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Capoeira Angola como ferramenta de inclusão social na BA vence prêmio LED - Luz na Educação
A Capoeira e a Ilha de Itaparica estão representadas entre os vencedores do Prêmio LED - Luz na Educação - uma iniciativa da TV Globo e da Fundação Roberto Marinho que busca reconhecer e impulsionar práticas inovadoras, replicáveis e com alto potencial de impacto, que contribuem para o desenvolvimento do futuro da educação brasileira.
Depois da premiação de seis ganhadores eleitos pelo júri técnico, nesta segunda-feira (15) o Instituto Cultural Bantu foi anunciado como vencedor da escolha por voto popular, representando a categoria Organizações e Empreendedores. Com sede no município de Vera Cruz-BA, o instituto atua desde 2006 na defesa dos direitos de crianças, adolescentes e suas famílias em situação de vulnerabilidade, extrema pobreza e violência.
Utilizando a pedagogia da Capoeira Angola e outras referências da cultura africana como ferramentas de inclusão social e engajamento comunitário, atende a mais de 330 beneficiários em atividades como oficinas de capoeira e percussão, reforço escolar, letramento digital, dança, educação ambiental, programas de capacitação profissional e geração de renda, entre outras.
Fundador do Instituto Bantu, Edielson Miranda, o Mestre Roxinho, nasceu em Itaparica, e entre os 6 e 7 anos passou a morar nas ruas de Salvador. Acolhido pelo Mestre Virgílio da Fazenda Grande, aprendeu o ofício de serralheiro e a arte da capoeira, tornando-se mestre. Hoje tem seu trabalho reconhecido pelos mais de 30 anos de dedicação à salvaguarda da Capoeira Angola como Patrimônio Imaterial da Cultura Brasileira e da Humanidade e sua consolidação como tecnologia de inclusão social, combate à violência e defesa dos direitos humanos.
“Os valores essenciais da Capoeira Angola, no que diz respeito ao seu ecossistema de cuidado com o indivíduo e de cuidado com a comunidade, estão presentes em todas as nossas ações. A partir do resgate e valorização dessa identidade e diversidade da cultura afro brasileira, promovemos um ambiente de cuidado mútuo, constante aprimoramento e resultados reais no enfrentamento às desigualdades estruturais”, avalia Edielson.
Por Vanessa Bastos