1. Qual é a atual incidência de incêndios em residências e estabelecimentos comerciais no Brasil? Existe alguma região ou perfil de residência mais afetado por esses casos? 

Podemos dizer as regiões urbanas densas e residências em áreas periféricas, com instalações elétricas antigas ou irregulares, são as mais vulneráveis. Além disso, estados com maior concentração populacional e edificações antigas tendem a sofrer mais incidentes. Para se ter uma ideia, dados do primeiro semestre da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel) mostram que cerca de 50% dos incêndios acontecem em casas. Em 2024, 213 dos 467 incêndios registrados foram em moradias. Segundo a Associação, o segundo local de maior incidência de incêndios são as unidades comerciais. Em ambos os casos, problemas nas instalações elétricas internas são as principais causas para o fogo.

Além disso, dados recentes do Instituto Sprinkler Brasil mostram que os incêndios estruturais bateram recorde em 2024, com 2.453 ocorrências. O número é o maior registro desde que o Instituto iniciou seu trabalho de monitoramento, em 2017, e é 10,4% superior ao registrado em 2023.

2. Quais são as principais causas de incêndios em residências? Há algum comportamento ou equipamento doméstico que se destaque como mais perigoso? 

As principais causas incluem falhas em instalações elétricas, uso de equipamentos eletrônicos defeituosos, sobrecarga de tomadas e práticas inadequadas. Em épocas como o fim de ano, isso é ainda mais recorrente, devido ao alto uso do ar-condicionado que muitas vezes ficam ligadas por longos períodos sem supervisão.

Quando vários dispositivos estão conectados simultaneamente a benjamins ou extensões, ocorre uma sobrecarga elétrica, o que pode danificar os equipamentos e, em casos mais graves, causar incêndios na residência. Um erro comum é conectar aparelhos que consomem muita energia, como ar-condicionado, em extensões ou benjamins. Essas conexões não são projetadas para suportar altas cargas, o que aumenta o risco de superaquecimento, sobrecarga elétrica e incêndios.

As instalações elétricas irregulares ou sem manutenção também são responsáveis por grande parte dos incêndios registrados em residências, seguidas pelo uso inadequado de equipamentos inflamáveis. Outra prática que também pode gerar acidentes são velas acesas ou o descarte de bitucas de cigarro de forma incorreta.

3. Quais medidas preventivas são mais eficazes para evitar incêndios em casa? 

Para evitar acidentes é fundamental a manutenção regular das instalações elétricas, assim como o uso de disjuntores adequados e extintores em locais acessíveis. Também é muito importante evitar a sobrecarga de tomadas, desligar aparelhos quando não estão em uso, e descartar corretamente materiais inflamáveis. Além disso, a instalação de alarmes de fumaça pode ajudar a detectar problemas antes que se tornem incêndios graves.

4. De que forma o seguro residencial pode ser uma proteção indispensável para famílias em casos de incêndios? 

Quais coberturas específicas são mais relevantes para essas situações? O seguro residencial garante a proteção contra perdas materiais e pode ser primordial na recuperação financeira após um incêndio. Essa segurança é vital para proteger tanto o patrimônio quanto a estabilidade financeira das famílias afetadas.

No caso do Bradesco Seguro Residencial, a cobertura básica abrange danos causados por incêndio na residência e os bens que estejam dentro do imóvel, inclusive quando os acidentes são causados por terceiros e durante tumultos. O seguro contempla ainda casos de explosão ou implosão de aparelhos, substâncias ou produtos, dentro ou fora da residência. Além disso, a apólice cobre estragos causados por fumaça vinda de dentro ou fora do terreno, válido também para fumaça de aparelhos, máquinas e afins que ficam no edifício da residência.

5. Podemos dizer que falta informação sobre prevenção de incêndios e a importância do seguro no Brasil? Como seguradoras, corretores e outros setores podem contribuir a disseminação dessa conscientização? 

Sim, certamente identificamos que há uma carência significativa na conscientização sobre prevenção e seguros no País. A população brasileira não está acostumada a pensar nos seguros como uma forma de proteção e tranquilidade financeira, mas sim como um gasto adicional. Quando, na verdade, investir em seguro significa justamente a proteção financeira.

Muitas famílias desconhecem os riscos associados à falta de manutenção preventiva e os benefícios de possuir um seguro residencial. Se formos comparar com países mais maduros neste quesito, onde até 90% da população possui seguro residencial, o Brasil ainda está em fase inicial de adoção. Apesar de o custo médio do seguro residencial no Brasil ser relativamente baixo (em média, 0,1% a 0,2% do valor do imóvel, ou entre R$ 500 e R$ 800/ano), apenas cerca de 17% da população está coberta, segundo dados recentes da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg).

Para tentar modificar este cenário, o mercado segurador vem promovendo campanhas educativas, realizadas por seguradoras, entidades e corretoras, visando aumentar essa conscientização e tornar o seguro mais acessível. Outros fatores, como catástrofes climáticas, também vêm contribuindo para o aumento da contratação do seguro residencial, e a expectativa é que essa curva continue crescendo nos próximos anos.

6. E NO CASO DE EMPRESAS? A BRADESCO SEGUROS DISPÕE DE PROTEÇÕES PARA CASOS DE INCÊNDIO? 

A Bradesco Seguros possui o Seguro Empresarial, ideal para estabelecimentos comerciais, empresas da área industrial e prestadores de serviços. Ao todo, são 12 segmentações, com coberturas específicas, voltadas para cada linha de negócio. A cobertura para incêndios, no entanto, faz parte do pacote de coberturas básicas do produto empresarial, comum a todas as segmentações. Além de incêndio, as coberturas básicas são fumaça, queda de raio, explosão ou implosão, queda de aeronaves, impacto de veículos terrestres, incêndio por queimadas em zonas rurais, e tumulto, greve e lockout.

Por Fernanda Hamat y