
Foto: Divulgação
ESG e lucratividade puxam debate no principal encontro de tecnologia no nordeste
A adoção de práticas ambientais e sociais deixou de ser uma mera preocupação ética para se consolidar como um fator de extrema importância na avaliação do desempenho financeiro das empresas. Embora exista uma parcela do mercado, chamada anti-ESG, que não valoriza ou mesmo se opõe a tais políticas, a realidade é que cada vez mais estudos apontam para uma forte correlação entre a adoção de estratégias sustentáveis e resultados financeiros positivos para as companhias.
Um relatório da Morgan Stanley de 2024, por exemplo, mostrou que os ativos sob gestão em fundos sustentáveis atingiram um recorde de US$ 3,56 trilhões no ano. Por isso, Dilma Campos, uma das principais lideranças de inovação e sustentabilidade, e defensora dessa agenda no Brasil, reforça: as preocupações com o meio ambiente, inovação e lucro devem caminhar juntas. A especialista é, hoje, Chief Sustainability Officer (CSO) da B&Partners.co e sócia-fundadora da Nossa Praia, empresa de ESG Tech. E é um dos keynote speakers convidados do IT Forum Trancoso 2025, principal plataforma de conteúdo, relacionamento e negócios de tecnologia da América Latina.
No evento, apenas para convidados, realizado entre os dias 30 de abril e 4 de maio, no distrito de Porto Seguro (BA), a executiva fará a palestra Return of Future: Construindo o Amanhã por Meio da Inovação. “No século XXI, cada real faturado precisa devolver ao mundo um valor maior em solo fértil, ar limpo e vidas dignas. O lucro deve ser ponto de partida, não ponto final”, afirma Dilma.
Em sua apresentação, ela vai compartilhar com mais de 120 CIOs das maiores empresas brasileiras e mais 400 executivos do setor de tecnologia casos práticos de companhias que conseguiram restaurar biomas enquanto ampliavam margens de lucro e transformavam cadeias lineares em ecossistemas circulares. “Estratégias como essas geram prosperidade local, contratando e capacitando comunidades que antes só assistiam à extração de seus recursos”, explica.
Professora convidada da Singularity University e no Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ), a executiva tem ampla experiência em desenvolver estratégias que ajudam empresas a equilibrar crescimento sustentável e inovação tecnológica. “Hoje, é possível usar a tecnologia social e dados em tempo real para medir, auditar e escalar impacto positivo das práticas de ESG sem sacrificar performance financeira”, reforça.
Os participantes sairão da plenária com um roadmap prático dividido em cinco etapas de como implementar ações para um crescimento sustentável. São elas: Redesenhar produtos e processos sob a lógica de lucro e planeta; Converter resíduos em novas fontes de receita; Atrair capital e consumidores que compram propósito, não apenas preço; e Implantar métricas de impacto que impressionam conselhos, investidores e, sobretudo, a próxima geração.
Dilma Campos lembra ainda que o impacto ambiental atual das atividades econômicas já está afetando e deve afetar ainda mais o desenvolvimento e a lucratividade das empresas amanhã. “Afinal, lucro que não regenera é custo futuro”.
Por Amanda Cassia