Tripulação pronta para o resgate no Líbano: médicos, enfermeiros e psicólogos fazem parte do grupo para acolhimento aos brasileiros que serão resgatados da zona de conflito. Foto: Força Aérea Brasileira
Aeronave do Governo Federal decola rumo ao Líbano para resgate de brasileiros
A aeronave do Governo Federal que estava em Portugal aguardando autorização para deslocamento rumo ao Líbano decolou às 7h (de Brasília) deste sábado, 5 de outubro, de Lisboa. A previsão de chegada a Beirute é por volta das 11h. A primeira escala da Operação Raízes do Cedro, adotada para repatriar brasileiros da zona de conflito no Oriente Médio, tem previsão de resgate de cerca de 220 pessoas.
No retorno, a
aeronave KC-30 da Força Aérea Brasileira fará uma parada técnica em
Lisboa. A aterrissagem no Brasil está prevista para este domingo, 6 de
outubro, na Base Aérea de São Paulo, em Guarulhos (SP).
Cerca de três
mil brasileiros que estão no Líbano manifestaram interesse na
repatriação. Na última quinta-feira, o ministro das Relações
Exteriores, Mauro Vieira, explicou os critérios de seleção. “Em primeiro
lugar, brasileiros não
residentes. Logo depois, brasileiros residentes. E, dentro dessas duas
categorias, o que é estabelecido por lei: idosos, mulheres, gestantes,
crianças, pessoas com deficiência, doentes de toda forma. Com base
nisso, e com a disponibilidade nos aviões,
organizamos a lista para esse primeiro voo”, afirmou.
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ACOLHIMENTO-
Na tripulação do KC-30, há uma equipe multidisciplinar com médicos,
enfermeiros e psicólogos para garantir acolhimento e assistência. “A
gente está aqui para dar um apoio à tripulação e para os passageiros,
para
que a gente possa mitigar os efeitos desse estresse, de tudo aquilo que
causa nas pessoas lidar com situações como essa", completou a tenente
Ingrid, psicóloga.
SEGURANÇA
- Segundo o tenente-coronel aviador Marcos Fassarella Olivieri, o voo
se assemelha ao perfil dos 13 que foram feitos na Operação Voltando em
Paz, realizada em 2023 para resgatar quase 1.600 brasileiros e mais de
50 animais
domésticos das zonas de conflito em Israel, na Faixa de Gaza e na
Cisjordânia. "Nós temos a capacidade de, por voo, repatriar 220 pessoas,
além de trazer os pets. Nos enche de orgulho participar de uma missão
de tamanho vulto e tamanha importância,
de podermos trazer os nossos compatriotas de uma zona de guerra para um
local seguro", afirmou Olivieri.
FLEXIBILIDADE PARA PETS
- O Ministério da Agricultura e Pecuária manteve a flexibilização de
regras para entrada de cães e gatos acompanhando cidadãos repatriados e
refugiados. As diretrizes facilitam o processo de ingresso desses
animais no Brasil. Com isso, as unidades da Vigilância Agropecuária
Internacional (Vigiagro), em conjunto com a Coordenação de Trânsito e
Integração Nacional de Cargas e Passageiros, passam a adotar protocolo
especial para animais de estimação
provenientes do Oriente Médio. O procedimento permite que tutores
ingressem com seus pets sem a apresentação imediata de documentos
sanitários exigidos em condições normais. "Essa flexibilização é
necessária para que a entrada dos animais
acompanhe a urgência das situações humanitárias, preservando a saúde
pública e o bem-estar animal", explicou o coordenador-geral de Trânsito,
Quarentena e Certificação Animal do ministério, Bruno Cotta.
MÚLTIPLAS FUNÇÕES-
O KC-30 usada neste primeiro voo de repatriação é um avião com cerca de
240 lugares, autonomia para até 14.500 quilômetros e foi utilizado
várias vezes nos voos humanitários de resgate de brasileiros na
zonas de conflito em Israel e em Gaza desde o início da crise Oriente
Médio, em outubro de 2023. Com 59 metros de comprimento, é a maior
aeronave operada pela Força Aérea Brasileira. Tem capacidade de uso em
operações estratégicas, apoio
logístico e missões humanitárias. Em casos de calamidade pública, como
desastres naturais ou emergências médicas, também pode realizar missões
de Evacuação Aeromédica (EVAM) para atender a múltiplos pacientes.
O QUE É
- A Operação Raízes do Cedro foi determinada pelo presidente Luiz
Inácio Lula da Silva a partir do acirramento do confronto entre Israel e
o grupo Hezbollah, que atua no Líbano. A logística de repatriação
envolve o uso
de aeronaves e de servidores da Força Aérea Brasileira e um intenso
trabalho de articulação nos bastidores. O ministro Mauro Vieira
(Relações Exteriores) teve conversas com chanceleres e representantes do
Líbano e de países vizinhos para organizar
o resgate com segurança. Os funcionários da embaixada do Brasil em
Beirute garantem o contato frequente com a comunidade brasileira na
região, de cerca de 20 mil pessoas, para detectar o número de
interessados em retornar, organizar listas, garantir o
deslocamento terrestre seguro dos repatriados até o aeroporto e
acompanhar o embarque.