Foto: Antônio Cavalcamte
Torneios de Robótica transformam Festival SESI em palco de inovação jovem
Projetos
de inovação, robôs e protótipos construídos do zero, corridas de
Fórmula 1 em miniatura e soluções tecnológicas para desafios reais, tudo
criado por crianças e adolescentes. Esses são alguns dos destaques do II Festival SESI de Ciência, Tecnologia e Inovação (CTI),
que acontece nos dias 12 e 13 de dezembro, na Escola SESI Djalma
Pessoa, em Piatã, com realização do Serviço Social da Indústria (SESI)
da Bahia, por meio da Escola SESI. O evento tem programação gratuita e
inclui competições de alto nível, exposições e oficinas de robótica para
todas as idades. Diferente
do que muitos pensam, a robótica vai muito além de programar máquinas
para cumprir tarefas. No Festival SESI, os torneios internacionais de
robótica FIRST LEGO League (FLL) e STEM Racing mostram que é uma
atividade que também envolve postura, compromisso, persistência,
sensibilidade e trabalho em equipe. O público vai poder ver tudo isso na
prática, com robôs feitos pelos estudantes em ação e carros disputando
corridas de Fórmula 1 em uma pista em miniatura. Na arena, os robôs são
os protagonistas da competição, e a atmosfera ganha intensidade com as
torcidas das equipes. A
experiência fica ainda mais marcante na FLL, que nesta edição alcançou
um recorde de 56 equipes inscritas, reunindo 403 competidores de 9 a 15
anos. A modalidade funciona como porta de entrada para um universo
fascinante e cheio de possibilidades, em que cada equipe desenvolve um
projeto de pesquisa e monta seu próprio robô a partir de peças de kits
tecnológicos da LEGO. Ao programar os robôs, os estudantes usam
softwares visuais e intuitivos para definir quais missões eles devem
executar, como pegar objetos, desviar de obstáculos ou reagir a
estímulos captados por sensores de cor, toque ou distância. Fernando
Didier, líder técnico de Robótica Educacional do SESI Bahia e
coordenador dos torneios, destaca que a robótica eleva a autoestima dos
competidores e viabiliza uma qualificação mais apropriada para o mercado
de trabalho, seja nesta área ou em outras similares. “Quando eles
entram na robótica, enxergam a realidade por outra lente. Ao trocar
experiências com outras equipes não só do Brasil, mas de fora, passam a
ver que também são capazes de fazer o mesmo que outros países e, com
isso, se empoderam. A robótica dá aos estudantes uma formação
diferenciada, ajudando a resolver problemas com mais rapidez e
eficiência e a cooperar em grupo”, pontua. ROBÓTICA ACESSÍVEL - Esse
impacto na formação dos jovens se torna ainda mais significativo quando
envolve também a rede pública, algo que vem se consolidando com o
apadrinhamento realizado pelo SESI a escolas públicas e a equipes
independentes, mais conhecidas como “equipes de garagem”, que recebem
kits de robótica, mesas de competição, assessoria técnica e treinamento
de professores. O apoio não apenas possibilita a participação de
instituições da rede pública nos torneios, como também abre portas para
que jovens talentos descubram suas habilidades e desenvolvam todo o seu
potencial. Nesta temporada, o número de instituições apadrinhadas
dobrou, totalizando 14 equipes. “Sempre
acreditei na robótica como uma oportunidade de transformar vidas. Já
ouvi vários relatos de ex-competidores que hoje estão desfrutando de uma
realidade completamente diferente do que talvez teriam se não tivessem
participado. A nossa expectativa é aumentar cada vez mais as
oportunidades para escolas públicas que não tinham perspectiva de ir
para o nacional, para estarem em igualdade com outras escolas
particulares mais competitivas”, realça Didier. DESENTERRANDO IDEIAS -
Na temporada de 2025, o FIRST LEGO League (FLL) assume o tema
“UNEARTHED” e incentiva os jovens a explorarem a arqueologia para
“desenterrar” descobertas, tecnologias e saberes de civilizações antigas
e transformá-los em soluções inovadoras para desafios contemporâneos.
Os seis melhores projetos da etapa regional irão garantir vaga no
torneio nacional, em São Paulo, e disputar a chance de representar o
Brasil no campeonato mundial, em Houston, nos Estados Unidos. Com
essa meta em vista, a equipe RoboLife, da Escola SESI Candeias, que
chegou ao nacional na edição passada, desenvolveu a UrnaLife, um
equipamento pensado para facilitar o transporte de urnas funerárias
indígenas, que podem chegar a 1,5 metro de altura e pesar entre 125 e
250 quilos. A
solução nasceu da dificuldade enfrentada por arqueólogos para
transportar essas peças de cerâmica extremamente frágeis dos sítios
arqueológicos até os laboratórios sem causar danos ao patrimônio.
