Foto: Péricles Monteiro / Coperphoto / Sistema FIEB
Bahia precisa qualificar 574 mil profissionais até 2027, segundo SENAI
Para atender a demanda da indústria da Bahia nos próximos três anos,
será necessário qualificar 574 mil profissionais entre 2025 e 2027,
segundo o Mapa do Trabalho Industrial.
O número contempla a necessidade de formação de 97 mil novos
profissionais e de requalificação de 477 mil que já estão no mercado. A
projeção leva em conta o crescimento da economia e do mercado de
trabalho. O levantamento é elaborado pelo Observatório Nacional da
Indústria (ONI) da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O estudo é
uma importante ferramenta de inteligência para subsidiar as ações de
planejamento de oferta do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
(SENAI).
Acesse os dados do Mapa do Trabalho Industrial na íntegra.
"O
Mapa do Trabalho industrial é uma importante ferramenta de projeção da
demanda por formação de novos profissionais e requalificação daqueles
que já estão no mercado de trabalho. Nossa principal missão é ter uma
oferta adequada de programas de formação profissional com base nessas
projeções, mas principalmente na escuta ativa dos empresários das
diversas regiões do nosso Estado, de modo a promover a qualificação e
requalificação de profissionais que a indústria efetivamente precisa”,
afirma a superintendente executiva de Educação Profissional do SENAI
Bahia, Patrícia Evangelista.
Segundo o Mapa do Trabalho
Industrial, o estado precisará de 97 mil trabalhadores com uma nova
formação para atender o ritmo de criação de empregos e a reposição de
trabalhadores que deixarão o mercado de trabalho formal.
As
projeções para a Bahia também mostram que 477 mil trabalhadores
precisarão de treinamento e desenvolvimento para atualizarem as
competências nas funções que já desempenham na indústria e que também
são demandadas por outros setores no Brasil.
A atualização
envolve o desenvolvimento de competências em dimensões como hard
skills (habilidades técnicas como domínio de máquinas, equipamentos e
softwares), soft skills (competências comportamentais como pensamento
crítico, inteligência emocional, criatividade e inovação) e ações de
saúde e segurança no trabalho (como inspeção de instalações, normas e
regulamentos), para que os trabalhadores contem com as habilidades
necessárias para desempenhar as funções de maneira eficaz e segura.
Logística e Construção lideram em demanda por profissionais
De acordo com o Mapa do Trabalho Industrial, entre 2025 e 2027, as áreas com maior demanda por profissionais serão:
Logística e Transporte (129 mil),
com oportunidades para técnicos de controle da produção, motoristas de
veículos de cargas, almoxarifes e armazenistas, entre outros;
Construção (92 mil),
para atuar como profissionais na operação de máquinas de terraplanagem,
ajudante de obras civis, trabalhadores de estruturas de alvenaria,
fundações, entre outros;
Manutenção e Reparação (43 mil),
para mecânicos de manutenção de veículos automotores, de máquinas
industriais, eletricistas de manutenção eletroeletrônica e muitos mais;
Operação industrial (41 mil),
que são profissionais que atuam como alimentadores de linhas de
produção, embalagem, etiquetagem, trabalhadores de cargas e descargas de
mercadorias;
Alimentos e Bebidas (33 mil), para
trabalhadores na fabricação e conservação de alimentos; padeiros,
confeiteiros e afins; operadores de equipamentos na fabricação de pães,
massas, doces, chocolates e achocolatados, entre outros;
Metodologia do MTI 2025-2027
Para este Mapa do Trabalho Industrial, o Observatório dividiu o levantamento de dados por etapas:
Projeção do emprego formal até 2027:
estima-se o nível de emprego formal por área de atuação profissional e
setor. As projeções utilizam modelos de séries temporais, testando
diferentes especificações e selecionando a de melhor ajuste para cada
série. Os dados são analisados em conjunto para garantir a consistência
em relação ao comportamento do emprego e às expectativas futuras.
Delimitação do emprego na indústria e em ocupações correlatas em outros setores da economia:
seleciona-se o volume de vínculos formais projetados para a indústria
como um todo, incluindo a indústria extrativa, de transformação,
construção e energia e saneamento, além de ocupações correlatas em
outros setores econômicos, como agropecuária, serviços e administração
pública.
As ocupações correlatas são categorizadas pelo caráter
transversal e pela relevância para os diferentes setores, como
cientistas de dados e engenheiros da computação.
“Esse enfoque
em toda a indústria, com a soma das ocupações estratégicas para os
demais setores, possibilita uma abordagem integrada da promoção da
formação profissional, refletindo a alta interdependência entre os
setores”, explica a especialista em Mercado de Trabalho do ONI e
responsável pela elaboração do Mapa do Trabalho Industrial, Anaely
Machado.
Estimativa da demanda por formação industrial: com
base na estrutura do emprego formal projetado e na necessidade de
formação de profissionais, estima-se a demanda por qualificação na área
industrial e correlatas:
Formação inicial: considera o volume de
novas vagas geradas na economia, a reposição de trabalhadores que
deixam o mercado formal e o potencial estoque de profissionais já
formados que poderiam ocupar essas vagas. Essa análise é fundamentada em
microdados da RAIS/MTE, avaliando a trajetória profissional dos
trabalhadores.
Treinamento e desenvolvimento: estima a necessidade
de atualização e formação complementar para profissionais já empregados.
Os valores são derivados de pesquisa primária com empresários da
indústria, que relataram o percentual de trabalhadores treinados
anualmente.
Fonte: FIEB