
Joseval Carqueija, presidente do Crea-BA; Vinicius Marchese, presidente do Confea e o coordenador em exercício da Comissão de Ética e Exercício Profissional, eng. Sérgio Maurício / Foto: Divulgação Crea
Força-tarefa do Confea/Crea leva segurança a canteiros de obra da Bahia
Dados do Ministério Público do Trabalho (MPT) alertam que mais de
450 profissionais da construção civil morrem a cada ano no Brasil. Esse
risco é duas vezes maior do que em outros segmentos do mercado de
trabalho. Para aumentar a segurança dos trabalhadores e da sociedade, o
Confea e os Creas vão promover a Força-Tarefa Nacional de Fiscalização
entre os dias 17 e 19 de junho, na Bahia.
A iniciativa está alinhada com a nova proposta do Sistema
Confea/Crea em adotar medidas práticas na hora de fazer entregas à
população brasileira. “Essa fiscalização intensiva terá viés educativo
porque os fiscais irão demonstrar para os moradores da Bahia a
importância da presença de um profissional com conhecimento técnico
especializado na supervisão, coordenação e execução de obras e serviços
de engenharia. A partir dessa ação, as pessoas vão ter mais clareza
sobre como os profissionais habilitados garantem a preservação da vida.
Conscientes disso, elas mesmas passam a afastar os executores leigos das
atividades que são, por lei, atribuídas a engenheiros registrados no
Conselho”, afirma o presidente do Confea, eng. telecom. Vinicius
Marchese.
Outro objetivo da força-tarefa nacional é assegurar que
empreendimentos de alto risco cumpram normas técnicas e padrões de
segurança, como explica o presidente do Crea-BA, eng. agrim. Joseval
Carqueija. “A prioridade é prevenir acidentes, por isso o foco da ação
será o cumprimento da Norma Regulamentadora NR-35, que estabelece
requisitos e medidas de prevenção para o trabalho em altura, envolvendo
planejamento, organização e execução, de forma a garantir a segurança e a
saúde dos trabalhadores envolvidos direta ou indiretamente com esta
atividade”, ressalta o presidente do Regional que irá sediar a
iniciativa.
A ação será realizada em duas frentes, de acordo com o planejamento
definido pela Comissão de Ética e Exercício Profissional (Ceep). “A
fiscalização será em obras de construção civil que estejam usando gruas,
cremalheira e balancim, ou seja, equipamentos que exigem
responsabilidade técnica na montagem, operação e desmontagem. Outra
frente será realizada em prédios já habitados, residenciais e
comerciais, onde há obras e serviços de reforma de fachada, lavagem,
limpeza e recuperação de juntas de dilatação e rejuntes. Nesse caso, os
agentes irão orientar sobre a importância dessas atividades serem
executadas com base em projeto e instalação de equipamentos de ancoragem
com Anotação de Responsabilidade Técnica, e que possuam plano de
emergência e resgate, além de laudo de inspeção predial”, pontua o
coordenador da Ceep, eng. eletric. Sérgio Maurício Cardoso.
Ação integrada
A proposta da Força-Tarefa Nacional de Fiscalização é padronizar
procedimentos e conferir mais assertividade aos serviços prestados à
população. Para isso, em cada ação a expertise de alguns Creas na
verificação de determinadas áreas será compartilhada com os Regionais
que possuem menos prática nesses mesmos setores, como detalha o gerente
de Relação com o Profissional e Fiscalização (GPF), eng. mec. Igor de
Mendonça. “Esta ação na Bahia possibilitará a transferência de
conhecimento de um Crea para outro por meio do intercâmbio de práticas
exitosas de fiscalização, com o Confea assumindo de forma mais
contundente o papel da fiscalização do exercício das profissões”, frisa
Mendonça.
O trabalho dos fiscais dos Creas vai ganhar reforço de agentes do
Ministério Público do Trabalho. “Enquanto o Sistema Confea/Crea irá
verificar se as obras e serviços têm profissionais de engenharia
responsáveis pela emissão de projetos, o Ministério Público do Trabalho
irá conferir o cumprimento das exigências da NR-35 e, em caso de
descumprimento de regras, o MPT poderá paralisar os trabalhos”, explica a
coordenadora de Fiscalização do Crea-BA, eng. mec. Michele Costa, que
já esteve à frente da Ceep no Confea. A expectativa é que a Força-Tarefa
Nacional de Fiscalização tenha ainda a participação de agentes da
Defesa Civil, do Corpo de Bombeiros, do Centro de Referência em Saúde do
Trabalhador, entre outros órgãos.
Por Camila Fiuza