Foto: Divulgação / Nortene
Atenção com a qualidade do material é item importante na construção dos biodigestores
Com a crescente busca por alternativas energéticas renováveis, o biogás tem se destacado como uma solução estratégica na matriz energética brasileira. Obtido pela decomposição de matéria orgânica da agropecuária, como dejetos animais, restos de culturas e resíduos alimentares em biodigestores, este gás transforma resíduos em energia limpa, reduzindo impactos ambientais e promovendo a economia circular. De acordo com a Associação Brasileira de Biogás (ABiogás), o Brasil é um dos países com maior capacidade de geração dele, estimando-se que poderia produzir até 120 milhões de metros cúbicos por dia.
Contudo, para que os sistemas de biodigestão operem de forma eficaz, é necessário utilizar materiais de alta qualidade. Esses são essenciais para garantir a estanqueidade do processo e a durabilidade dos biodigestores, que precisam ser robustos o suficiente para lidar com as condições agressivas e imprevisíveis dos ambientes onde estão instalados. “Nesse contexto, as geomembranas têm se mostrado uma solução de alta performance, utilizadas para forrar o interior dessas soluções, garantindo a contenção segura dos resíduos orgânicos e a captura eficiente do biogás”, explica, Marcelo Kerber, coordenador da área técnica da BioTer, parceiro da Nortène, que desenvolve projetos e comercializa esse tipo de produto.
Elas desempenham um papel importante ao evitar vazamentos e perdas de biogás, além de proteger o sistema contra danos causados por agentes externos, como intempéries e desgaste do material ao longo do tempo. “A utilização transforma os biodigestores em sistemas mais seguros, eficientes e duráveis, aumentando sua capacidade de gerar energia limpa e contribuindo para a sustentabilidade dos projetos”, destaca o especialista.
Ele ressalta ainda, que os materiais precisam garantir estanqueidade e resistência ao longo do tempo, mesmo em ambientes agressivos. E por isso, as geomembranas são ideais para essas condições, “pois oferecem a robustez necessária para garantir a segurança e a eficiência do sistema”, pontua.
Além de sua durabilidade, são uma opção vantajosa, pois tem alta flexibilidade, facilidade de instalação e baixo custo de manutenção, o que as torna uma escolha econômica e sustentável para os produtores rurais e empresas do setor. “O uso garante a redução de custos operacionais, além de proporcionar uma solução sustentável, ao evitar vazamentos e perdas no processo de captura do biogás", complementa Kerber.
Opção no mercado
A Nortene, líder no fornecimento de geomembranas, ressalta que seus produtos são fabricados com resinas 100% virgens e aditivos UV, garantindo uma vida útil prolongada e resistência a condições adversas. “A qualidade das nossas geomembranas assegura que os sistemas de biodigestores funcionem sem comprometer a eficiência, mesmo em ambientes desafiadores”, explica Sérgio Costa, Mestre e engenheiro civil e ambiental com foco em Geossintéticos na Nortène. A empresa também enfatiza a importância de seguir a norma brasileira ABNT 16199, que orienta as melhores práticas para instalação, minimizando o risco de falhas, como furos ou danos nas soldas, que comprometam o desempenho do sistema.
Mais investimento no setor
Apesar do imenso potencial do Brasil, a implementação de biodigestores ainda enfrenta desafios significativos, como a complexidade técnica do processo de biodigestão e os obstáculos econômicos e regulatórios. “É fundamental que o Brasil invista em políticas públicas de incentivo e apoio ao setor, além de garantir a capacitação técnica das empresas envolvidas na execução desses projetos”, afirma Kerber da BioTer. Um exemplo de sucesso é o projeto da BioTer na Granja do Ipês, localizada no município de Glória de Dourados, Mato Grosso do Sul. Com um plantel de 3.700 matrizes suínas, a granja gera cerca de 60.000 kWh de energia limpa por mês, utilizando as geomembranas para garantir a estanqueidade e a eficiência do sistema de biodigestão. Esse projeto foi apresentado na COP 27 como um modelo de sustentabilidade.
Por Kassiana Bonissoni