Trata-se de uma espécie de gaiola de transporte, feita em perfis de
alumínio com uma malha que acomoda a urna. A iniciativa contou ainda com
o apoio de especialistas da UFRB, da Arqueólogos Consultoria e Pesquisa
Arqueológica e do IPHAN no processo de apuração. CORRIDA PELO CONHECIMENTO -
Outra atração que promete chamar atenção no II Festival SESI CTI é a
competição internacional STEM Racing, anteriormente conhecida como F1 in
Schools. Nela, as equipes precisam criar do zero sua própria escuderia e
desenvolver o design de um carrinho de Fórmula 1 para disputar corridas
em uma pista reduzida em linha reta. A iniciativa estimula estudantes
de 9 a 19 anos a montar uma “empresa júnior”, projetar e modelar o
carro, administrar a escuderia e até captar patrocinadores para
competir. No fim do festival, três equipes serão enviadas para o
nacional, em São Paulo. CAMINHOS ABERTOS
- “As equipes brasileiras se tornaram referências mundiais. Espero que
esses jovens que tiveram a oportunidade de participar saibam
aproveitá-la e que isso lhes permita ir além do que imaginam, porque o
céu não é o limite. A robótica mostra que eles podem ser o que desejam,
conquistar espaço e estar onde quiserem. Nossa equipe existe há 13 anos
e, nesse período, mais de 120 pessoas passaram pela RoboLife. Hoje temos
médicos, engenheiros e advogados formados. É gratificante ver
participantes que começaram muito verdes, agora estão no mercado de
trabalho”, avalia Clóvis Campagnolo, técnico da equipe RoboLife, que
chegou ao nacional da FLL na edição passada. A
integrante da equipe Fernanda Tosta, 15 anos, conta que a robótica
transformou totalmente sua vida em diversos aspectos, tanto pessoais
quanto profissionais. “A gente aprende muito sobre conceitos de
engenharia na montagem e programação, coisas que eu sei que, se eu não
estivesse na robótica, eu não aprenderia. Mas também aprendemos a
trabalhar em equipe. Construí amizades lá dentro que vou levar para a
vida toda. A gente costuma falar que a RoboLife é uma família, e todo
mundo ali é irmão”, comenta. Já
para estudantes como Ester Santos, 15 anos, da equipe Chronos, da
Escola SESI Itapagipe, que também chegou ao nacional em 2024, a
experiência proporcionou, além de muito aprendizado, sua primeira viagem
de avião. “Quando me inscrevi na equipe de robótica, não passei no
primeiro ano, mas continuei perseverante e consegui entrar no segundo.
Foi algo que realmente mudou minha vida. Se eu pudesse voltar no tempo,
não mudaria nada, porque a robótica é algo sensacional e eu amo viver
tudo isso”, conta Ester. INCENTIVO DA FAMÍLIA - O
apoio familiar costuma ser decisivo na trajetória de um jovem
estudante. Em uma fase da vida repleta de desafios escolares,
descobertas e ansiedade pelo futuro, a presença de parentes
incentivando, reconhecendo a dedicação e celebrando as conquistas
fortalece a disciplina, confiança e motivação. Muitas vezes, é esse
respaldo emocional que sustenta o adolescente nas longas horas de
estudo, nos treinos e nas competições de robótica, por exemplo. Tânia
Melo dos Santos, avó de Felipe Gabriel Melo, 13 anos, da equipe TecGold,
da Escola SESI Retiro, destaca a importância desse suporte na formação
da juventude. “Esse
menino ficou muito compromissado. A vida dele é isso, não fala de outra
coisa. Ele ficou mais ativo, comunicativo, disciplinado e organizado. E
a gente incentiva bastante porque sabe o quanto ele gosta. Por isso,
vou aos torneios para homenageá-lo, para valorizar seu esforço durante o
ano. Todos em casa colaboram, cada um do seu jeito, dizendo para ele
seguir em frente. É muito importante que pais, avós e familiares estejam
presentes em peso, porque quando eles mostram responsabilidade e
compromisso no que estão fazendo, a gente deve apoiar sim”, relata. SOBRE O FESTIVAL SESI
– Em sua segunda edição, o Festival SESI de Ciência, Tecnologia e
Inovação (CTI) transforma a Escola SESI Djalma Pessoa, em Salvador, em
um grande encontro de ideias, descobertas e criatividade. Nos dias 12 e
13 de dezembro, o público terá acesso gratuito a uma programação
vibrante que reúne a Feira Nacional de Iniciação Científica (FENIC), o
Torneio Regional de Robótica FIRST LEGO League, a seletiva do STEM
Racing, oficinas práticas no Buzu Tec, laboratório de ciência
interativa, cubo mágico, jogos de tabuleiro e de realidade virtual,
espaço kids, atrações culturais e um concurso de cosplay. Mais do que um
evento, o festival é um convite para que estudantes, famílias e
educadores vivenciem a ciência de forma acessível e inspiradora,
descobrindo na prática como tecnologia, inovação e arte podem abrir
caminhos para o futuro. SERVIÇO: Torneios de Robótica - II Festival SESI de Ciência, Tecnologia e Inovação Data: 12 e 13 de dezembro (sexta-feira e sábado) Local: Escola SESI Djalma Pessoa Endereço: Av. Orlando Gomes, 1737 - Piatã, Salvador - BA, 41650-010 Torneio Regional FIRST LEGO League (FLL) Horário: Sexta-feira (12) - 9h às 18h | Sábado (13) - 9h às 16h30 Seletiva STEM Racing Horário: Sexta-feira (12) - 10h às 17h | Sábado (13) - 9h às 15h Entrada gratuita com retirada de ingressos pelo Sympla Por Tatiane Freitas
