Cerca de 250 profissionais do Governo Federal já estão em atuação no Pantanal, incluindo brigadistas e equipes do Ibama, do ICMBio e da Marinha - Foto: Joédson Alves/Agência Brasil
Combate a incêndios no Pantanal ganha reforço de 80 brigadistas da Força Nacional
Oitenta agentes
da Força Nacional serão enviados ao Mato Grosso do Sul para ajudar no
combate a incêndios e queimadas no Pantanal. Cerca de R$ 3 milhões serão
custeados pelo Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP) para o
pagamento de diárias
aos brigadistas nos próximos 60 dias. Metade do efetivo tem previsão de
chegar ao estado nesta quinta-feira (27), enquanto outros 40 agentes
devem chegar até sábado (29).
Serão
utilizados materiais como caminhões de combate a incêndios florestais,
abafadores, enxadas, ferramentas de escavação, tochas de incêndio,
cortadores de mato, sopradores, facões, tanques flexíveis, drones,
geradores de energia, dispositivos
GPS, machados, picaretas e medidores de clima, além de Equipamento de
Proteção Individual (EPI).
A atuação dos
profissionais de segurança pública atende à solicitação do Instituto
Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), prevista na
Portaria do MJSP nº 641/2024. As operações serão realizadas nas áreas de
atuação do
instituto, na região pantaneira, também para combater o desmatamento,
invasão de áreas federais e extração ilegal de minério e madeira.
Conforme
estabelecido na portaria, a Força Nacional pode ser mobilizada em todas
as áreas de atuação do ICMBio, desde que haja solicitação formal do
órgão. Além de atuar no MS, a Força Nacional apoia o ICMBio nos estados
do Amazonas, Mato
Grosso, Pará e Rondônia.
"O
Fundo tem papel transformador na segurança pública, o volume de
recursos que a gente lida é capaz de sustentar diversos estados. Por ter
esse papel financiador, os estados e municípios podem contar com a
ajuda financeira e com a visão
macroestratégica, isso ajuda a ter uma visão em perspectiva para
reservar recursos e se antever aos eventos extremos"
CAMILA PINTARELLI
Diretora do Fundo Nacional de Segurança Pública
FUNDO NACIONAL
Até o momento, o Fundo Nacional de Segurança Pública já repassou mais
de R$ 35 milhões em operações de proteção dos biomas entre 2023 e 2024.
Além disso, mais de R$ 500 milhões estão previstos para a
aquisição de itens de bombeiragem para todo o país, via Compras Susp, em
procedimento alinhado junto ao Conselho Nacional dos Corpos de
Bombeiros Militares do Brasil (LIGABOM), colegiado de todos os
comandantes gerais de bombeiros do
Brasil.
"O Fundo tem
papel transformador na segurança pública, o volume de recursos que a
gente lida é capaz de sustentar diversos estados. Por ter esse papel
financiador, os estados e municípios podem contar com a ajuda financeira
e com a visão
macroestratégica, isso ajuda a ter uma visão em perspectiva para
reservar recursos e se antever aos eventos extremos", explicou a
diretora do Fundo Nacional de Segurança Pública, Camila Pintarelli.
De acordo com
Camila, R$ 46,5 milhões foram firmados entre o Fundo e os estados do
Centro-Oeste para ampliação da rede e o aprimoramento do Corpo de
Bombeiros. "O FNSP custeia inúmeras atividades, custeamos também
políticas públicas que envolvam o
meio ambiente. A Segurança Pública do Governo Federal também tem esse
viés e esse olhar ambiental", destacou.
OPERAÇÃO PERMANENTE
O Ministério da Justiça está estruturando uma operação permanente de
combate e salvamento em desastres climáticos, iniciativa que terá
suporte técnico e de inteligência da Força Nacional e da Diretoria
de Operações Integradas e de Inteligência (Diopi), e será desenvolvida
em parceria com o LIGABOM.
O projeto tem
previsão de R$ 150 milhões em investimentos no próximo biênio e inclui a
criação de pontos de apoio em todas as regiões do país para acelerar o
envio de equipamentos e agentes. Um novo setor especializado será
formado dentro da
Força Nacional, com bombeiros militares indicados pelo LIGABOM, e
financiamento do FNSP.
"Estamos atentos às mudanças climáticas que assolam o país, e precisamos ressignificar o papel do Corpo de Bombeiros, que primeiramente se destinava a combater incêndios urbanos, é o profissional que tem mais expertise para atuar em situações extremas como essa. A operação pretende ficar sempre à disposição em casos de desastres climáticos, com escritório com divisão e ramificação no Brasil inteiro. A mobilização seria mais rápida, dando mais segurança para a população", destacou Camila.