é considerada uma alternativa promissora para enfrentar os efeitos
das estiagens prolongadas na produção de leite e carne.
Fonte: Sudene
A
pesquisa será conduzida por equipes da UFRPE. Os estudos acontecerão em
unidades experimentais e vão avaliar os efeitos em três populações de
animais: vacas em lactação, cabras leiteiras e ovinos de corte. Serão
avaliados indicadores como produção e composição do leite,
digestibilidade dos nutrientes, qualidade da carne e eficiência
alimentar. Os testes devem começar em agosto de 2025.
Do ponto de vista técnico, a expectativa é de que a pesquisa aponte ganhos relevantes para a pecuária regional. Para o engenheiro agrônomo da Sudene, José Aildo, a versatilidade e os efeitos da palma podem transformar a alimentação animal no Semiárido. “Um dos aspectos mais inovadores deste estudo é avaliar até que ponto a palma melhora a qualidade do leite e da carne. Já há indícios da presença de enzimas na planta que facilitam a digestão do leite, por exemplo. Soma-se a isso o fato de ser um alimento altamente eficiente para suprir as necessidades dos rebanhos em clima semiárido”, explicou.
A
iniciativa reforça as diretrizes da Sudene para o desenvolvimento
sustentável da Região, priorizando soluções de baixo custo e impacto
positivo direto para o produtor. Além de fortalecer as cadeias
produtivas tradicionais. Se os resultados forem positivos, a palma pode
ganhar protagonismo nas estratégias de alimentação da pecuária regional.
A Sudene também enxerga na palma um ativo econômico com potencial global. Segundo o superintendente da Autarquia, Danilo Cabral, a planta pode se tornar uma commodity exportável. “Já sabemos da resiliência da palma no Semiárido. Existem regiões no exterior com clima semelhante, o que abre espaço para sua valorização internacional. A Sudene tem investido em pesquisa, ciência e inovação para agregar valor à palma, transformando-a não apenas em um insumo essencial para a sustentabilidade regional, mas também em um produto de mercado, com potencial econômico além das nossas fronteiras”, afirmou.